Espero-te nas estrelas

Capítulo 2 - Star

Sinto uma mão no meu braço. Alguém me puxou com tanta força que caímos no passeio. Quando olho vejo que é o Sam, o rapaz novo na minha turma.

- Muito obrigada, acabaste de me salvar de um atropelamento. Como posso te agradecer?
- Vou ver se preciso de algum favor. – diz o Sam com um sorriso convencido.
Franzo a sobrancelha.
- Estou a brincar - faz uma pausa - Ou não. Fica a dúvida no ar. Vê se não andas tão distraída porque para a próxima posso não estar lá para te salvar a vida.
Tem um sorriso incrível, mas é muito convencido.
- És um gabarola.
- Gabarola? O que é isso?
- Para além de gabarola és péssimo a português.
- Olha quem fala miúda desastrada.
- Gabarola é alguém muito convencido. E eu não sou desastrada, estava apenas desatenta.
- Sou um aluno excelente, simplesmente não entendi essa palavra miúda desastrada.
- Ok ok, gabarola – digo e reviro os olhos.
Uma rapariga de estatura média, cabelo liso, comprido e castanho, dirige-se a Sam.
- Olá amor, o que aconteceu? - pergunta a rapariga
- Nada, vamos? - diz Sam
- Sim vamos. – responde a rapariga e olha-me de alto abaixo.

Como posso ser tão distraída? E o gabarola tem uma namorada? Claro que tem, porque não haveria de ter? Sorte a minha ele ter vindo para o mesmo curso que eu. Reviro os olhos com este pensamento.
Caroline e Madison aproximam-se de mim.

- Star estás bem? – pergunta-me Madison.
- Sim, estou bem. – respondo
- Parece-me que alguém se interessou pelo rapaz mais popular da escola. – afirma Caroline.
- Não, ele é um gabarola e muito presunçoso, além disso ele tem namorada. E... espera ele é o rapaz mais popular da escola? - digo
- Tem, mas pode deixar de ter. Claro que é Star, ele é Sam Scott. Eu não acredito que não o conheces, és tão distraída. – diz Caroline admirada.
- Ui, olha a minha sorte. O rapaz mais popular da escola, está na minha turma. – digo com ironia.
- Espera, ele está na vossa turma? – pergunta-nos Caroline.
- Está sim. - confirmo.
- Ui, quero saber de todos os pormenores. – diz excitada.
- Não vai haver nenhuns pormenores. – digo.
- Concordo plenamente com a Caroline! Admite que o achaste atraente Star. – diz Madison.
- Não posso admitir algo que não achei. – Minto
- Não sei quem queres enganar. – diz Caroline.
- Tenho de ir, até amanhã. – digo
- Foge, foge. – dizem Caroline e Madison em coro. Olham uma para a outra e riem.

Cheguei a casa finalmente. Vou direta ao quarto, faço miminhos na minha gata Kira e vou tomar um banho. Quando saio do banho, reparo que a minha mãe ainda não chegou. Vou para o quarto, deito-me na cama e coloco os fones e clico no play da minha playlist. Começo a pensar no dia de hoje, os pensamentos fogem todos para aquele gabarola do Sam.
- Sai da minha cabeça! - digo em voz alta.
Porém, não saía por nada e só me lembrava de cair no passeio com ele. Ficou toda a gente a olhar. Nem acredito que eu não sabia que ele era o rapaz mais popular da escola. Retiro o que disse, eu e ele nunca seremos amigos. Eu não serei amiga de um gabarola. Sou interrompida nos meus pensamentos pela chegada da minha mãe.

- Olá Star. Como foi a escola?
- Olá mãe. Foi normal, tu sabes apresentações em todas as disciplinas.
- Huuum... nada mais?
Ok, de certeza que alguém me viu com o Sam e disse à minha mãe. Estas pessoas não sabem estar caladas.
- Nada mais o quê? – faço-me de despercebida.
- Ah não sei... disseram-me que foste quase atropelada! Star onde anda a tua cabeça?
- Calma mãe, eu estou bem. Quem te disse?
- Tens muita sorte do Sam ser um bom menino e te ter ajudado, nem sei o que seria se não fosse ele. O pai dele é claro!
- Espera tu conheces o pai do Sam?
- Sim, trabalhamos juntos.
Ai eu não acredito no que estou a ouvir. Isto não pode piorar?
- Ah e é verdade estou a pensar em fazer um jantar, mas não aqui em casa, num restaurante qualquer. Tenho de agradecer pessoalmente ao Sam e tu também.
- Mas mãe eu já lhe agradeci. Posso não ir?
- Star que raio de pergunta é essa? Vais e pronto.
Não tenho hipótese. Porque perguntei se isto não podia piorar? Já devia saber que essa pergunta não traz sorte nenhuma.

Estou agora a tentar adormecer, é quase meia noite, e só penso no facto de ter um jantar com o Sam e os seus pais. Como é que não sabia que a minha mãe trabalhava com o pai dele? "Porque não conhecias o Sam" – informa-me o meu subconsciente.
Sinto os meus olhos pesarem e finalmente adormeço.