Conexão Gay.

16.1K 1.7K 1.4K
                                    

Estou em pé, em frente ao espelho, tentando pentear o cabelo para que, pelo menos, fique apresentável. Nunca consegui controlar meus fios indomáveis, e, honestamente, nem ligo, mas hoje tudo é diferente. Este dia pertence a Camila e preciso estar com a imagem impecável.

Tenho esperança de que ela apareça no Mundo Geek hoje, mas, ao mesmo tempo, sei que vou ficar arrasada se ela não for. De qualquer maneira, a lógica foge quando penso nela e deixo todas as emoções à solta pulando pelas paredes.

Dou uma última olhada no espelho para checar meus dentes e percebo que a gravata do uniforme está torta. Estudo meu reflexo tentando imaginar o que Camila vê quando olha para mim, e, num movimento súbito, arranco a camisa do corpo. Arrumo uma desculpa para contar ao James depois, posso falar que derramei café ou alguma outra coisa, mas não vou vestir essa camisa hoje. Consegui fazer um progresso tangível com Camila e não posso deixá-la lembrar a geek completa da semana passada.

Passo a manhã toda ajudando os clientes enquanto James arruma o estoque. Na hora do almoço, ele comprou para mim um burrito do Taco Bell, pois não quero sair da loja e correr o risco de me desencontrar com Camila. Estou terminando de limpar a mão quando a porta se abre, e tudo que estava fora de foco no meu mundo, de repente, se apruma.

Ai, meu Deus do céu, o que ela está vestindo? Camila está com uma legging que a deixa parecida com uma mistura de Mulher Gato e uma daquelas dançarinas de Zumba da televisão. Será que ela tem ideia de como me afeta? Camila caminha até o caixa e coloca os óculos de sol na cabeça.

— Oi, Lauren! Estou tão contente por vê-la aqui. Como vão as coisas?

— Oi, eu não tinha certeza se iria ver você hoje — respondo, sorrindo de felicidade.

— Então, adivinha? — ela tira a sacola do Mundo Geek de dentro de sua bolsa grande.

— Não funcionou? — pergunto.

— Não mesmo. Acho que, no final das contas, meu computador é gay e vou precisar da conexão macho. Deve ser pela quantidade de filmes pornô gay a que eu assisto.

— Você assiste pornô gay? — questiono, excitada com a ideia de Camila assistir a filmes pornô, mesmo que sejam gays.

— Claro que sim, você não vê? — ela provoca.

— Não — gaguejo.

— Sim, eu sei. Estava brincando e, na verdade, só assisti poucas vezes. Por favor, não me julgue por gostar de homens e de seus corpos magníficos. Nesses filmes você acaba se divertindo em dobro.

— Ok, vou acreditar. Não tem nada errado em assistir a filmes pornô. Eu assisto de vez em quando — sinto a vergonha se espalhar no meu pescoço e rosto, mas tento manter a aparência de bacana. Se Camila consegue falar de uma coisa tão íntima comigo, quero ser capaz fazer o mesmo.

Ela responde: — Viu, isso só mostra que você é uma jovem saudável.

Irrito-me com o termo jovem. Será que ela me acha muito nova e nem me considera um partido? Camila é apenas onze anos mais velha, mas tenho que admitir que isso significa um pouco mais de experiência.

Ela começa a abrir a sacola, levanto e me dirijo à seção de cabos e acessórios.

— Então é macho para macho? — pergunto.

— Sim, duas saídas e nenhuma entrada.

Pego o cabo certo da prateleira e antes de entregar a ela eu digo:

— Essa roupa que você está usando é interessante, se você não se ofender com o meu comentário.

— Isto? Eu acabei de sair da ginástica. Major acha que eu estou engordando e preciso malhar mais. — Ela olha para mim e pergunta. — Você acha que minha bunda é muito grande?

Dear To Me. [Camren | Intersexual]Where stories live. Discover now