Capítulo 28 - Os Druidas voltaram

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Abri meus olhos que estavam um pouco embaçados, mas minha consciência voltara e os últimos momentos vividos naquela floresta, vieram à tona.

Tentei sentar. Forcei minha vista e aos poucos as coisas começaram a ficar nítidas.

Estava num lugar frio e úmido com paredes de pedra em volta e apenas uma cama, a qual estava sentada.

− Egan? – chamei, mas não havia mais ninguém ali, somente eu.

Levantei já totalmente acordada e procurei por uma janela ou uma porta, mas para minha surpresa não havia nem um, nem outro.

Mas como me colocaram ali?

Lear... não podia crer que ele estava vivo. Eu tinha visto seu corpo ensanguentado no chão, não compreendia.

Caminhei em volta da parede, tocando as pedras a procura de uma abertura ou algo assim, mas era totalmente sólida.

Então me ocorreu algo, olhei para cima e vi um alçapão com grade em volta. Percebi que estava numa espécie de buraco.

O desespero começou a tomar conta de mim e gritei o mais alto que pude, mas tudo estava silencioso.

Voltei para a cama e me encolhi, desejando que Kizar viesse me buscar, me salvar, mais uma vez.

Onde estaria Egan? Meu amado sobrinho.

Meus filhos, Elliot e Lya precisavam de mim... então chorei, sentindo meus seios doloridos, devido ao leite.

Chorei tanto, que acabei adormecendo devido à exaustão.

Kizar

− Onde ela está? – gritava, segurando o pescoço do soldado Adrian.

− Calma filho. – Artur coloca sua mão no meu ombro. – Isso não ajudará trazer Ailyn, vamos deixar que Adrian fale, sem o interrompermos... sim?

Artur sabia como acalmar seu neto, apesar dele mesmo estar aflito, pois percebeu que seu Castelo era vulnerável (mesmo tendo muitos soldados fazendo a segurança).

Kizar afastou-se sem tirar os olhos de Adrian e respirava ofegante.

− Muito bem soldado, vamos ouvi-lo.

Artur se aproximou, incentivando Adrian a relatar os fatos.

Adrian desviou dos olhos inquiridor de Kizar e encarou Artur.

− Meu senhor... as damas estavam no jardim, com as crianças e nós as observávamos. Eu... não compreendo... como não vimos... alguém... se aproximar de Egan...

− Ora...seu...

Kizar ameaçou bater em Adrian, mas Reagan e Meilyr o seguraram a tempo, enquanto o soldado se encolhia na parede do salão real.

− Não havia nada suspeito... nem os cachorros latiram... – Adrian saiu da parede e se aproximou de Artur. – Se me permite dizer, senhor, as bruxas voltaram e enfeitiçaram o lugar. – olhou de canto para Kizar.

Kizar passou as mãos em seu cabelo e começou a caminhar pelo salão desolado.

Artur colocou a mão no ombro do soldado e o dispensou.

Cedric, que não estava ali no momento, tentava consolar Lesly - em estado de choque, em seus aposentos.

− Como pôde dispensá-lo, vovô? E que história é essa de bruxas?

Artur deu um longo suspiro. Olhou para todos no salão pensando em como explicaria o que Adrian havia dito.

Meilyr estava sentado em uma das cadeiras, pois suas pernas tremiam, devido ao mal estar de não saber o paradeiro de Ailyn e de seu neto Egan.

− Alguns meses antes de chegarem, um soldado muito valioso e forte, fazia parte da minha guarda. – parou um momento para relembrar. – Ele havia fugido da Irlanda com a história de que o seu senhor, tinha descoberto seu envolvimento com sua filha a princesa Sofia, prometida ao príncipe Edgar da Escócia. O acolhi, pois a maioria dos meus soldados tem histórias parecidas. Adrian fez testes com ele, que passou em todos com louvor. Passou a ser meu guarda pessoal, assim como você, Kizar - e não imaginava em que esse rapaz estava envolvido. Quando descobri que era um Druida, logo o mandei embora, mas lançou um feitiço antes, contra minha esposa - e vocês sabem o que aconteceu a ela. – baixou a cabeça, para evitar chorar na frente daqueles homens.

− Vovô, eu sinto muito. – me aproximei, tocando seu ombro. – Mas, o que esta história tem a ver com o desaparecimento de Ailyn e Egan?

− Ele quer se vingar de mim... mas não entendo por que não levou meus filhos...

− Qual era o nome dele, vovô?

− Jamais me esqueceria do seu nome, nem daqueles olhos... – disse olhando para o nada.

− Então vovô...

− Seu nome é Lear.

Kizar deu alguns passos atrás e Meilyr levantou-se, enquanto Cedric e Artorius estavam de boca aberta.

− O que mais ele lhe contou, vovô?

− Que eu me lembre... bem... ele dizia que voltaria para a Itália, onde estava sua família... isso, lembrei.

− Não é possível! Eu o matei, Meilyr, você estava lá...você viu! – gritei inconformado.

Artur olhava de um para o outro, sem entender.

− Senhor Artur, aquele homem é meu sobrinho e tentou matar minha filha.

Meilyr continuava pálido e Artur levou sua mão à cabeça, desolado.

A Luz e o Herdeiro (Completa)Where stories live. Discover now