Capítulo 37 - Star

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É segunda-feira, de novo. Não quero ir para a escola, mas tem de ser, não é?
Visto umas calças largas e uma sweater. Prendo o meu cabelo num coque bagunçado. Pego na mochila e saio de casa.

Os corredores estão repletos e quase nem consigo passar. Finalmente chego à esquina, olho para trás ao mesmo tempo que faço o meu caminho. Está realmente muita gente. Sinto-me a chocar contra a alguém, claro, só podia. Star a desastrada. Não só choquei, como também caí em cima da pessoa. Decido por fim, observar quem foi a pessoa infortunada. É o Sam, de toda a gente, tinha de ser o Sam. Ele olha para a sua esquerda e olho também, é a Madison. Ele empurra-me de cima dele, olha uma última vez para mim e sai de rompante pelo corredor.

Olho para Madison que está com uma cara de que vai matar alguém.
- Hey, o que se passa? – Pergunto.
- Madison! – Chamo.
- Sim. – Desperta dos seus pensamentos.
- Que cara é essa? – pergunto.
Pensa por alguns momentos e diz – Ele empurrou-te de uma forma muito bruta!
- Eu sei, não ligo. Há algo de errado nele.
- Como assim Star?
- Acho que ele esconde alguma coisa.
- Que tipo de coisa?
- Não sei bem ao certo.
- Eu acho que ele não esconde nada, é só parvo mesmo.
- Não sei... talvez.

As aulas decorrem normalmente, a mesma rotina de sempre na vida de adolescentes complicados.
Hoje tenho de ir à aula de teatro, não posso faltar.


Quando entro na sala de teatro, ainda poucos chegaram.
Aproximo-me da professora.

- Desculpe a minha falta, não consegui vir.
- Tudo bem, Star. Hoje vamos fazer interpretações, vai ser engraçado.
- Ok, mal posso esperar. – Sorrio.

Os alunos entram e surpreendemente, junta-se a nós o Louis.

- Sentem-se numa roda e vamos todos fazer exercícios de respiração.

Fico à beira de Louis, de frente para Sam.
Assim que acaba os exercícios de respiração, a professora diz - Quero que cantem a música que vos vier à cabeça e se for preciso adaptem.

Escolho a "Be alright" do Dean Lewis, é uma perfeita indireta para o Sam. Adapto a música para a versão feminina.

Chegou a vez dos alunos, cantam música bem diversificadas. A que me surpreendeu mais, foi o Louis a cantar "Can't help falling in love with you" do Elvis Presley, ele tem uma voz incrível.

Chegou a minha vez, estou nervosa, olho para o fundo da sala e começo a cantar, não evito a meio da música olhar para o Sam e cantar a música para ele. A expressão dele é angustiada?
Dou tudo de mim naquela música. Termino a minha apresentação e a seguir segue-se o Sam.

Ele canta "Get you the moon" de Kina. Parece estar a cantá-la para mim. Não Star, estás a alucinar!
A voz dele encaixa-se tão bem nessa música. Poderia ficar horas a ouvi-lo.

A aula de teatro acaba, infelizmente. Saio da escola, em direção a casa, até que me lembro que deixei o telemóvel na sala de teatro.
Vou recuperá-lo rapidamente.
À saída da escola os meus olhos encontram algo que nunca pensei na minha vida inteira ver. Traição, nunca na minha vida pensei vir da pessoa. Sinto três mil facas espetadas nas minhas costas.
Não vou chorar, sou mais forte do que isso, em vez disso decido fazer algo que nunca pensei fazer numa situação destas. Creio que até faz parte do amadurecimento.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now