Capitulo um - O inicio

881 34 124
                                    


                                               A história foi escrita em 2012. 

                                                    Não possui alterações.




                                       19 de Janeiro de 2011 – O Início.


                       Depois de um dia infernal de trabalho naquela corretora, de ter mostrado inúmeros imóveis, corrido para lá e para cá, as meninas ainda vinham me encher a paciência para ir para uma boate. Eu não tinha mais pique para isso, não tinha mais idade, pernas e fôlego para sair em pleno Domingo.


Você deve estar se perguntando "Por que essa garota trabalha num Domingo?" É. Eu sou corretora e não tenho folga aos Domingos. Para ser mais exata, o Domingo é o dia em que eu mais trabalho. 

Cheguei em casa e me joguei no sofá, retirando o peep toe que estava acabando com os meus pés, mas o que eu não fazia pela beleza? Não trabalhava numa corretora, eu tinha o meu próprio empreendimento, não era sobre qualquer imóvel, modéstia parte, eu só trabalhava com apartamentos luxuosos e mansões. Estagiei durante dois anos numa corretora mediana e devido ao meu tino para negócios, fiz amizade com a nata, o que me levou a ser meio que uma corretora particular de empresários milionários, ficando um tanto fora do meu mundo, eu não gostava de ostentar e tampouco era rica. Eu vivia razoavelmente bem. Ganhava em média 8 mil reais por mês e conseguia pagar as minhas contas, ajudar os meus pais e comprar uns dois pares de sapatos por mês, é, eu sou viciada em sapatos, mas voltando ao assunto principal, meus pés tinham vontade própria e de maneira alguma, eles queriam andar, muito menos dançar.

Meus pés latejavam, meu corpo cansado pesava uma tonelada naquele sofá.  Eu tinha que arranjar uma desculpa plausível para enrolar as garotas, que não aceitariam nem tão cedo, não como resposta. 

Consultei o relógio e pude perceber que já passavam das seis horas e como no Domingo a 'balada' era um tanto mais cedo, ou eu ligava para as meninas ou partia para me arrumar.
Olhei para o espelho que tinha na minha sala de estar, minhas feições estavam mudando, eu estava amadurecendo, envelhecendo rapidamente, e ao fechar os olhos constatei que não havia ninguém na minha cama há um bom tempo. 

Minhas últimas relações amorosas se resumiam ao meu ex namorado, aquele que algumas preferiam morto, acho que aos poucos eu começava a me enquadrar nisso também. Definitivamente já havíamos tentado voltar, como amigos com benefícios, como namorados, noivos e prestes a casar.  Sempre havia algo que me fazia recuar a ter que passar o resto dos meus dias ao seu lado. Ele era muito bonito, legal e tudo o mais, mas sabe as pernas fraquejando? Aquele arrepio? O coração em disparada? 

Eu não sentia, eu não queria. 

Quando nos beijávamos, ele procurava por algo nos meus olhos que não existia mais, ele procurava por uma Laís  apaixonada, e eu não era mais. Senti que as rugas de expressão apareceriam daqui há uns dois anos e se eu continuasse como uma velha, eu terminaria sozinha, não que eu realmente achasse que eu irei achar o homem da minha vida numa baladinha em pleno domingo, mas sair as vezes fazia bem.

Prorrogação Where stories live. Discover now