Capítulo 35 - Sam

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Vim até à praia, observar o mar e pensar em tudo o que tem acontecido.
Sinto-me tão mal com o que se anda a passar com a Star, se ao menos ela pudesse saber...

Sentir a brisa do mar sabe tão bem, parece que por momentos esquecemos de tudo, dos problemas e das responsabilidades. No entanto, rapidamente, todos os pensamentos voltam-se para Star. Eu magoei-a tanto e provavelmente ela nunca me vai perdoar, mesmo que saiba a razão do que fiz, mas tive de o fazer não havia outra forma.

Olho à minha volta e os meus olhos encontram-se com os dela, mas ela rapidamente ela desvia o seu olhar. Todas as amigas dela estão a olhar para mim com expressões de julgamento.

Mas porque é que tínhamos de ter escolhido a mesma praia? – pergunto a mim mesmo, com uma voz baixa.

Desvio o meu olhar para Star. Está com uma cara muito vermelha, furiosa claramente, e a olhar para o mar.

Sento-me na areia e observo o mar, tento não pensar que ela está ali.

- Porquê eu? – ouço alguém a gritar.
Olho para a minha direita onde se encontram Star e as amigas. Ela está a chorar e todas as amigas estão a tentar acalmá-la.
Tento controlar-me para não ir lá, porque ela com certeza não vai reagir bem. Contudo, desobedeço ao meu cérebro, levanto-me e vou lá.

- Hey, o que é que se passa? – aproximo-me de Star.
- Vai-te embora! – grita comigo.
- Não, não vou enquanto não parares com isso! – está a ter um ataque de ansiedade.
- Sai! – volta a gritar.
- Sam, é melhor ires. – diz uma amiga dela.
- Não, porra. Vocês não estão a ver a situação? – digo, não desviando a atenção de Star.
- Star respira fundo, respira! Dêem-lhe espaço, afastem-se! Ela precisa de ar. – indico às suas amigas incompetentes.
Agarro nas suas mãos – Respira fundo, força. Anda lá!
Ela abana a cabeça e murmura que não consegue.
- Consegues sim! – encorajo-a, encarando-a nos olhos.
Ela parece acalmar-se um pouco, mas não o suficiente. Começa a tentar respirar fundo, mas sente-se atrapalhada.
- Fecha os olhos, concentra-te apenas na tua respiração.
Ela fecha os olhos e segue as minhas orientações.
- A tua respiração é o mais importante. – digo-lhe.

Ela acalma-se, abre os olhos e cai no meu colo. Todas as amigas se afastam, num objetivo de nos dar privacidade.
Oh não, isto não vai dar nada certo.

- Porque fizeste aquilo comigo? – pergunta numa voz triste.
Tento resistir à minha vontade de lhe tocar no cabelo.
- Porque teve de ser. – Digo com uma voz distante.
Levanto-a do meu colo e ela encara-me nos olhos.
- Eu não mereço isto! Tu não podes simplesmente aproximar-te de mim, ser meu amigo, beijares-me e deixares-me na merda. – Lágrimas escorrem-lhe pela sua face delicada.
- Não compliques mais isto Star, já é complicado o suficiente. – Sinto uma lágrima a descer sobre a minha bochecha e ela rapidamente a limpa.
- Tu estás a chorar? – pergunta muito surpreendida.
- Não, foi só uma coisa que entrou no olho. – Dou uma resposta péssima.
- Claro! – responde com ironia.
- Por favor Sam, diz-me o que se passa eu ajudo-te.
- Não, não é nada. Isto tudo foi um erro nunca devia ter acontecido. Segue a tua vida que eu sigo a minha e esquece-me, eu nunca existi. – Levanto-me, olho uma última vez para a rapariga delicada presente à minha frente e saio a passos largos pela areia.

Quando me encontro longe o suficiente, caio na areia e choro.
A última coisa que queria era magoá-la. Ela não merece nada disto, mas fi-lo para a proteger.

Recebo uma mensagem: «Cumpriste a tua parte do acordo?», respondo «Sim, agora deixa-a em paz!», recebo outra «Muito bem, és meu esta noite.»

Desligo o telemóvel e aproveito os meus últimos momentos de paz.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now