Eu te amo e estou aqui esperando você.

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Acordo assim que amanhece e me lembro de onde estou. As lembranças da noite anterior me enchem de esperança e determinação. No silêncio da manhã decido que não podemos perder tempo nos preocupando com o futuro. Ele já está escrito e definido, mesmo se tivermos de nos arrastar para sair da selva e nos livrarmos do Major no caminho. A Camila vai achar um outro emprego, eu tenho a Garota-C e muitas economias e o mais importante de tudo é que vamos estar juntas.

Quando a Camila acorda, minha atitude positiva a contagia. Assistimos a uma coleção de DVD da série Gumby e Pokey tomando café, com torradas e geleia. Quando finalmente chega a hora de partir, tento deixar o clima leve e aviso que vou mandar uma mensagem para ela mais tarde.

Decido escutar as palavras sábias do guru Wayne Dyer no meu iPod no caminho para casa, visualizando Camila em meus braços, em nosso pequeno mundo. Tento me concentrar no trabalho e consigo produzir bastante. Fico feliz de ter conseguido me controlar até as onze horas antes de enviar a mensagem.

Estou aqui pensando na minha garota... como você está? Já encontrou com o Major?

Eu estou bem, meu amor. Não, ele está em reunião a portas fechadas a manhã toda e ainda não deu tempo de lidar com ele.

Ok. Eu checo com você mais tarde. Eu te amo.

Eu também te amo.

Eu tiro uma folga do Bucky e começo a estudar o novo projeto do Charlie, o Robbie, quando vejo que alguém está me chamando.

— Lauren?

Acho que a reconheço do RH. Ela sempre parece estar com um sorriso falso no rosto.

— Sim?

— Eu preciso que você venha comigo.

— Ir para onde?

— Nós precisamos conversar com você.

— Nós? Não dá para explicar um pouco mais?

— Por favor, me acompanhe — ela insiste, o sorriso falso nem existe mais.

Então é assim que as coisas vão rolar. Desligo o Wayne Dyer rezando para que as palavras dele não me abandonem mesmo sem meu iPod. Eu a sigo até o elevador. Com certeza esse é um dos momentos mais nervosos que passei nesta cabine, o silêncio é ensurdecedor. Assim que saímos percebo que estamos na direção do escritório do Major.

— Por que não vamos até o RH? — pergunto, tentando controlar meus nervos

— Foi decidido que era melhor nos reunirmos aqui. — ela responde, como se estivesse informando o caminho até uma sala qualquer.

Quando a porta do escritório se abre paro e percebo que não tem nada em pronto para esse momento. Meu irmão já me ensinou que no futebol existe uma jogada chamada ponto cego, em que o atacante chega e você nem percebe. Meus instintos me dizem que é melhor sair correndo na outra direção, mas sou uma mulher adulta e preciso assumir as consequências dos meus atos.

Entro e analiso rapidamente a situação. A pessoa do RH está sentada tão dura que parece que tem um ferro nas suas costas. Outros dois caras de terno me observam atentamente, mais um outro cara conhecido está presente e, finalmente, Major, sentando com cara de macaco que perdeu a banana. O olhar de ódio que ele me dá poderia até me desintegrar caso eu fosse alguma super-heroína da Marvel.

Pelo menos parece que decidiram poupar a Camila desta parafernália. Neste momento, esse é único ponto positivo da reunião.

— Sente-se, por favor, Srta. Jauregui. — a mulher do RH diz e aponta uma cadeira bem no meio do pelotão de fuzilamento. — Estes são nossos advogados, o Dr. Ruiz e o Dr. Felton. — ela informa.

Dear To Me. [Camren | Intersexual]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt