Capítulo 38 - Sam

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- Ena, muitos parabéns pombinhos. Espero que sejam muito felizes. Sinceramente, vocês merecem-se um ao outro. – Interrompe, felizmente, Star o meu beijo forçado com a pessoa que a dececionou imenso.

- Olha só quem é. – Diz a rapariga que está comigo.
- Porquê tu? Somos amigas desde sempre.
- Amigas? Tu eras uma pervertida, todos os rapazes que eu gostava, gostavam sempre todos de ti.
- Eu não tinha culpa. Eu ajudava-te sempre a tentares ficar com eles, olha o caso do Alex ou do Josh ou até mesmo o Liam. Sempre tive lá para ti.
- És a menina perfeitinha de que todos gostam. Excluías-me sempre. Trocavas-me sempre. Era sempre a segunda opção.
- Nunca estiveste em segunda opção. Eu contava-te todos os meus segredos. E tu, na verdade, só me estavas a usar. Queres ficar com ele? Força fica, mas o que perdeste não vais conseguir recuperar. – diz Star e vai embora

Não consigo falar nada. É oficial, a Star odeia-me! Tento ir atrás dela.

- Se fores ter com ela, revelo o segredo. – Ameaça a rapariga.
- Eu avisei-te que isto ia acontecer! Não quiseste saber! Eu não gosto de ti e tu sabes disso, para com isso enquanto é tempo. – Digo eu.
- Não, a Star fica sempre com tudo aquilo que eu quero. Desta vez, é ela quem cai. – Diz a rapariga com desejo de vingança.
- Ela confiava em ti, ela importava-se contigo. Ela era tão tua amiga! Porque é que tens de fazer isto? Não te vai levar a lado nenhum, tu vais acabar por te afundar e tu sabes disso.
- Se eu afundar, afundas comigo.
- Porquê que tens de ser assim?
- Ela tem sempre tudo o que eu quero. Os rapazes que eu gostava, gostavam sempre dela e ela nem sabia disso. Toda a gente gosta dela, é insuportável! E agora que eu te encontrei, tu tens de gostar dela.
- Eu antes dela tinha a Katie, porque não fizeste nada em relação a isso?
- Acredita, eu tentei. Mas aquela rapariga estava sempre à frente de tudo.
- Não gostas dela, mas pedes para a beijar de forma a que a Star veja. Para quê?
- Para ela ficar magoada é claro, e, também para te odiar.
- Odiar é uma palavra muito forte.
- Não é. É bem banal. Toda a gente odeia alguém na vida.
- Eu não odeio.
- Isso é a tua cabeça a falar, para pareceres uma boa pessoa. Mas o teu coração... esse odeia alguém.
- Eu digo isto de coração. Eu posso não me dar com algumas pessoas, mas eu não as odeio.
- Odeias pois.


Não continuo esta discussão porque sei que ela não vai mudar de ideias, por isso mudo o assunto.

- Como te sentes agora que a Star sabe tudo?
- Ótima, ela finalmente sente na pele a traição. Todas as vezes que me trocava por aquelas pitas insuportáveis e me deixava de fora.
- Ela não te deixava de fora, tu é que te excluías.
- Não ela deixava-me de fora e contava-lhes segredos que não contava a mim.
- Quem não te diz que ela não te contava? Ela confiava muito em ti, podia perfeitamente contar-te à parte.
Ela cala-se por uns momentos.
- Não quero saber. Ela é daquelas meninas todas bonitinhas que só quer chamar à atenção e que todos gostam dela.
- Se isso fosse verdade, ela seria a rapariga mais popular da escola, e não é.
- Não é porque entrevi a tempo, se ela começasse a namorar contigo, ficaria a rapariga mais popular.
- Isso não é verdade.
- É sim Sam, e tu sabe-lo.

Ela tem razão, mas não lhe dá o direito de fazer isto.

- Vou-me embora, é demasiado tarde. – digo eu.
- Não, não vais. Vais ficar comigo.
- Não vou.
- O teu segredo vai ser revelado.
- Força revela-o. Não tenho mais nada a perder. – vou-me embora.
- Estou a falar a sério, a tua vida vai ficar destruída. – Grita.
Ignoro.

Não tenho mais nada a perder. A única coisa que eu precisava, perdi-a.
Sinto-me a afundar. Não tenho mais chão. Estou num afundamento sem fim.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now