6. Love Maze

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Preso em um labirinto de decisões, exausto por todos os diferentes tipos de caos
Nós perambulamos por lá procurando a resposta
Perdidos no labirinto, na escuridão

MIN
YOONGI

Eu me sentia sóbrio ainda, mesmo depois de umas quantidades generosas de álcool no sangue, eu ainda conseguia assimilar as coisas ao meu redor.

Assim que terminamos o jogo, bebemos mais um pouco jogando conversa fora e comemos uns aperitivos para não ficar de estômago vazio. Dica de ouro: beber de estômago vazio é um passe livre pro álcool fazer efeito e te deixar ébrio mais rápido. Hoseok arrastou a Sayuri pra dançar entre os vários corpos presentes na pista de dança. Fiquei observado-a de longe em como ela ficava ao beber. Talvez nunca tivesse carregado nas doses – ou nunca tivesse bebido, o que era a opção mais provável –, falava com uma voz engraçada, estava agitada e queria dançar o tempo todo. Só o ruivo pra aguentar o pique dela.

– Vou ver se consigo falar um pouco com a Yeri. Vocês querem que eu traga mais alguma coisa?
– Não precisa hyung, ainda tem salgadinhos o suficiente na mesa. – TaeHyung assegurou.
– Beleza então. – dei de ombros.

Atravessei a pista, passando pelos corpos dançantes e segui em direção a bancada, onde os bartenders ficavam servindo e enviando as bebidas para as outras mesas.

Me sentei em um dos bancos e apoiei meu braço na bancada mantendo distância da parte mais agitada do pub mas ainda sim tendo uma visão privilegiada da Sayuri dançando conforme a música. Virei meia garrafa de Soju tentando tirar meus pensamentos da japonesa baixinha ali em questão. Se alguém me questionar porque eu havia oferecido um chocolate quente pra ela, eu não vou saber dar uma resposta cabível, quer dizer, eu não costumo agir assim, nisso eu sou bem metódico. Analiso a garota antes, procuro formas de conversar com ela com calma, e aí sim, quem sabe eu faça outra coisa; com a Sayuri foi inesperado.

– Para de secar a garota Yoongi. – ouvi a voz da Yeri atrás de mim.

Yeri, me analisava com um meio sorriso, ela parecia mais animada também, pelo visto a viagem ao exterior havia feito bem à ela. Os cabelos castanhos compridos formavam uma capa em seus ombros, usava uma gargantilha com pingente de pedra brilhante. Trajava uma camisa social branca e o costumeiro avental de bartender de couro envelhecido. A mais velha me encarou enquanto preparava um licor de morango.

– Nunca vai parar de me espionar, não é? – perguntei com um sorriso no rosto me virando para ela.
– Não é por que eu tenha outras ocupações que não signifique que eu não tenha tempo de vigiar você. – piscou. – NamJoon me disse que é a primeira vez que ela sai pra se divertir.
– Sim. – assenti, dando mais um gole.
– Tô te achando distante, tudo bem? – questionou.
– Não é nada, relaxa. – e não era mesmo. – Tem um cigarro?
– Pra você ser internado com tuberculose ou pneumonia? Não, obrigada. – disse lavando alguns copos.
– Lá vem você e seu velho discurso; todo mundo vai morrer um dia. Só que talvez eu esteja adiantando isso. – revirei os olhos.
– Bom, mas eu é quem não vou te ajudar nessa missão suicida.
– Eu arranjo com outro.
– Teimoso. Você me cansa às vezes sabia?
– É um dom. – dei de ombros. – Mas e aí, vai me contar como foi sua breve viagem a Grécia?
– Foi maravilhoso mas, eu queria que tivesse durado bem mais que uma semana. Lá é lindo Yoon, espero te levar algum dia. – deu um sorriso travesso. – E os homens de lá, minha nossa. – suspirou alto. – De italianos à brasileiros, eram belíssimos...
– Tá, tá, não tô nem um pouco afim de te ouvir falar de pau estrangeiro, dá um tempo. – revirei os olhos e quase os senti indo parar atrás da cabeça.

Yeri era a minha irmã mais velha. Não aquele tipo de irmã que enche a paciência ou é irritante na maior parte do tempo (não estou dizendo que ela não é assim as vezes), mas aquele tipo de irmã que é cuidadosa, sincera e às vezes bem protetora. Nossa diferença de idade era de 2 anos e alguns meses; desde crianças sempre fomos bem unidos, brincávamos juntos e bagunçávamos tudo o que estava na nossa frente. Acho que foi por isso que trocamos de governanta umas 5 vezes mais ou menos. Yeri era equilibrada, calma e paciente, já eu era o completo oposto. Me irritava com facilidade e soltava xingamentos até pro vento. Fora dos meus desvaneios, ouço uma voz me chamar de leve.

Smoking Candy Where stories live. Discover now