O melhor é acabar tudo por aqui.

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Oi gente, eu sei que a grande maioria no momento que recebeu minha notificação pensou na minha audácia em aparecer por aqui depois de meses (eu acho que mais de seis meses, na verdade) sem dar nenhum sinalzinho de vida. Eu sei, eu sei, foi uma grande sacanagem com todo mundo que adora Dear To Me. Recebi até mensagem de gente preocupada jurando que eu estava morta, novamente meu muito obrigada e mil desculpa por toda preocupação e curiosidade. Ainda estou viva!! Apenas um pouco abalada depois da agitação que foi prestar vestibular. Enfim, eu quero me desculpar com vocês por toda demora pra aparecer, eu juro que nunca foi minha intenção abandonar Dear To Me, eu amo dedicar meu tempo aqui ao Wattpad. Precisei que um tempo para tentar passar no vestibular e felizmente foi muito satisfatório o resultado! Ainda pretendo levar Dear To Me até o final e tenho muito planos pra futuros projetos. Então, quem leu isso, pode ajudar deixando um comentário informando se devo continuar ou já esfriou demais.. Isso me ajuda muito. É isso e até o nosso próximo encontro.

No dia seguinte, quando chego na sala de café, tem uma galera reunida olhando para o quadro de avisos

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No dia seguinte, quando chego na sala de café, tem uma galera reunida olhando para o quadro de avisos.

— Festa! Eu já até sei o que vou usar! — Mani grita animada. — Espera só para ver como vou estar gostosa no sábado à noite.

Eu pego o Charlie tentando não sorrir.

— Eu não acredito que eles alugaram o Palace — Genna comenta. — Deve ter sido uma fortuna.

— Palace? Isso é algum tipo de castelo de um reino distante? Será que vamos ter a presença de algum membro da família real? — Andy diz, tirando sarro. — Nesse caso vou até fazer questão de usar uma camiseta limpa.

— Não, seu idiota — Charlie responde. — É aquele clube bacana em Hollywood. Você sai da sua caverna de vez em quando?

— Só quando acabam a bebida e o Cheetos.

— O nosso nobre líder deve estar mesmo gastando uma fortuna. Ele nem nos deu um aumento decente este ano, o que será que ele está querendo provar? — Kevin comenta.

— Parece que ele está querendo impressionar a menina dele, a Camila, aquela que trabalha no desenvolvimento de negócios — Andy acrescenta.

Minha pele se arrepia e cerro as minhas mãos. Fico ofendida pelo simples fato de o nome dela sair da boca suja do Andy. Não levando em consideração que ele se referiu a ela como menina e também como se ela pertencesse ao Major.

— Bom, se ele quer mesmo impressioná-la, deveria estar gastando essa grana em uma festa mais íntima de noivado e depois com o casamento. Isso faria mais sentido. Eles podem ter filhos e começar a própria empresa de animação.

— Aiiii, será que vai ser um casamento real de surpresa e nós fomos convidados? — Genna grita.

— Se esse for o caso não vou nem vestir uma camisa limpa. Qualquer uma mesmo serve — Andy retruca enquanto arruma a barra da camiseta com a estampa de Charlie Brown.

Mani olha para mim preocupada, mas tento me manter calma mesmo estando com mais enjoo a cada segundo que passa. Vou bem devagar até a máquina e pego meu café antes de sair da sala. Mani vem atrás de mim no corredor.

— Você está bem, Lauren?

— Não mesmo. Mas o que posso fazer? Ele a tirou da cidade de propósito e não consigo falar com ela e descobrir o que está acontecendo. Até eles voltarem estou meio que dirigindo às cegas e só espero que não acabe me acidentando.

— Você vai no sábado? — ela pergunta.

— Acho que não posso evitar, mas não tenho a menor vontade.

— Bom, eu vou estar por lá se você precisar de uma amiga. Nós podemos até ir juntos se você quiser.

— Obrigado, Mani. Você é realmente uma boa amiga.

O resto da tarde é equivalente a uma tortura chinesa. Pensamentos terríveis gotejam na minha cabeça com tanta consistência que começo a rezar para manter a sanidade.

Gotas, gotas, gotas... só o tempo vai dizer o quanto vou conseguir aguentar...

Naquela noite tento trabalhar no meu gibi, mas quando faço o primeiro rabisco da Garota-C me acabo. Decido beber algo forte e assistir a desenhos de guerra que foram censurados, e que acabei comprando no mercado negro na esperança de aplacar minha dor e, finalmente, apagar como um personagem da Turma do Pernalonga.

Na quinta escuto os boatos de que Major e Camila voltaram e que estão em uma reunião discutindo os detalhes do evento de sábado. Genna é amiga do assistente do diretor financeiro, então a fonte é segura.

Parece a festa vai ser mesmo em grande estilo, eles contrataram um DJ e pista de dança, bufê e até um bar. Perfeito. Eu não acredito que animadores sejam bons dançarinos, mas, com certeza, a galera da contabilidade e o pessoal departamentos vão compensar a nossa falta de coordenação motora.

A coisa toda da parece tão chata, mas nós somos convocados a comparecer. Eu estou tão ansiosa para falar com a Brooke, mas não sei se é uma boa ideia ir até a sua sala. Quem sabe não dou uma passada em sua casa depois do expediente?

Depois do almoço me obrigo a me concentrar e começo a trabalhar numa nova cena. Estou desenhando e ouvindo música no meu iPod quando percebo que alguém está me observando.

Eu olho e vejo a Camila dentro da minha baia. Ela parece descansada e está com as bochechas vermelhas de sol, e também parece um pouco apreensiva por estar aqui. Eu tiro os fones do ouvido e coloco meu lápis na mesa.

— Oi — eu digo carinhosamente, tão aliviada por vê-la e, ao mesmo tempo, muito nervosa.

— Oi, Lauren — ela responde sorrindo, mas percebo um pouco de tristeza no olhar. Percebo na hora que ela não vai me abraçar. Talvez porque estamos no escritório e ela está com medo de alguém nos ver, eu tento me convencer.

— Como você está? Você se divertiu em Santa Barbara? — estou tentando disfarçar meu medo, pois as coisas parecem diferentes entre nós e isso não é nada bom.

— Sim, foi legal... o lugar é muito bonito. Você já foi no Barcara?

— Não, já até pensei em ir uma vez — eu não elaboro que a única vez que pensei em ir foi na terça-feira quando descobri que ela estava lá com o Major.

— Bem, na verdade esse tempo fora me fez pensar em algumas coisas.

— Coisas?

— Sim, e acho que é melhor você não me levar café e me visitar todos os dias, queria falar isso pessoalmente — ela olha para baixo.

Uma coisa é ouvir isso do Major, mas ouvir da própria Camila é completamente diferente. Será que ela não percebe o quanto está me machucando?

Bom, acho que ela não tem a menor ideia. Ela nem me avisou antes de arrancar o band-aid e agora estou aqui completamente exposta e desapontada.

Eu apenas olho para ela, não consigo achar palavras e de repente me afasto. — Ok, se você prefere — eu finalmente consigo responder, uma vez que estou olhando para a mesa e não para os seus olhos tristes. Abaixo a cabeça e parece até que estou falando com o desenho do que acabei de fazer. Empurro o desenho e apoio meus cotovelos na mesa. 

Dear To Me. [Camren | Intersexual]Where stories live. Discover now