Capítulo 18 - Sam

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- Star? – sussurro para Kitty não acordar.
- Sam? O que fazes aqui? – pergunta igualmente sussurrando.
- Podes vir cá fora? Tenho uma coisa para te mostrar. – Peço.

Ela levanta-se cuidadosamente da cama, vem ter comigo e fecha a porta do quarto de Kitty.

- O que queres gabarola? – pergunta-me
Agarro-lhe na mão e digo – Quero te mostrar uma coisa de que vais gostar.

Ela não diz nada, apenas limita-se a ser puxada por mim.

Conduzo-a até o telhado da casa. Ela fica fascinada com a vista. Larga a sua mão da minha e observa o céu. Ao fim de uns minutos senta-se, em cima de uma manta que lá coloquei. Sento-me ao seu lado.

- Gostas? – pergunto-lhe.
- Se gosto? Adoro! – diz-me com sinceridade.
- Sabia que ias gostar. – digo-lhe.
- Como sabias? – diz-me surpreendida.
- Para começar o teu nome é Star, segundo tens um colar com uma lua.
Ela coloca a mão no colar. Olha para mim e diz.
- Muito observador tu.
- Nem imaginas o quanto.

Ela deita-se e diz – Podia ficar aqui horas que não me cansava.
- Também eu. O universo é das coisas mais atrativas e misteriosas.
- Uau, impressionas-me.
- Porquê?
- Um gabarola popular interessar-se pelo universo, coisa rara.
- Não é tão raro assim. Não me conheces, também tenho sentimentos.
- Não te conheço? Então deixa-me conhecer-te.
- Ok, mas prometes que não gozas? – digo e estico o meu dedo mendinho.
- Prometo. – diz e entrelaça o seu mendinho no meu.
- Bom, eu gosto de ver filmes românticos.
- Ok, qual é o mal?
- Bom, se alguém soubesse ia ser gozado.
- As pessoas criaram a ideia que os rapazes gostam de futebol e as meninas gostas de brincar com bonecas. Quando eu era mais pequena, fui muitas vezes julgada por eu jogar futebol e não brincar com bonecas.
- Muitas pessoas ainda não aceitaram que estamos noutro século e que há novos ideais. Novas formas de pensar e agir.
- Exatamente, mas mudar o pensamento de alguém é muito difícil, principalmente quando a pessoa em questão não tem mente aberta.
- Exato. – Concordo.
- Eu sou gay, Star.
- És gay? Não faz mal seres, não tem problema nenhum. – diz um pouco atrapalhada.
Começo a rir.
- Porque estás a rir? – Pergunta-me confusa.
- Eu estou a gozar contigo.
Ela fica muito vermelha e diz – És um parvo! Não tem piada brincares com isso! – e dá-me um soco leve no braço.

Continuo a rir. Ela levanta-se.

- Onde vais? – Pergunto-lhe.
- Embora!
- Não Star, fica. Estava só a brincar contigo. – digo isto levantando-me e dirijo-me a ela.
- Porque hei-de ficar?
- Porque a tua companhia é boa.
Ela cora e diz – Não mintas.
- Não estou a mentir, Star. É verdade.
Ela levanta uma sobrancelha.
- Juro. – Reforço.
- Ok eu fico, mas não sejas parvo de novo.
- Palavra de escuteiro.
- Tu não andas-te nos escuteiros.
- Quem disse que não andei?
- A minha intuição diz-me.
- A tua intuição está... certa.
- Eu sabia! – Ela festeja com os braços no ar.
- Tens fome? – Pergunto-lhe.
- Talvez.
- Vamos até à cozinha e logo se vê o que poderemos comer.
- Está bem, mas podemos voltar aqui para comer?
- Podemos sim. – rio. Ela adorou mesmo o sítio

Ela sorri. Adoro quando ela sorri.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now