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Christopher.

Vestir aquele uniforme me trazia uma coragem que na maioria do tempo eu não tinha. Eu não sei explicar o conforto que aquele colete grosso e as armas de grande porte me causavam, é como quando você nasce pra fazer isso e se sente imensamente feliz em fazer.

Mandamos a PM na frente pra fazer a vistoria, fomos logo atrás. Era dia de baile, muita gente, bebida, droga e traficante. Eu tinha sangue nos olhos, queria muito vingança e as minhas ordens era pra matar.

Bandido bom é bandido morto.

Fiquei um tempo pensando em tudo até chegarmos lá. Carlos tinha que morrer, ele nunca deixaria minha família e sua sobrinha em paz, nós não teríamos paz com essa merda ambulante viva.

Hoje eu só sairia dessa favela quando matasse todos esses bandidos de merda e se eles temessem pela vida, deviam se esconder.

─ Capitão Forzatt na escuta? Aqui é 002, baile acontecendo na rua principal, cerca de dez elementos armados, nenhum sinal de CC.

─ Capitão Forzatt mandando atacar, nós não viemos só em busca de CC mas sim de matar todos.

Desligo meu rádio e engatilho minha fuzil, encaro Gustavo e Guilherme em minha frente e abro um sorriso.

─ O show vai começar.

Eles também abrem o maior sorriso. E nós três saímos da viatura.

Havíamos entrado por outro local, quem nos guiava era Guilherme, minha equipe contava com oito soldados, os melhores.

Nós ficamos encostados numa parede e não demorou pra se ouvir os tiros da PM, em instantes um festival de tiros pôde ser ouvido. Isso era música pros meus ouvidos.

Fiz sinal mandando três pra laje, em seguida segui pela escadaria com minha equipe.

Logo desceu três, eu e Gustavo derrubamos fácil.

Numa altura do campeonato, ele já devia saber que eu estava aqui. Usamos a PM como distração, dia de baile PM sempre sobe pra pegar a grana deles... é como eu disse, corrupção, pegamos eles se surpresa. Dessa vez a PM não veio pegar dinheiro nenhum, veio matar.

Eu estava ansioso, tinha meu sangue quente nas veias, tudo que mais queria era matar... queria ver sangue.

Hoje eu colocaria um ponto final em todo esse sofrimento.

Subi na laje onde tinha vários deles fumando e gastando com armas ilegais e já fui metendo o tapa. Atirei nos três que estavam armados e mandei todo mundo ficar na parede. Tinha mulher e criança no meio, meu Deus... mas acredite se quiser, essas crianças são as piores. Os famosos x9.

Mas não mato criança e nem mulher, pode ser o diabo que for e até atirar em mim... mas não mato.

Puxei um vapor e joguei no chão, botei o cano da arma na cabeça dele e já fui chutando.

─ Cadê CC? ─ meti três chutes.

─ Sei de nada não, tio...

─ Sabe de nada, caralho? ─ chutei mais uma vez. ─ Tenho a noite toda.

─ Nunca vi ele não, tá ligado?

─ Cadê a porra do teu chefe? ─ gritei. ─ Não tá em baile, não tá em boca, tá onde?

─ Sei não...

─ Não vai falar por bem... então fala por mal.

Deixei a arma de lado, puxei o calção dele pra baixo e pedi a faca pra Gustavo.

Um presente da vida #2Onde histórias criam vida. Descubra agora