twenty five

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Point Of View: Jennie Kim


Minha passagem pela casa de Jungkook havia sido breve, calorosa e encorajadora, entretanto não poderia me sentir mais frustrada e perdida com o final.

Decidida a falar para Lisa que sinto fraqueza quando a olho, que um elogio seu me causa mais efeito do que mil elogios de cada pessoa do mundo inteiro, quis perguntar se ela já percebeu o quanto fico idiota em sua presença. Confesso que estou desesperada, a quero para mim mais do que já quis qualquer outra coisa na vida. Mas agora eu estou dentro de um táxi com um motorista que parece ter um fôlego infinito, uma Jisoo atônita e sorridente levemente embriagada que não consegue somar 1 mais 1, e Jackson permanecendo no papel de garoto saudável e perfeito não-problemático no banco carona. Estamos voltando para casa, mais cedo do que preferia diga-se de passagem.

Entrelaçando meus próprios dedos sobre o colo eu suspiro e me esforço para não soltar uma lamúria de decepção, quase choramingando. Parece que há um vazio no ciclo temporal, uma aba de espera, como se houvesse um acontecimento pendente na rotina da minha vida, e tinha: a parte em que eu ensaiei no espelho, o "eu gosto de você, Lisa".

Me sinto uma boba por ter começado a gostar dela tão rápido, mas fazer o quê quando você começa a esquecer do mundo e reserva seu tempo unicamente para se imaginar de mãos dadas com alguém que acaba mudando o "tranquilamente" para "caos no estômago!". Lisa nem é tão diferente, mas eu nunca conheci alguém assim. O universo inteiro conspirou para eu encontrá-la, preciso aproveitar o único momento da minha vida em que as estrelas, horóscopos, Deuses ou qualquer outra figura de comando divino que tenha poder sobre nós fez algo que me deixa genuinamente feliz.

Mas puxar Jackson e Jisoo para dentro de um táxi e não falar nada durante todo o trajeto de volta para casa foi o tipo de atitude que eu não previ quando planejei todas as minhas falas e possíveis acontecimentos ou expressões que Lisa poderia ter feito essa noite. Lisa olhava através das janelas frequentemente, com uma expressão perturbada que não se aquietava. Alguém havia a oferecido uma espécie de bebida gaseificada na saída, até agora o copo foi esquecido na sua mão, sem ganhar nem 0,5% de sua atenção. Algo tinha acontecido e mesmo sem saber o que era eu decididamente não me sentia nada feliz por isso, não sabia dizer se era por Lisa não parecer nada alegre como geralmente é, ou se era o fato de ter sido obrigada a sair da festa antes de derrubar mais um drink na cabeça de Soojin. Isso me deixa desanimada.

O motorista era um cara que gostava de conversar... ou melhor, que gostava de falar, sabendo que uma conversa é um ato realizado por mais de uma pessoa, nesse caso, o homem que dirigia apenas tagarelava. Jackson ao seu lado apenas sorria enquanto ouvia. Era incrível, o homem já parecia estar o amando apenas em perceber que estava sendo escutado, bem, era um dom de Jackson, as pessoas simplesmente gostam dele não importa o que faça do mesmo jeito que gostam daquelas comidas embebidas de óleo nos fast food.

— Que merda, o cara não para de falar um instante. — Reclamou Lisa em um murmúrio discreto exatamente no momento em que o taxista trocou de assunto e começou a contar, orgulhoso, histórias sobre os filhos.

— Não parece nada bem. — Eu digo a olhando. Lisa me encara e mantém-se parada, sua mente parece voar longe e meus olhos são apenas um ponto de concentração que ela usará para voltar a realidade novamente minutos depois como uma espécie de corda.

— Eu não estou. — Responde, negando freneticamente, olhos tão agitados quanto as bolhas de gás que flutuam do fundo até a superfície do seu copo. — Estou cheia de noias na cabeça.

betting everything [Game Over]Where stories live. Discover now