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Me arrumo pro aniversário de Nathan, estava dentro de um vestido simples e um salto baixo. Christopher disse que iria vários amigos deles, logo imaginei que seria algo pra se ir mais arrumada, ainda mais sendo pela noite.

Christopher já me esperava e eu estava quase lá. Retoquei o batom e me visei no espelho gostando do que estava vendo.

─ Filho, você não quer ir mesmo? ─ me agacho e beijo Miguel que brincava no rosto.

─ Não. Quero ir pra casa da vovó.

─ Então tudo bem ─ o solto e caminho até Christopher que estava na sala.

─ Eita, que mulher maravilhosa eu tenho ─ beijou meus lábios. ─ Você está linda.

─ Você também. Vamos?

─ Já pegou a mochila de Miguel?

─ Já coloquei no carro. Vamos, Mig ─ o gritei. Logo ele desceu com seus brinquedos na mão.

Christopher o pegou no colo e logo foi o colocar na cadeirinha, depois de tudo pronto nós seguimos primeiro pra casa da mãe de Christopher.

Me despeço do meu anjinho com dois beijos de boa noite, Christopher faz o mesmo e logo dona Grazi surge pra levar ele.

Vó é gente besta, dona Grazi fazia tudo que Miguel queria... fazia coisas que até mesmo nunca fez pra Christopher.

─ Se divirtam ─ ela acena.

─ Vocês também. E nada de doces agora, mãe ─ Christopher diz sério.

─ Seu pai é um chatão, vamos tesouro... não se misture com esse gentalha.

Eu me acabo de rir, dona Grazi era uma graça.

Christopher ri também e dá partida, coloco uma música leve pra tocar no rádio e me perco em meus pensamentos.

─ Notou que Miguel está estranho? ─ ele me faz sair de meus pensamentos. ─ Sei lá, ele está quieto, só quer viver brincando e não fica mais em cima da gente. Será que é por causa do bebê?

─ Acho que ele só não entendeu muito bem ainda as coisas, Miguel é uma criança... ele tem dessas, é normal. Não vamos conversar com ele agora, deixa ele ir digerindo aos poucos, em momento algum paramos de dá atenção.

─ É verdade... ─ ele suspira. ─ Só não gosto de ver ele todo pensativo, tristinho. O bebê é algo bom, não quero que ele pense que é algo ruim.

─ Não se preocupa, amor...

Logo chegamos na casa de Ângela, já havia alguns carros parados na porta, pelo que entendi seria um jantar.

Quem nos recebeu foi ela, estava dentro de um vestido longo e com algumas pedras e toda produzida. Ângela era muito bonita, mas às vezes a beleza atrapalhava um pouco.

Quando a maternidade chega, a gente não vai mais pensar só na gente vinte e quatro horas por dia. Tinha dias que eu morria de preguiça de lavar meu cabelo, acordava cheia de remela, com os cabelos na altura e pouco me importando com minha aparência física e amamentava meu filho.

Maternidade é você dividir o tempo, dividir as coisas e minha sorte era que tinha Christopher que me ajudava muito. Ele sempre ficava com Miguel quando queria arrumar meu cabelo.

Criança não é brinquedo, criança dá trabalho.

Ainda lembro de uma vez que eu estava sozinha de noite com Miguel, estava tentando me arrumar, tentando fazer um delineado para ir num jantar com Christopher e Miguel chorou. Resultado? Delineado borrado. Fiquei com raiva e tirei logo tudo, fui com a cara limpa mesmo. Não tenho paciência. Nem vou mencionar quantas vezes Christopher estava arrumado e Miguel fez xixi nele.

Um presente da vida #2Onde histórias criam vida. Descubra agora