Capítulo 48 - Sam

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A Star ficou em coma na quarta-feira. Hoje é domingo e faz quatro dias. Não fui à escola nem na quinta-feira, nem na sexta-feira. Infelizmente, não poderei escapar mais. Amanhã a escola aguarda-me e não estou com nenhuma vontade de ir. Só o facto de ter de ver todas aquelas pessoas a encarar-me ou a fazer-me múltiplas perguntas causa-me náuseas. Durante estes quatro dias estive ao lado da Star, não houve um dia que não a fosse ver.
Até agora, interrogo-me do porquê de ela ter vindo até minha casa. Na noite anterior, tinhamos dito coisas horríveis um ao outro. Nunca pensei ver a Star bêbada. Ela fica engraçada, mais engraçada do que já é.
São 16 horas. Daqui a uma hora é a minha vez de a ir ver, por isso, começo a prepara-me. Contarei-lhe sobre como estou e das novidades.

........….......................................…...……….….

Acabei de chegar ao hospital. Cruzo-me com a mãe da Star e esta apresenta uma cara triste, desanimada, e nem sei o que me passou pela cabeça quando reparo em mim a dar-lhe um abraço.

- Desculpe, eu só... esqueça... - baixo o olhar.
- Não, tudo bem. Obrigada por isso. Obrigada por teres presente a Star na tua mente e a vires visitar todos os dias. - Sorri.
- Ela vai ficar bem, eu sei que vai. - Falo esperançoso.
- Pois vai. Falamos outro dia? Gostaria de saber mais sobre ti.
- Claro.

Deixou-me completamente surpreso. Agora estou nervoso e com um pouco de medo.
Decido ignorar os sentimentos e vou visitá-la.

- Olá Star. - Cumprimento ao chegar ao quarto.
- Hoje trago notícias. Não boas. Pelo menos, não para mim. Quanto a ti não sei qual a tua opinião. Amanhã terei de regressar à escola, mas não te preocupes, mal acabe venho-te ver.
Suspiro.
- Não sei o que pensar sobre tal. Não fui à escola nem quinta-feira, nem sexta-feira, encontrava-me incapaz de tal. Porém, não posso fugir mais a isso. - agarro na sua mão - Não sei se conseguirei aguentar tanta pressão que recairá sobre mim.
Faz-se silêncio no quarto. Sei que ela
teria-me dito que eu tenho de confiar em mim e conseguiria ultrapassar este obstáculo, por isso, sorrio face à minha mente fértil que imaginou um momento em que ela proferia essas palavras.

Fico mais um pouco com ela a falar de coisas aleatórias.

Quando chega ao fim da minha visita, repito o mesmo processo que tenho usado como despedida durante estes quatro dias. Um beijo na testa. Porém, quando chego perto da porta, olho para trás e sai-me da boca palvras que me partem o coração, ainda mais.

- Por favor, não me deixes. - Uma lágrima rola sobre o meu rosto e saio do quarto. Hora de ir para casa.

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- Não sei, nunca o vi neste estado.
- Tem de haver algo que possamos fazer!
- Ele deve estar mesmo apaixonado por esta rapariga, nunca pensei que ele passasse tanto tempo num hospital.
- Dá-lhe tempo querida. Tempo cura as feridas.
Abraçam-se.
Sei que é errado ouvir as conversas das outras pessoas, mas esta não foi de propósito. Simplesmente aconteceu. Os meus pais estão sem saber o que fazer comigo, e, muito honestamente, nem eu sei o que fazer. Volto para o meu quarto.
Passado cerca de meia hora, a porta abre-se e incide uma luz no meu quarto escuro. Alguém sob na cama e abraça-se a mim. A Kitty não diz nenhuma palavra, limita-se a abraçar-me carinhosamente.
Sorrio face a este gesto e adormeço juntamente com ela.

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⏰ Last updated: Aug 22, 2019 ⏰

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