Capítulo 3: Mudanças

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Acordo com esforço, minha cabeça ainda doía, estava no hospital, viro para o lado onde vi Sina sentada em uma poltrona.

-Há quanto tempo estou apagada?- resmungo.

-Há dois dias- ela me responde- A doutora disse que você sofreu algumas concussões, mas que por causa do seus... - ela para de responder, como se estivesse pensando em alguma coisa para responder- Você está se recuperando, o que é bom.

Fico olhando ela sentada, o que me fez lembrar da outra mulher. A mulher azul. Várias perguntas vieram à minha mente, "Quem era ela?", "O que estava fazendo ali?", "Qual era a ligação dela comigo?" e por ultimo "Por que diabos ela era azul?". Estava com receio de perguntar a Sina, então decidi esperar para conversar com ela a respeito.

-Sina?

-O que foi, Anna?

-O que aconteceu? Eu lembro de algumas coisas mas, como eu vim parar aqui, no hospital?- pergunto.

-Após alguns alunos te agredirem, uma funcionária da escola te encontrou jogada nos fundos da escola, seu nome era, hm...- ela tentava se lembrar do nome- ah sim, Sra. Potter, ela falou que ficou preocupada com você, até veio te visitar noite retrasada.

-E o que aconteceu com os alunos que me agrediram?- pergunto curiosa, claro que eles não poderiam sair impunes desse ocorrido, eu não iria deixar.

-Não se preocupe, a escola  dará um jeito neles.

Mesmo ela falando aquilo eu não consiga acreditar que realmente iria acontecer alguma coisa a eles, lutava contra sentimentos de vingança, aquilo era a última coisa que eu queria, mas não poderia simplesmente deixar eles saírem sem  uma punição.

-Ah- sou interrompida não meus pensamentos por Sina- Não se preocupe com a escola, assim que você receber alta estaremos nos mudando para Bayville.

-Bayville?- lembrei da mulher azul conversando com Sina há alguns dias atrás- E por que Bayville?

-Bom, acho que lá vai ser bom pra você, ninguém te conhecendo, poderia recomeçar sem as pessoas te julgando pelo que aconteceu a Jason.

Novamente as cenas da festa voltaram a minha cabeça, mas estava feliz por sair daquela cidade, não teria que ver mais nenhuma daquelas pessoas, sem julgamentos, seria como ter uma vida nova. Você deve estar se perguntando o que aconteceu a Jason, certo? Bom, depois de ter lançado ele contra a porta de vidro, ficou em coma por dois meses, os médicos disseram que foi por causa do acidente, mas eu tenho certeza que foi por causa do meu toque. Eu fiz a denúncia por assédio, tentei contatar as outras meninas que foram atacadas por ele também, mas, infelizmente, nenhuma teve coragem para fazer a denúncia, talvez por medo do que Jason poderia ter acontecido a elas, talvez elas fossem atacadas igual a mim. Não, não foi elas que jogou ele a seis metros de distância por uma porta de vidro. Quando ele saiu do hospital, obviamente a polícia foi atrás dele, mas não conseguiram provas o suficiente para o incrimina-lo, mesmo as marcas que ficaram no meu braço quando ele me agarrou, eu achei que estava livre, porque depois de dois dias descobri que ele havia deixado o estado, que foi de grande alívio para mim, mas mesmo assim ele era um cara bem conhecido, e as pessoas gostavam dele por não saberem do que ele fez, ou se negaram a acreditar, o que fez com que as pessoas se virassem contra mim por ter feito o tão "amigo" delas sair do estado.

Mas naquele momento tudo o que eu queria era sair daquele hospital, para depois sair daquela cidade

DOIS DIAS DEPOIS

Sina já havia arrumado todas as malas, e me apressava para eu arrumar as minhas. Mesmo tido alta há duas horas, eu já me sentia muito melhor, minha disposição havia voltado, estava bem. Melhor ainda porque sabia que iria sair daquele lugar.

-Já estou pronta, Sina- digo enquanto desço as escadas carregados as duas ultimas malas que faltavam por no carro.

-Ok, ponha no carro, uma... Amiga está lá fora, ela irá dirigir para nós.

-Ok - estranhei essa amizade de Sina, ela mal saia de casa para ir ao mercado, como ela conseguiu fazer amizades? Desde a noite no hospital, eu tenho desconfiado de algumas coisas que Sina tem feito, ultimamente ele andava conversando "sozinha" como dizia ela, mas eu jurava ter ouvido outra voz. Vou para fora da casa com as malas, e encontro uma mulher encostada em um carro.

-Você deve ser Anna, certo?- ela me pergunta, parecendo simpática.

-Eu mesmo- respondo.

-É um prazer te conhecer, Sina fala muito sobre a garota incrível que você é.

-Hm... Obrigada, e obrigada por nos ajudar. - mesmo aquela mulher parecendo tão simpática eu desconfiava nela, depois daqueles dias eu passei a não confiar muito nas pessoas, com minhas "amigas" se virando contra mim, e com aquela mulher azul conversando com Sina, e todos aqueles alunos me agredindo, não seria tão fácil acreditar em alguém novamente.- Desculpe a pergunta, qual seu nome mesmo?

-Meu nome é Ra... Rachel.- aquele tropeço nas palavras me fez desconfiar mais ainda dela, e não podia deixar passar, assim que nos chegássemos em Bayville eu teria um conversa com Sina.

-Já está pronta, Anna?- pergunta Sina saindo da casa e vindo de encontro a mim e a mulher.

-Já sim- digo virando a ela e ajudando a descer degraus que havia entre a casa e a calçada.- Não vejo a hora de sair desse lugar.

A viagem durou aproximadamente umas duas horas, durante toda a trajetória ninguém falou uma sequer palavra, tive tempo o suficiente para pensar nas exatas palavras que iria falar a Sina e todas as dúvidas que eu iria tirar. Eu queria poder ter me despedido de Angélica, mas depois da festa perdemos total contato e ela havia mudado de escola, talvez fosse até melhor ninguém saber que eu havia saído por enquanto.  Passamos por vários lugares durante a viagem, florestas, campos, outras cidades menores até que finalmente chegamos a Bayville, na estrada havia uma placa "Bem Vindos a Bayville" e no horizonte já se podia ver a cidade.

Estacionamos em uma casa pequena, na verdade era muito parecida com a casa que eu e Sina morava antes, ela era não muito grande, dois andares. Assim que entramos subi as escadas para por minhas bolsas no meu suposto quarto, e desci para ajudar a pegar as outra, quando cheguei na calçada, nossas coisas estavam no chão, e Rachel já havia saído dali com seu carro. Eu e sina pegamos as últimas coisas que faltavam.

-Sina, posso te perguntar uma coisa?- digo me virando a ela mas continuando andando.

-Já fez- ela dá uma risada- Pode sim, Anna.

-Quando eu estava no hospital, teve uma noite que eu via você conversando com outra mulher, vocês falavam sobre me tirar da cidade, quem era ela? e por que era azul? -Sina congelou, não via ela fazer nenhum movimento- Sina? Você está bem?

-Sim- diz ela voltando a se mexer -Essa mulher, não é nada que você devagar e preocupada, isso é tudo que você tem que saber.- Saiu andando dali, não sei porquê mas depois daquilo jurei a mim mesma que iria descobrir quem era, mas agora devia arrumar as coisas na minha nova casa.

The Rogue's Touch / CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now