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Christopher.

Eu não podia estar mais feliz. Meu maior medo era que Fernanda estivesse voltado por pena, que ela resolvesse voltar pro Rio de Janeiro por achar que eu estava mal e por se sentir culpada. Eu estava mal, mas estava fazendo de tudo pra mudar pra ela. Quando descobri que seria pai pela segunda vez, fiquei muito feliz, mas com tantos problemas que nós andamos enfrentamos achei que um bebê agora seria muito ruim de se lidar.

Mas não podemos recusar de forma alguma os presentes da vida.

Também pensava bastante na forma em que ele foi concebido, só de pensar naquela noite já me sentia um lixo humano. Eu tentava o máximo me esquecer daquilo, mas, sempre que Fernanda queria fazer amor eu andava pra trás. Me sentia extremamente ruim de não conseguir fazer ela sentir prazer, eu entendia bem a necessidade dela e também ficava louco de tesão quando ela me provocava.

Mas eu estava feliz, estava tentando superar isso e me sentia mais leve e psicologicamente saudável. Nossa família agora estava reunida, nós todos estávamos em paz e logo nossa família iria aumentar.

Hoje era o almoço na casa de mamãe, odiava essas reuniões mas estava ansioso pra anunciar o novo membro da família e o nosso casamento.

Estava terminando de vestir enquanto observava Fernanda atacar o bolo de abacaxi que Rosana havia feito, logo a mesma chegou na cozinha e se benzeu, eu morri de rir.

─ Isso é um animal, parece um bode comendo ─ Rosana diz pegando Miguel nos braços. ─ E você é um bode neném.

─ Eu não como muito ─ Miguel rebate.

─ Magina se comesse ─ ela ri. ─ Tomara que esse menino que tá vindo não seja como esse aqui e nem como a mãe.

─ Só crio monstro, Rosa ─ digo calçando meu sapato.

─ Armaria ─ bota Miguel no chão pra guardar o bolo que Fernanda estava quase terminando.

─ Eu tô grávida, tenho que me alimentar bem ─ Fernanda protesta.

─ Fernanda, tu já comeu o café da manhã, já comeu salada de fruta e agora tá comendo bolo... se esqueceu que dona Graziela sempre faz um banquete enorme? ─ pergunto.

─ E tu acha que isso é problema pra ela? ─ Rosa arqueia a sobrancelha.

Balanço a cabeça negativamente e abro um sorriso. Termino de me arrumar enquanto Miguel e Fernanda vão colocar a comida de Tony, logo depois nós quatro vamos pro carro. Rosana também iria conosco, ela fazia parte da família.

Fomos no carro totalmente animados, Miguel e Fernanda cantavam uma música em inglês praticamente gritando e aquilo não me incomodava nem um pouco, eles estavam felizes, isso que importava.

Quando chegamos na casa de mamãe logo avistei várias pessoas da família, esse era o motivo pelo qual não gostava dessas reuniões e almoço em família. Fernanda logo também ficou incomodada, ela havia me dito que não queria dizer pra todos que estava grávida, que queria algo mais reservado.

─ Mamãe é louca ─ digo já ficando com raiva.

─ Ela não sabe de nada, amor ─ Fernanda diz baixinho. ─ Não a culpe. Falamos outro dia da gravidez e hoje só falamos do casamento, sim?

─ Você quem sabe.

Nós então adentramos e Miguel já foi correndo pros braços da avó, minha mãe o mima muito, ela foi beijar ele, jogar ele pra cima e dá novos brinquedos... eu havia doado alguns mês passado.

Eu e Fernanda cumprimentamos o pessoal e já fomos pro jardim nos sentar, Fernanda foi logo se juntar com Nicole e as duas foram comer. Peguei uma cerveja e fui conversar com Wesley num canto.

Um presente da vida #2Onde histórias criam vida. Descubra agora