Capítulo 28 - Star

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- Finalmente, hora de almoço estou faminta! – diz Madison.
- Mesmo. – Comenta Maggie.
- Vai ser para almoçar com a turma toda? – pergunta Molly.
- Acho que sim, o costume. – diz Nina.

Estamos todos sentados na mesa a conviver e a comer. De repente aparece Katie junto com as suas amiguinhas.

- Como é que te atreves a dormir em casa do meu namorado? – pergunta-me com aquele seu jeito ridículo.
Ignoro. Como ela descobriu? Toda a gente começa a olhar para mim e para o Sam.
- Estou a falar contigo! – diz irritada.
Toda a gente da cantina está a olhar. Continuo a ignorar. Ignorar é a melhor resposta que alguém pode receber. Dói mais a ignorância do que as palavras.
- Vais te arrepender muito de me ignorares. – diz.
Olho para ela com um olhar desafiador.
- É a tua última chance. – ameaça.
- Não gasto o meu tempo com pessoas ridículas. – digo e volto a comer.
- Hey, atenção toda a gente! – diz alto o suficiente para toda a gente ouvir.
As atenções concentram-se nela.
- A Star Steele, esta aqui, matou o seu próprio pai, distraindo-o num acidente de carro! A menina perfeita que vocês todos pensam é, na verdade, uma assassina.
O mundo cai-me aos pés, sinto-me a desabar. Como ela descobriu tudo? Só quero desaparecer e chorar, chorar eternamente. Ela descobriu o pesadelo que me atormenta há anos. Como isto pode ser possível?
- Como te atreves a ser tão vaca? – protesta a Molly.
- Tu um dia vais sofrer tudo na pele e nesse dia, ninguém vai estar lá para ti, vais estar abandonada. – diz Maggie.
A Katie e as suas amiguinhas começam a rir com os seus risos insuportáveis.
- Desaparece Katie! – grita o Sam.
Olho para ele, está todo vermelho, claramente furioso com a sua namorada.
- Desculpa? Como é que é? – pergunta Katie ofendida.
- Ultrapassas-te todos os limites! Sai! – diz Sam furioso.
- Se eu sair por aquela porta, vai estar tudo acabado entre nós!
- Força, podes sair. Não quero estar com alguém tão cruel.
Ela contém as lágrimas.
- Este é só o início da tua queda cabra! – diz Nina.
Ela abandona a cantina, deixando para trás um tornado de emoções.

Estou congelada, trazer tudo aquilo ao de cima agora era tudo o que eu não esperava! A Madison abraça-me, toda a gente abraça-me, não consigo sentir nada. Só um vazio enorme.

- Não ligues. És mais forte do que o que ela te possa dizer para te magoar. – diz Harry ao meu ouvido, abraçando-me.

Consigo olhar para Sam. Ele está a olhar para o prato e não reage, assim como eu.

O resto do almoço e tarde, tentam-me animar, mas em vão, nem sorrir consigo.

Chega a hora do teatro, hora em que a escola fica vazia porque as aulas acabaram. Não quero nada ir à aula, mas eu preciso de o fazer, não posso faltar logo no primeiro dia.

- Star, espera! – chama-me Caroline.
Olho para ela.
- Soube o que aconteceu! Star olha para mim, não podes deixar que ela tenha esse efeito em ti, é só mais uma vitória para ela. Ok?
Afirmo com a cabeça e forço um sorriso.
Dá-me eu abraço e diz – Eu adoro-te.
Vai se embora e eu dirijo-me à aula de teatro.

Quando lá chego, bato à porta. Dão-me permissão e eu entro.

Estão cerca de 10 pessoas ali. São umas caras novas para mim, exceto a de Sam.

- Sê bem vinda, o meu nome é Mary e tu quem és?
- Star. – respondo.
- Ok Star, senta-te à beira do Sam onde há um lugar vago.

Assim o faço. A professora começa a explicar no que vai consistir esta aula, mas sinceramente não estou interessada nisso e não a ouço.

- Estás bem? – pergunta-me Sam baixinho.
Afirmo com a cabeça.
- Não acredito em ti.
Encolho os ombros.

Ele cala-se e o resto da aula decorre normalmente.

- Dou a aula por concluída, amanhã iremos fazer algo divertido. Venham bem-dispostos e de mente aberta.

Saímos da sala e sinto alguém puxar-me o braço. Olho e vejo o Sam.
- Posso acompanhar-te a casa?
Encolho os ombros.
- Vou considerar isso um sim.

Saímos da escola e começamos a caminhar em direção a minha casa.

- Eu não quero te ver assim e também não quero ver que ela consiga ter efeito em ti.
Mantenho-me calada.
- Ela já atormentou demasiadas pessoas.
- Como estiveste tanto tempo com ela? – pergunto.
- Não sei, acho que era sobretudo pela popularidade. Ela sempre era querida comigo, o que me fazia perdoar o que ela fazia.
- Popularidade Sam? A sério? É mais importante a popularidade do que o que ela causa às pessoas? Inventar que a rapariga tem SIDA, espalhar nudes, que nem são verdadeiras ... Que tipo de pessoa és para "perdoar" isso só porque ela era querida contigo? – Grito-lhe com todas as forças que tenho.
- Eu sei, sou um estúpido. – diz.
- Como ela consegue descobrir as coisas todas? Como é que ela consegue magoar tantas pessoas e não sentir remorsos pelo que diz? – continuo a gritar com ele. As lágrimas já me escorriam pela cara.
- Eu não sou perfeito Star. Eu importo-me com o que as pessoas pensam sobre mim, é errado eu sei. Mas nem sempre eu sabia de tudo o que fazia. Achas que não reclamava com ela? Ela prometia-me sempre que não o voltava a fazer. Bati com a cabeça muitas vezes, mas hoje finalmente abri os olhos, talvez tenha sido tarde demais. – Grita e escorre-lhe lágrimas pelos olhos. Ele está mesmo a chorar?
- Eu no momento senti um vazio enorme. Toda a gente agora sabe que fui a culpada do acidente. – choro mais.
- Eu sei que sentiste eu vi a tua cara. Não, não foste. São coisas que acontecem Star, estava destinado assim ser. – Diz aproximando-se de mim.
- Lembro-me como se fosse hoje. Nós estávamos a cantar e a dançar músicas dos anos 80, o meu pai adorava-as. Eu era muito ligada a ele. Ele sempre me apoiava. Se eu chorasse, ele chorava comigo; se eu ri-se ele ria comigo. Eu tinha os melhores momentos com ele. Eu sinto tantas saudades dele. – choro sem parar.
- Eu acredito que sim, Star – limpa-me as lágrimas – Pensa que o que aconteceu, estava destinado daquela forma. Ele com certeza está num lugar melhor e está sempre a proteger-te.
Sorrio.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now