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Sentir

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É um pouco estranho tentar explicar quando o amor adentra o nosso ser, se pararmos para pensar que cada caso é um caso. As vezes é com um mísero sorriso bobo, lançado para nós de modo puramente inocente. De modo que nos faz revirar os olhos e sorrir também. Outras vezes por um simples comentário irônico, que nos irrita, seguido por uma enorme ajuda inesperada. As vezes o amor pode surgir por causa de momentos difíceis, desesperados, solitários, ou até mesmo felizes. Neutros. Pois como eu disse anteriormente, cada caso é um caso. No meu, o amor deveria ter surgido por uma enorme combinação de todos esses acontecimentos, e era idiota tentar continuar negando.

Mesmo que nos conhecêssemos há apenas alguns dias... tempo era irrelevante quando se tratava do coração. E o meu... bem, o meu parecia que criava mais vida quando estava perto dele, mesmo que isso me fizesse uma garota ainda mais inconsequente que o normal. Mesmo que eu não agisse com a cabeça. Mesmo que eu soasse imatura, como agora.

Observando-o, me aproximei um pouco dele, que se assustou com o ato mas não se afastou. Meu querido segurança apenas permaneceu parado, bem na minha frente, como tantas outras vezes. Eu não possuía um desafio divertido em mente, o que era um pouco frustante, mas ainda assim, queria tentar algo. Queria tentar fazê-lo ter alguma reação.

- Case-se comigo - falei, simplesmente. - Eu desafio você a se casar comigo.

Era um truque. Eu sabia que ele iria dizer não.

- Sem chances.

- Você me pediu um desafio, amigão, esse é o desafio.

- Me casar com você?

- Isso mesmo.

- E por que eu faria isso? É loucura.

- Não é loucura, é um desafio.

- Eu não vou fazer isso. Me peça outra coisa.

- Por que não? Você é tão chato! - reclamei, prologando o "o" no final.

- Porque é um casamento, Nalu. Casamento. Não posso simplesmente me casar com você. O que eu falaria para o seu pai? É provável que ele me demitisse. É provável que ele sei lá, me banisse da Coréia.

- Então, tecnicamente, você está dizendo que se não fosse pelo papai, você até que se casaria comigo? - eu sorri.

- Eu não... - ele começou a falar, mas parou, passando a mão por seu longo cabelo e suspirando. Desculpa Deus, mas de verdade, eu adorava irrita-lo. - Apenas fale o desafio.

Dando de ombros, como se aquilo não fosse meu objetivo, eu falei:

- Promete que fará o que eu pedir?

- Vou precisar me casar com você?

- Não, não vai - revirei meus olhos.

- Então sim, eu prometo.

- Dedinho? - apontei meu dedo mindinho para ele, que o encarou por alguns segundos, mas logo ergueu sua mão, fazendo o mesmo. - Você não pode descumprir isso, está bem? Caso contrário eu irei fazer questão de cortar o seu dedo mindinho. Isso é uma promessa séria.

- Tudo bem, tudo bem. Eu prometo, seja lá o que for, irei fazer.

- Ótimo, então feche seus olhos.

- O que?

- Apenas feche-os!

Sem dizer uma palavra sequer ou reclamar, meu segurança fechou seus olhos. Aproveitei aquilo para caminhar em direção a entrada da sala e desligar as luzes, deixando a sala iluminar-se apenas com o belo luar.

- Não estou entendo o sentido disso - meu segurança murmurou.

Sua postura um pouco mais frágil pelo fato dele estar de olhos fechados, mas sua aura forte e confiante. Ele não tinha medo de estar daquele jeito frágil, o que parecia significar que confiava em mim. Talvez não totalmente, mas um pouco.

- Você me ensinou o jogar sinuca mais cedo, então quero te ensinar algo também.

- O que isso tem haver com o desafio?

- Na verdade, esse é o desafio. Espera só um pouquinho.

Voltando para sua frente, respirei fundo. Não que eu estivesse prestes a fazer algo arriscado, pois já havia feito inúmeras coisas absurdas na minha vida, mas o fato de estar com ele, de ser ele, me deixava um pouco nervosa. Me fazia pensar que talvez, todos esses sentimentos, fossem apenas coisas da minha cabeça. Mas como eu poderia ser capaz de acreditar em algo assim? Era impossível.

Que se dane, murmurei, mentalmente. Com calma, segurei suas mãos e as levei até meu rosto, massageando-o lentamente. Apesar de ser um segurança, suas mãos eram macias, quentes e confortáveis. Isso me fez sentir um pouco mais confortável.

- Nalu...

- O que você sente agora? - perguntei, interrompendo-o.

Um rápido silêncio se instalou pelo local, até que ele disse, de forma tão baixa, que parecia que qualquer mísero barulho iria ser capaz de atrapalhar o entendimento daquelas palavras:

- Eu sinto você. Sua pele levemente gelada e macia. Suas mãos segurando as minhas - ele acariciou meu rosto espontaneamente e fechei meus olhos com seu toque. A sensação era diferente quando ele mesmo o fazia.

Depois disso, levei sua mão direita até o meu lábio suavemente. Dessa vez não perguntei nada. Apenas permaneci ali durante alguns segundos, até que, novamente, sua mão moveu-se por vontade própria e eu soltei um pequeno sorriso, sem mostrar os dentes. Ele sentiu eu sorrindo também. Sentiu que era exatamente isso o que eu estava querendo. Sentiu que esse era o desafio. Me tocar. Me sentir. Passei suas mãos por meu pescoço, descendo-as lentamente, até que elas começaram a mover-se por vontade própria diante do meu corpo.

E eu sentia cada centímetro que ele tocava, formando trilhas indecifráveis. Sentia quando ele segurava minha cintura, quando acariciava meu cabelo, quando voltava novamente para os meus lábios... até que ele deu um passo para frente, juntando nossos corpos de vez. Eu sentia seu abdômen e isso me fez sorrir, lembrando da noite em que ele recuperou meu celular e eu o abracei. Esse acontecimento parecia ter ocorrido há meses atrás, mas a verdade e que não se passara nem três dias direito.

Meu segurança desceu seu braço até minha cintura, me aproximando ainda mais dele. Nesse momento, abri meus olhos, contemplando seu rosto próximo do do meu. Seus olhos também encontravam-se abertos e o brilho que emanavam neles... mesmo que estivesse um pouco escuro, eu conseguia senti-los vibrar.

- Eu sinto muito por não conseguir me lembrar de você - murmurei, e ele apenas sorriu. Não um sorriso provocante ou com um pequeno ar de ironia. Um sorriso sincero. Meigo. Amoroso. Um sorriso que fez meu coração aquecer um pouco.

Droga, talvez eu realmente sentisse algo por ele.

Sem pressa alguma, meu segurança beijou minha testa e disse:

- Acho melhor pararmos por aqui. Desculpe não conseguir jogar isso direito. Digamos que não sou bom demonstrando coisas ou fazendo coisas como essas.

Não consegui dizer nada. Não consegui me opor. Eu apenas acenei. Acenei e observei-o se afastar de mim, com os olhos tão meigos, como eu nunca tinha visto antes.

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Postei e saí correndo, ahahahaha. 

ps: desculpa qualquer errinho, euteamovcs.

New security ❄ Im JaebumWhere stories live. Discover now