Capítulo 40

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Anderson

A sensação de estar preso e sem respirar é semelhante ao que estou sentindo agora

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A sensação de estar preso e sem respirar é semelhante ao que estou sentindo agora. O ar faz com quê meus pulmões ardam dolorosamente e com isso o solto em intervalos rápidos. Toda a raiva de outrora foi totalmente esquecida em algum lugar, a preocupação agora é minha companheira e isso é angustiante.

Poucos mais de dez minutos que cheguei ao hospital com Deise desacordada em meus braços, toda a cor do seu rosto sumiu e a pele pálida ficou ainda mais pálida, de forma assustadora. Era como se todo o sangue do seu corpo tivesse sido drenado. Deise estava gelada e suando frio.

Puxo os fios curtos na minha cabeça. A tensão, impaciência e ansiedade reinando a cada vez que a porta se abre e algum enfermeiro passa por ela.

Eu nunca a vi assim - tão sem vida. Quando os olhos não conseguiram mais permanecer abertos e se fecharam, aquela lágrima; a única que escorreu pela bochecha foi como uma arma afiada e letal penetrando meu peito fazendo com que a culpa se isntalasse sem demora.

Estou sem dormir há mais de vinte e quatros horas. Estava fora de mim. Por Deus se eu não vim entrando em todos os sites onde as fotos foram colocadas. O rosto bronzeado, a pele exposta, os pedaços de pano e os homens... Porra, uma dor - a do ciúmes - ardeu em meu peito imaginado ela se entregando aos prazeres da antiga Deise, daquela que não se apegava a ninguém e transava com muitos homens. O poder. O sentimento de posse tomou todas as minhas terminações e eu vim decidido a mostrar que ela é minha. Naquela noite, naquele avião eu tive medo dela não ser mais minha e imaginei todos os tipos cenas quando chegasse.

Cubro o rosto com ambas as mãos e suspiro.

Eu tentei por todo esse tempo trancar o ciúmes de merda que eu sentia, agora não tinha motivos para sentir, não mais. Mas quando precisei viajar e sabia que ela não iria, toda a insegurança veio a tona. Eu achei ruim quando ela deixou claro por entre linhas que não confiava em mim, mas na verdade eu que não confiava nela e aquilo me fez rever tudo que um dia lhe disse.
As palavras de agora a pouco voltam a minha mente - talvez tenha sido por esse motivo que eu não tive coragem de insistir quando ela terminou, mesmo querendo com todas as minhas forças pegá-la e levá-la para longe dali, longe de todos.

Eu fui um cretino ao não avisá-la, sei disso. Sei também que ela pode estar assim por minha culpa mas, por mais que eu goste dela, por mais que eu esteja apaixonado jamais iria ficar sabendo da sua atual condição e estando ciente de que se fizesse a faria sofrer ainda mais. Talvez fosse bom ficarmos um tempo longe. Talvez esse seja o remédio.

A porta se abriu outra vez, contudo quem passou foi um dos médicos que atendeu Deise quase no fim do plantão.

- A paciente estar estável agora. Um pouco fraca, mas ficará bem. - mira o prontuário - Fizemos alguns exames de sangue e o outro médico olhará assim que os resultados chegarem.

DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]Where stories live. Discover now