38º Capítulo: Outro Lado.

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Acho que está na hora de eu contar o meu lado da história. Sim, sou eu, Caitriona Balfe, e sim, li todo o diário. Sam, espero que não se importe dessa pequena intromissão, mas acho que todos merecem saber o que aconteceu depois que recebi esse seu pequeno e surpreendente presente.

Mas todos quem? Afinal como Sam já cansou de falar, ninguém irá ler isso, bom, ninguém além dele e eu. Pode ser que realmente ninguém mais leia, aliás, espero que ninguém mais leia senão além de Sam ser completamente exposto, eu irei ser odiada por vários. É Sam, você não pegou leve descrevendo tudo o que aconteceu e tudo bem que teve uma linda declaração no final, mas isso não te salva completamente, viu?

Eu sei que posso parecer hipócrita falando isso, porque sei tudo o que fiz para ele e agora sei o tanto que o feri, mas posso afirmar que ele não sofreu sozinho. Mesmo que possa parecer que não, eu me machuquei muito fazendo tudo o que fiz. Mas agora chega de enrolação e vamos aos fatos!

Vou confessar aqui que sempre, desde o primeiro momento que o vi, senti atração por você Sam (isso, pode se achar, eu deixo! Não que você precise da minha autorização, conheço o tamanho do seu ego!). Afinal quem não sentiria? Um ruivo de 1,90, forte, com olhos azuis maravilhosos, simpático e um jeito de garoto brincalhão. Impossível resistir, não? Claro, não vou negar que a aparência física me chamou primeiro a atenção, não teria como ser o contrário, mas seu jeito foi me deixando cada vez mais atraída até chegar ao ponto de eu beber para conseguir ter coragem de fazer algo a respeito.

E foi aí que cometi um erro. Não, dormir com você nunca foi um erro, o erro foi achar que poderia fazer isso apenas uma vez e tudo voltar ao normal. Achei que satisfazendo meu desejo, ele se aquietaria e poderia ser apenas sua amiga. Mas não foi isso que aconteceu, nem de longe. Tentei ignorar a vontade que tinha de fazer tudo de novo e esperei que para você também tivesse sido só uma noite e nada mais.

Acabei fazendo de novo, vi que você tentou resistir, mas eu como teimosa que sou, insisti e você cedeu. Ainda via você só como um amigo atraente e brincalhão, mas um amigo irresistível no que fazia. Em meio a toda essa confusão, Tony surgiu em minha vida (o mala, como você tantas vezes o carinhosamente chamou) e ele me trouxe uma coisa que achava que nunca teria com você, segurança, estabilidade.

Mas por que achei que nunca teria isso com você? Sam, você sabe que sempre falei que somos diferentes, você sempre agiu muito impulsivamente, na verdade você sempre seguiu o que sentia mais do que o que pensava e isso me assustava. Eu sempre fui uma pessoa muito racional, sei que até demais, mas sou assim. E com todo esse seu jeito brincalhão de encarar as coisas, o achava imaturo para um relacionamento. Vamos confessar, não somos mais jovens para ter um relacionamento insignificante, um relacionamento que não leva a lugar algum a não ser fisicamente.

Então vi em Tony a solução para os meus problemas. Ele era mais velho, já havia vivido alguns relacionamentos e queria algo estável, sério. Sei que você nunca irá entender o que vi nele e sei que vocês são completamente diferentes, mas não vou mentir e falar que não gostei, realmente estava feliz com ele, bom, pelo menos no começo estava.

E quando achei que estávamos bem, eu namorando, você compreendendo, aconteceu de novo. O procurei num momento de raiva e você estava lá, como sempre, para me satisfazer e me deixar feliz, mesmo que momentaneamente. Me arrependi, Tony não merecia o que havia feito e você parecia não entender, fiquei brava e tentei o afastar, mas como sempre, falhei miseravelmente.

Então você começou a namorar. Achei que iria ficar feliz em te ver com outra pessoa, afinal eu também estava, mas aconteceu algo inesperado, me senti incomodada, ela não parecia certa pra você e realmente não era. Mas que direito tinha de achar algo sobre ela, sobre vocês? Eu ficava tentando me convencer que estava sendo só uma boa amiga e realmente era essa minha intenção. Só que lendo tudo o que escreveu vi que nem de longe fui uma amiga em tudo o que fiz, como você e até mesmo Mackenzie falou, fui egoísta.

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