Prólogo

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Uma segunda chance foi dada ao jovem de apenas 16 anos de idade que, minutos atrás, pensava já estar morto. Seus olhos se abriram, revelando a ele um céu acinzentado. Seu corpo, que jazia na areia molhada da praia, estava imóvel e apenas seus olhos, castanhos claros, piscavam freneticamente tentando descobrir o que havia acontecido. Porém, toda vez que fechava os olhos, tudo o que via era uma cor de tom vermelho vivo que insistia em tomar sua mente, lembrava-se dos gritos e do desespero de pessoas que imploravam pela vida, vida que no fim lhes foi tirada de uma forma impiedosa.

A culpa se apossou em seu peito naquele momento, pois esses pensamentos o levaram até seu irmão, um pobre e inocente que tinha muito a viver, assim como os outros, e como eles teve sua vida tirada de forma lenta e dolorosa.

O jovem sentia-se fraco, acima do seu olho esquerdo doía e sangrava pela batida que havia levado algumas horas atrás. Aos poucos mexeu seus dedos, tocando na areia molhada e tentando encontrar uma motivação para continuar, mas nada daquilo o ajudava, pois a única coisa que lhe restava naquele momento era uma dor imensa dentro de si. O incomodo causado pelo machucado que havia acima de seu olho em nada se comparava a dor que sentia em seu coração despedaçado. O único som que o jovem escutava era do mar, batendo as ondas contra as rochas, o garoto sentia que estava entre a vida e a morte e talvez estivesse de fato.

Perguntava a Deus o por quê de todo aquele sofrimento e por quê não deixou que o mar o engolisse. Lágrimas quentes desciam por sua face, não aguentava mais aquela dor, mas em questão de segundos vozes surgiram e passos foram escutados por ele. O jovem que antes tinha a visão de um céu acinzentado nebuloso, agora via um rosto que parecia conhecido, mas nem sequer se esforçou para ver quem era pois estava muito fraco para tentar qualquer coisa.

E no fim a escuridão o tomou por completo.

Alguns dias depois

A cada passo que dava Jason ficava mais próximo do mar agitado, que batia com toda força as ondas sobre as rochas por conta do tempo fechado. Finalmente os dias se passaram e lá estava o garoto e o mar, a sós como antes, a diferença é que Jason não se encontrava mais com machucados sobre si, tudo o que havia restado era uma cicatriz na sua sobrancelha esquerda.

Jason pega a adaga que estava guardada em seu bolso e encara o mar com um misto de determinação e dor, então aproxima-se mais da água, deixando seus pés descalços serem molhados pelo mar. Colocando a ponta da adaga sobre a palma de sua mão e fazendo um pequeno corte o garoto fecha os olhos e volta sua atenção ao mar.

- Mar que me salvou da morte, não sei quais são seus propósitos comigo, mas prometo a ti que serei seu servo até meu último suspiro. - A água forma grandes ondas, batendo com força nas rochas. - Faço uma aliança contigo para juntos podermos vingar a dor que me foi causada! - Ele ergue a mão em direção ao mar. - O Reino de Tidal Bridge pagará por cada gota de sangue que derramou dos pobres inocentes que navegavam e aventuravam-se por suas águas, tornando-se seus filhos! E eu, seu eterno filho e servo Jason Fletcher, me vingarei do Rei e todos que estão ao seu lado por terem tirado a vida do meu irmão que um dia foi seu filho também. - Jason olha em direção as belas águas. - Levarei a ira dos mares comigo e vingarei todas as vidas tiradas! Agora eu e o mar seremos um só.

O sangue de Jason escorre por sua mão caindo sobre as águas salgadas e misturando-se ao grande mar.

Agora o mar e o garoto se tornaram um só.

OBS.: Revisado

Dois Corações, Uma Válvula Où les histoires vivent. Découvrez maintenant