Capítulo 12: Perseguição

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Acordo assustada. Depois daquela tarde no instituto Xavier eu venho sonhado sempre com a mesma coisa: a noite em que minha mãe morreu. Talvez quando Charles viu em minha mente tudo o que havia me acontecidos as minhas memórias todas vindo novamente a minha cabeça, todos voltaram a assombrar minha noite. Mas naquela noite eu tive um sonho diferente, em nenhuma vez sonhei que meus pais eram mutantes assim como eu. Acordei tarde e todos já haviam levantado, naquele dia eu e Mary deveríamos tirar os lixos e levar à estrada para que mais tarde o coletor pudesse levar dali, desço as escadas e me encontro com Mary que já estava acordada há algum tempo.

-Bom dia, Bela adormecida- ela cruza os braços em quanto me vê descer as escadas ainda com sono- Dormiu por tempo de mais, Sra. Brunksfield pediu para que tirássemos a mesa, não vai permitir você tomar café pelo horário que acordou.

-Não se preocupe, não estou com fome. Tive um noite péssima- mudo de assunto- Mas vamos levar os lixos logo daqui.

Tiramos todos os lixos de lá e colocamos perto da entrada para levar eles perto da estrada, Mary estava com seu avental para não se sujar, embora depois com certeza ela iria se sujar nas subindo em árvores no pomar para pegar frutas. Pegamos os lixos e descemos os degraus.

-Você falou que teve uma noite ruim- disse puxando assunto- O que aconteceu?

-Sonhos. Sonhos ruins, não se preocupe.

-Ok...

Continuamos caminhando sem falar nada, o cheiro dos lixos incomodava meu nariz e fazia meus olhos arderem.  Chegamos ao local onde deixamos os lixos e nos arrumamos para voltar para a casa. Ficamos ainda um tempo no silêncio.

-Olá gatinhas!

Nós viramos para ver quem era, não tinha ninguém atrás da gente.

-Quem está aí?- pergunto em voz alta olhando para os lados.

-Aqui em cima gatinha- olhamos para os galhos de uma árvore, um garoto, mais ou menos da mesma idade que eu e Mary, estava agachado em um dos galhos de uma árvore, ele apoiava uma das mãos apoiada na árvore, ele deu um salto de lá de cima e caiu em nossa frente.

-Que coisa é você?- perguntou Mary.

-Não importa pra você querida, eu quero a outra- ele vira para mim, recuo- Anna Marie, certo? Quando falaram sobre você não sabia que era tão linda- ele dá uma risada.

-Vá embora, nos deixe em paz- retruco me virando e puxando Mary pra vir junto.

-Acho que não...

Então uma coisa grudenta grudou em minha mão, enrolou em meus braços e começou a me puxar para trás, quando viro minha cabeça percebo que era a língua daquele garoto estranho, meu estômago começou a embrulhar e meu deu uma leve ânsia de vomito, tento fixar meus pés no chão mas aquele mutante era forte, ele me puxava com a Lígia enquanto eu tentava me soltar. Pensei em usar meu poderes, mas Mary estava ali, ela me puxava para trás, longe do garoto, e  gritava para ele me soltar, eu me viro pra ela.

-Não se preocupe, tive uma ideia- dou uma piscada para ela e ela me solta.

Deixo meu corpo ser puxado pela língua nojenta, quando estou bem próxima a ele dou um pulo erguendo meu pés na altura do rosto do cara, ele cai fazendo com que a língua em meu braço de desenrolasse, meu braço estava gosmento e com um cheiro pior que os do lixo.

-Ann, vem!- diz Mart me chamando- Vamos chamar alguém.

-Não! Pode deixar comigo.

Mesmo Mary estando ali, vendo tudo, eu começo a tirar minhas luvas.

-Ann, o que...?

Deixo minhas mais se aproximar dele,  eu daria apenas um toque, não causaria tantos danos, mas antes que eu pudesse tocar naquele rosto nojento ele se vira para mim e lança com a boca uma gosma que grudou em minha mão esquerda, logo em seguida na direita. Nojo.

-O que é isso? Tira isso de mim!

-Sinto muito, mas meus amigos querem te conhecer- ele se levanta e vem em minha direção, eu começo a correr.

-Mary, agora seria uma ótima hora para você ir buscar ajuda!

-Mas e você?

-Apenas vá, eu sei me virar!

Ela começa a correr pela estrada rumo ao orfanato, eu me viro para o cara.

-Aliás, meu nome é Groxo.

-Bom, péssimo dia pra ser você Groxo.

Ele lança a língua em minha direção novamente, não conseguida mexer aos mãos então me jogo de lado, a língua passa reto por mim se prendendo a um dos galhos das árvores, ele solta. Me levanto e começo a correr entre as árvores, tentava não olhar para trás mas era quase impossível e isso fez eu me atrapalhar e prender meu pé em um buraco no chão, caio. O homem-sapo vem em minha direção pulando, ele para bem em cima de mim.

-Ou, talvez, esse seja um péssimo dia pra ser você!

Ele se aproxima para me segurar mas algo se choca contra sua cabeça fazendo ele cair ao meu lado, rolo pelo chão longe dele e me levanto. Remy passa sobre mim correndo segurando um bastão, ele fica em pé apontando o bastão para Groxo.

-Ora, ora- ele diz- Parece que Ele te mandou, não é mesmo?- ele dá uma risada sarcástica- Mande-o um aviso: ele não vai conseguir!

Groxo se levanta.

-Gambit... Que surpresa você por aqui, não sabia que também estava atrás da donzela do toque mortal.

-Ei, eu não...- me aproximo.

-Não se preocupe, Ann. Esse linguarudo não vai mais se meter com você- Remy tira uma carta de baralho do bolso, segura com as pontas do dedo indicador e o dedo do meio, a carta começa a brilhar em chamas, Groxo olha com uma cara assustada e sai resmungando e saltando no meio das árvores, Remy guarda a carta no bolso novamente a apagando.

-Você está bem? Mary foi até o orfanato pedindo ajuda, mandei ficar.

-Tudo bem, mas... Quem era esse cara? - ele pega minhas mãos e bate com força com seu bastão fazendo a gosma, que já tinha endurecido, se quebrar deixando minhas mãos livres novamente.

-Acho que isso é seu- ele tira minhas luvas de seu bolso traseiro, as coloco- Groxo é de um grupo mutante denominado irmandade, liderado por Magneto.

-Irmandade? E quem é Magneto?

-Bom, acho que você quer saber sobre muitas coisas, vamos embora e te conto tudo- aponta para o meu joelho- E você precisa limpar isso.

Com toda aquela "ação" não tinha percebido que fiz um corte em meu joelho quando eu cai. Vamos em caminho de volta a casa, meu braço ainda fedendo e meu joelho sangrando. Naquele meio tempo fiquei pensando sobre o que Groxo havia falando sobre estarem atrás de mim, e se Gambit também estivesse atrás de mim como o cara-sapo havia falado, e o que ou quem era esse tal de Magneto que Gambit havia mencionado? Quando eu pensei que minha vida ia ter um rumo normal acontece isso, será que eu devia mesmo confiar em Gambit? Será que alguém realmente estava atrás de mim? Naquele momento eu não podia confiar em mais ninguém.

The Rogue's Touch / CONCLUÍDADonde viven las historias. Descúbrelo ahora