betting everything [Game Over]

thirteen

Point Of View: Lalisa Manoban

— Perdão? Woobin disse após alguns minutos de olhares nervosos sendo distribuídos para a caixa de baralho em minha mão e os nossos rostos. Claramente tentando parecer tranquilo. Mas é óbvio que ele já sabe tudo o que está acontecendo. Se você é um viciado estritamente correto há anos e ainda é professor e co-coordenador de uma escola desse porte nunca deveria esperar que alguém bata na sua porta e lhe chamasse para uma aposta.

— Mesmo escondendo tudo muito bem e por muito tempo nunca imaginou a possibilidade? Já está na cara de que é um péssimo jogador. — Eu ri.

Provavelmente não joga há um tempo, se ele for realmente um louco por jogos como acho que seja, deve estar ansiando por isso. E ele nunca vai aceitar que outra pessoa o subestime. A tentação de querer mostrar que é mais do que um péssimo jogador está martelando na sua cabeça nesse exato momento. Quase posso ouvir as batidas daqui.

— Eu ainda não entendi, Lisa... O que exatamente... — Ele começou, mas deixou a pergunta no ar e reforçou com seu semblante, o cenho se franziu e ele negou com a cabeça transmitindo dúvida. Não finja, Woobin, eu vejo nos seus olhos grandes, ele está louco.

Preciso admitir, Jennie é um gênio. Além de ter a chance de sair daqui e finalmente voltar para Jackson e Jisoo, de quebra saio gargalhando pela diversão antes disso. A técnica que ela elaborou para emergências me parece muito boa, gostaria de apostar com ela novamente depois de saber do que ela é capaz.

— Se não aceitar a aposta, Lisa vai contar para Yokoyama. — Jennie se pronunciou pela primeira vez. Falar isso não estava no plano, contar o quê?

Woobin cruzou os braços e sua voz engrossou, seus pés sutilmente se arrastaram para mais perto, ameaçando indiretamente.

— Contar o quê?

— Rejeite e não vai demorar para saber o quê. — Respondeu astutamente. Faz uma semana que cheguei e essa foi a primeira vez que vi alguma aluna se dirigir à uma autoridade desse jeito. Acho que acaba de ganhar alguns pontos comigo, Jennie.

— Por acaso andou me espionando ou coisa parecida? — De repente ele sorriu divertido.

— Pode ser.

— Ah, é? E em qual conclusão você chegou?

— Acho que você precisa se tratar.

Ele riu sem som, jogando a cabeça para trás, nada exagerado.

— Eu não posso apostar com uma aluna.

— Beleza. — Dei de ombros e fiz sinal para Jennie andar em minha frente e caminhamos normalmente pelo corredor.

Ela parecia tensa ao meu lado, mas não perguntou nada porque já sabia o que eu pretendia. Nós viramos um corredor, depois outro, e então descemos um único degrau antes de parar ao sentir a mão de Woobin em meu ombro. No instante em que ele me tocou as luzes do ambiente se desligaram.

— Bem na hora de ir para a cama. É errado estarem por aqui.

— Quer mesmo brincar de observar os erros um do outro comigo? — Perguntou Jennie. Por que eu sinto uma tensão obscura vindo deles dois?

— Eu não quero problemas, Jennie.

— A verdade é um problema pra você, então?

Woobin pressionou os lábios e desviou o olhar para o lado. Depois elevou uma única sobrancelha e sorriu subitamente aliviado. Talvez tenha passado pela sua cabeça que ele estava nervoso na frente de duas adolescentes, que besteira, o que ele deveria temer?