Capítulo 14 - Preparação para a festa (parte 2)

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Meu vestido branco era lindo. Em meus cabelos uma coroa de flores coloridas, colhidas no monte Caneuon. Todas as mulheres também se enfeitaram com flores, parecia um verdadeiro jardim ambulante.

Velas e pinhas enfeitavam as árvores, completando a bela imagem e clima que nos oferecia.

As danças começaram, no embalo de tambores e flautas. Pensei: como eles estavam alheios aos acontecimentos... e imaginei como reagiriam quando meu pai lhes comunicassem que suas liberdades acabaram.

Cedric, Lesly e Egan dançavam, os três juntos de mãos dadas... minha família... meu povo!

− Por que está triste, princesa? – perguntou-me uma voz que não conhecia, atrás de mim. Virei-me.

− Quem é você?

− Não me reconhece mais, prima? – ele sorria girando em torno de si.

Lembrei-me daqueles olhos verdes, puxando meu cabelo e me fazendo cócegas, quando éramos crianças.

− Lear? Não é possível...

Abraçamo-nos por um tempo. Não podia acreditar, meu primo estava de volta, depois de um longo tempo servindo na Irlanda.

− Primo, como você está? Quando Chegou? – perguntei, dando-lhe um beijo no rosto.

− Estou bem, saudades de casa. Cheguei hoje pela manhã. – disse olhando ao redor. – Não poderia perder nossa festa de inverno.

Ele se afastou um pouco de mim, me olhando.

− O que foi?

− A ultima vez que nos vimos, você era baixinha, sem dois dentes na frente e cheia de pintinhas. Se bem que as pintinhas continuam ai.

− É? E você era um menino petulante que adorava puxar meus cabelos.

Rimos nos recordando da infância feliz que tivemos. Lear era o filho único de meu tio que fora morto por Kizar e da minha tia Viviane, que ficou na Irlanda. Minha tia fugiu com ele para lá, quando nossa tribo foi invadida pelos soldados Romanos. Se ele souber que o assassino de seu pai estava ali... não ousei nem pensar mais. Espero que Reagan não abra sua boca.

− Cabelos que agora não ouso puxar. Você está linda, prima. – disse, segurando minha mão e me fazendo rodar a sua frente.

− Obrigada Lear, digo o mesmo de você. Está grande e forte. Ainda não se casou?

− Não houve nenhuma mulher por quem me interessasse. Mas estou ficando velho. Preciso do corpo de uma mulher para me aquecer. – piscou. – Seu pai ficou muito feliz em me ver.

− Papai o adora, você sempre foi como um filho para ele.

− Verdade! Ele nos ajudou a tomar aquele navio.

Percebi logo a tristeza em seus olhos, ao lembrar-se dos horrores pelos quais passamos juntos.

− Vamos deixar isso de lado. Prima, você já se casou? Está apaixonada por alguém?

− Ah... não... ainda não. – gaguejei demais.

− Mas logo terá um pretendente. Você é linda e louco será o homem que não a queira.

− Ah! Vocês estão aí! – aproximou-se papai, com Kizar ao seu lado, fazendo meu corpo estremecer.

− Olá tio! Quem é o nobre cavalheiro?

A Luz e o Herdeiro (Completa)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora