Smoking Candy

5. Go Go

Yolo yolo yolo yo
Yolo yolo yo
Gastando, gastando, gastando em diversão

Estávamos indo em direção Seoul Rage Room, Hongdae. Era um parque de diversões meio exótico. No caminho, o Hoseok explicou que era lá onde eles diminuíam o stress, porém não detalhou muita coisa. Eu estava no banco de trás, entre TaeHyung e Jin, Namjoon estava no banco do passageiro dessa vez e Yoongi estava no volante. O mesmo me fitava através do retrovisor, nenhum dos meninos notava o que estava acontecendo, e se notavam, não faziam questão de falar nada.

Eu nunca conseguia sustentar o olhar de alguém por muito tempo, eu sempre abaixava primeiro, e é claro que o garoto-desconhecido-agora-com-nome estava se divertindo com isso.

Namjoon controlava o som através da playlist do Spotify no seu celular. TaeHyung conversava comigo sobre como era o dia a dia deles ou coisa assim. Hoseok, Jungkook e Jimin estavam no veículo atrás do nosso. O ruivo era recém habilitado e pediu o carro do Jin para dirigir.

– Jin, tem certeza que foi uma boa ideia deixar seu carro na mão do Hoseok? – perguntou Yoongi olhando pelo retrovisor.
– Assim, boa ideia eu não acho que tenha sido, mas vou dar um voto de confiança pô. Ele tá recém habilitado.
– É justamente isso que me preocupa. – resmungou Yoongi.

Ouvi um cantar de pneus atrás da gente, presumi que fosse o Hoseok e os outros garotos. Yoongi buzinou em aviso, impaciente.

Ao chegar lá, observei que não era tão chamativo, ficava no local recuado o que parecia um beco. Na faxada do estabelecimento tinham algumas correntes de ferro e uma cadeados trancando os portões de ferro. Eu não conseguia entender como um lugar que deveria estar em horário de funcionamento, estava trancado e parecia ter sido abandonado. Jimin se aproximou do nó de correntes e observou uma placa de aviso no muro da construção.

–  Pessoal eu acho que o Rage Room fechou. – disse. – Pelo que tá escrito, faz algumas semanas.
– Puta merda. – ouvi Yoongi soltar um xingamento ao fundo.
– Mas a gente veio recentemente. Sei lá, foi quando? Mês passado?
– Sim, isso mesmo. – respondeu Jin. – Eu acho que teremos que procurar outro lugar pra levar a Sayuri.
– Não vamos não.

Yoongi apoiou os pés no portão vazado, com as mãos na grade, impulsionou seu peso e saltou para dentro do estabelecimento. Maluco.

– Perdeu o juízo!? – questionou JungKook. – Hyung, isso é invasão de propriedade.
– Anda logo e deixa de frescura. – andou até a grade e abriu por dentro, dando espaço o suficiente para que todos nós pudéssemos passar.

Torci o nariz em reprovação. Eu me sentia uma completa criminosa. Invadir um lugar privado, não era opção. Caso isso realmente fosse sério, eu já tinha idade o suficiente pra ser presa. Os garotos cederam e passaram pela abertura improvisada que Yoongi havia feito. Eu continuava do lado de fora e ele me encarava através da grade.

– Não vai entrar?
– Hã hã, não mesmo. – balancei a cabeça em negação. – Isso é vandalismo.
– Vamos lá Sayuri, se arriscar às vezes é divertido. Qual é, a adrenalina correndo pelas veias, o coração acelerado, isso não é exitante? – inclinou a cabeça. – Vai me dizer que nunca fez nada errado na vida?
– Eu não sei não...
– Você vai gostar. E qualquer coisa eu sou um ótimo piloto de fuga, não que vá ter polícia ou algo do tipo. – deu de ombros.
– Tem câmeras. – apontei para as lentes a cima de nossas cabeças.
– Que estão desligadas. – revirou os olhos. – Vem ou não? – estendeu a mão em minha direção.

Pensei várias vezes se aquilo era aceitável ou não. Eu era a certinha, não fazia nada de errado nunca, jamais dei trabalho ou algo do tipo aos meus pais. Mas aquele convite era tentador de alguma forma. Sem titubear, peguei a mão de Yoongi que me puxou para dentro do terreno, agora, abandonado. O mais velho me guiou pelo corredor no que costumava ser o hall de entrada e seguimos as vozes dos meninos até uma sala à esquerda.