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Você e ele, huh?

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Holden pareceu surpreso ao me ver abraçar Jaebum. Mas não tanto quanto meu próprio segurança. Seus olhos pareciam tão perdidos que no mesmo segundo o soltei e  olhei para o chão, me afastando meio sem jeito.

- Isso foi inesperado - papai informou, quando me separei do segurança um tanto envergonhada.

- Eu só me empolguei - tentei fingir que não era nada demais e Holden sorriu.

Óbvio que não tinha acreditado.

- Pensei que se odiassem - ele disse, fazendo-me lembrar de antes. Estava falando um pouco devagar e fazia careta vez ou outra, mas estava bem. Isso era ótimo.

- Senhor... - Jaebum começou a falar, mas o homem levantou com dificuldade a mão direita, pausando-o.

- Não é sobre isso que estou atrás de saber. - sua voz era regular, mas não queria dizer que estava repreendendo-o nem nada. - Não ainda. O que houve comigo?

Apesar da felicidade, quando fez essa pergunta, o sorriso em meus lábios se desfez por completo.

- O senhor foi atacado - Jaebum disse.

- Por quem?

- É isso que polícia está tentando descobrir agora. Por acaso não se lembra de nada? É o único que consegue dizer o que aconteceu naquele dia.

Ele pareceu pensativo, como se tentasse lembrar dos acontecimentos com exatidão, mas disse, apenas:

- Não.

- Tem certeza? - eu perguntei.

Holden acenou.

- Foi apenas isso que aconteceu?

- Na verdade - Jaebum fez uma pausa. - Também houve uma transfusão de sangue. Por isso que estamos aqui. O senhor recebeu alguns tiros, perdeu muito sangue e foi encontrado embaixo de uma ponte.

Nesse momento, Holden parou de prestar atenção no segurança e me encarou. Seus olhos não continham aquela surpresa absurda, mas estava lá, eu podia sentir. Aqueles pensamentos sombrios em sua cabeça, informando-o que a verdade ja havia sido revelada e que ele não poderia mais mentir. Ainda estava lá, aquela sensação de tristeza e arrependimento, junto a um possível "eu não faria diferente."

- Vou deixá-los sozinhos  - o segurança informou, respeitosamente. - Precisam conversar e não serei de grande utilidade no momento. Querem que eu chame o médico?

Eu acenei e o observei sair da sala. Ao voltar minha atenção a papai, havia um sorriso triste e esperançoso em seus lábios.

- Você e ele, huh?

- Não há nada entre nós.

- Aham... - murmurou, apontando para a cadeira ao seu lado. - Sente-se.

Fiz o que pediu sem dizer nada e continuei encarando-o. Papai parecia estranho. Como se tentasse juntar as palavras certas para não me magoar. Isso incomodava.

- Não era assim que eu esperava que você fosse descobrir.

- Achava que eu iria descobrir?

- Estamos falando sobre você, minha filha, acha que não iria descobrir?

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