Tom

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As gravações para a série haviam voltado, eu estava feliz em poder estar de volta ao set mesmo sabendo que a demora para acontecer havia sido inteiramente minha. Com o fim de far for home a uma semana, decidi não descansar e ir direto ao que importava: começar a 4 temporada de Castle of Glass.

A série se passava em um universo sobrenatural, e eu interpretava um caçador. Tini era uma bruxa que basicamente fez eu me apaixonar por ela, como uma maldição. Pois meu personagem nunca poderia ter aquilo que ele queria matar.

Comecei a encaixar os detalhes em minha vida pessoal e ao que parece tudo se encaixava bem. Estava na mesma situação que meu personagem, amo aquilo que não posso ter.  Ando me sentindo sufocado, mal durmo a noite. E se durmo acordo de madrugada e não consigo mais voltar ao sono, por conta da ansiedade.

Em consequência disso meu mal humor estava no auge. Eu tentei não responder ninguém porque não queria ser rude, apesar de ser difícil já que a cada passo no set eu cruzava com um conhecido.

- olha só quem voltou do universo Marvel!!! - uma voz conhecida me chama a atenção, o sotaque americano era evidente. Chandler.

Contracenar com o Riggs era incrível, apesar dos gostos diferentes não havia rivalidade. Por trás das câmeras, óbvio. Pois na série nossos personagens se odiavam e formavam um triângulo amoroso com Tini.

O garoto estava todo sorridente, e eu sabia que o mesmo estava agitado e feliz de voltar às gravações. Eu poderia estar, juro. Mas o fato de não falar Martina desde daquele beijo, ou não conseguir dormir a quase uma semana me matava. Kátia, minha maquiadora, vai ter que fazer um milagre para esconder as grandes olheiras que enfeitam o meu rosto.

- não responder ao meu bom dia é falta de educação. - Chandler me retira da transe.

- foi mal, ando meio desligado ultimamente. Não dormir está acabando comigo. - respondo, ainda andando.

- se anima. Agora você está de volta, e vai ficar mais perto da Tini, isso é motivo para se alegrar. - o garoto diz me acompanhando. Ele poderia ter toda razão, se soubesse metade da história.

**********

Eu não conseguia me concentrar nas falas e as esquecia tão facilmente, que achei que no mínimo Dave, o diretor, iria me matar hoje. O grito de 'CORTA' ecoava na minha mente, como um sinal de que novamente eu havia errado.

A cena era simples, era uma discussão entre os personagens de Tini e eu. Tudo o que eu fazia era estragar a cena, ou esquecendo a fala. Ou errando as expressões faciais. Ou não olhando para Tini como deveria. Estava tudo errado.

Agradeço ao céus quando ouço Dave dizer que iam fazer uma pausa para o almoço, mas que não me daria escapatória depois. Estava desapontado. Seu rosto não me enganava.

Ando em direção ao meu trailer, e não paro para falar com ninguém. Estava irritado e de mal humor, em dias como esse eu só não queria sair de casa. Mas já atrasei demais as gravações para me dar ao luxo de vir quando quiser.

Me jogo no sofá cinza que está embutido ao trailer e solto um gemido de desespero ao ver que nem ali conseguiria dormir. A hora do almoço só estava adiando o inevitável, hoje não era um bom dia. Jogo o roteiro para bem longe pois não conseguia ler porra nenhuma.

A porta do trailer se abre, revelando a loira que me causava tanta ansiedade e bufo. Ela dá um meio sorriso para mim e eu implorava para ela não ver o quanto isso era o meu fraco. Suas mãos tocam a ponta dos meus pés, cobridos por uma meia branca e a loira faz uma massagem relaxante neles.

- o que foi spider-boy? - sua voz rouca pelo frio da Inglaterra me faz arrepiar. - errou todas as falas, em todas as cenas.

- não é nada, só não consigo dormir a muito tempo. Longas noites, longos dias....estou cansado. - solto um suspiro profundo e me condeno por não dizer a verdade. Ao menos não havia mentido, já que o sono era meu maior inimigo agora.

- muito sono, pouca vontade de dormir? - ela pergunta e eu aceno positivamente. - se tudo o que precisa for um sono, eu posso te ajudar nisso.

Não entendo o que ela diz até a ver a mesma arrancar suas botas e subir no sofá, Tini pede para eu dar espaço e a mesma deita atrás de mim formando uma conchinha inversa. Agradeço por ela não estar a minha frente, porque eu poderia ficar ereto e não conseguir controlar e....

- tá bom assim? - ela corta meus pensamentos colocando seus braços ao redor de meu peito e subindo sua perna direita nas minhas. Ela estava tão perto que eu podia sentir sua respiração em meu pescoço, esse com toda certeza se tornou o meu lugar favorito. Passo minha mão direita em sua perna a segurando mais perto. Ela deposita um leve beijo em meu pescoço e essa é a última sensação que sinto antes de cair em sono profundo.

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F.R.I.E.N.D.S - Tom HollandWhere stories live. Discover now