Dear To Me. [Camren | Intersexual]

E o Emmy vai para..

Meu estômago revira o tempo todo a caminho da floricultura, e o motivo é simples: estou cada vez mais próxima de ver Camila novamente. Pego as flores e sigo meu caminho.

Enquanto estaciono, me pergunto se ela também está nervosa. Ajeito os ombros e limpo a garganta enquanto toco a campainha.

Ela abre o portão e já estou quase na porta antes mesmo de ela abrir. E de repente, estou perto de minha garota. Seu cabelo está preso e ela usa o vestido vermelho-escuro, o tecido flutuando nas pernas dela com a brisa. Camila está maravilhosa, e, pelo menos hoje, ela é minha.

- Lauren! - ela exclama. - Você arrumou o cabelo.

Balanço a cabeça confirmando e percebo que seu rosto está vermelho de excitação e ela brilha. Os olhos dela me observam dos pés à cabeça, estou sem os óculos e sem jeans. - Ai, meu Deus, você está tão linda - ela diz devagar, enfatizando cada sílaba. Sei que Camila está falando a verdade. - Uau - ela suspira.

Não sei o que dizer, e, enquanto tento achar uma resposta, consigo entregar a ela o buquê de flores.

- Pra mim? - ela diz, dando um passo para dentro. - Isso é tão gentil.

Fico olhando-a observar o contraste entre o rosa-claro e escuro.

- Peônias - ela sussurra. - Como você sabia que eram minhas favoritas?

- Fiz uma pesquisa - respondo sorrindo.

Ela ri e vira a cabeça de lado enquanto me estuda. Percebo que ela está impressionada.

- Camila... - falo.

- Sim?

- Você é tão linda... quer dizer, você está tão linda hoje... ou melhor, você é linda e hoje você está tão linda e maravilhosa. Na verdade, para mim você é assim sempre... - divago horrorizada. Ao que parece, perdi toda minha habilidade verbal, e então me transformo em uma completa idiota.

Ela chega perto e coloca os dedos nos meus lábios.

- Obrigada - ela tira os dedos, mas mesmo assim ainda consigo sentir.

Parece até que ela ia me dar um beijo, mas ela se vira e caminha até a entrada.

- Vamos entrar.

Camila segue na direção da cozinha e eu a sigo, percebendo que ela está descalça. Ela pega um vaso, enche de água e tira o papel do arranjo, colocando as flores com cuidado dentro, e depois admira o resultado.

- Ninguém nunca me deu peônias - ela diz melancolicamente. - Até hoje.

Sorrio feliz com o andamento das coisas, mas de repente eu escuto a campainha.

- Será que você pode atender? É o motorista. Você pode avisá-lo de que preciso de alguns minutos?

O motorista informa que não tem nenhum problema e eu volto para dentro e encontro Camila sentada no sofá tentando calçar a sandália.

- Ai, eu não consigo enfiar esta coisa na presilha pequena.

- Posso ajudar?

- Por favor. Estes são os únicos pares que eu tenho que combinam perfeitamente com o vestido.

Ajoelho em frente a ela e tiro a sandália de salto alto e examino a presilha.

- Caramba, como estes furos são pequenos. Deixa eu tentar. - Coloco o pé dela tão bonito dentro da sandália e tento encaixar a tira dentro da presilha e depois pressiono levemente para fechar. Uso um pouco de força, mas finalmente consigo. Quando termino, acaricio o tornozelo dela e pergunto: - Está bom?