Capítulo 45

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Anderson

As dores ainda são constantes. As imagens também não saem da minha cabeça. Meu olhar estava focado no seu sorriso aquela noite, em como ela estava ansiosa para podermos sumir, só nós dois. Mas então eu vi, como uma sombra ou algo assim, ele se aproximando, de início não o reconheci mas quando os olhos sombrios tomaram minha visão eu tive medo. Medo por Deise, por mim, por meu filho que não via há dias.

Ele ia matá-la!

Eu não sei descrever exatamente o que senti, foi tudo tão rápido que as últimas imagens que tenho são as de Deise e Marcelo implorando para eu não dormir, mas eu não conseguia, até porque, dormir era o que eu mais queria.

Tenho tentado voltar para a rotina desde que sai do hospital há dois dias, mas com meus pais aqui tem sido estressante e aterrorizante, sem contar com a minha irmã.

São a minha família e eu não posso mandá-los embora ou exigir que me deixem em paz, não depois de quase perder o filho.

— Como depois de tudo você ainda tem coragem de ficar com ela, de permitir que ela venha para a casa do nossos pais? — Andressa repete mais uma vez e eu me arrependo de não ter aceitado ir para o meu apartamento e permitido que Deise cuidasse e ficasse comigo como ela propôs.

Como eu disse, são a minha família.

— Depois de uma quase morte e de ficar três semanas no hospital não sou obrigado a aturar você. — respondo calmamente sendo agraciado pelo sol que reflete pela janela do quarto de hóspedes dos meus pais. — Eu exijo que respeite-a — lanço-lhe um olhar cortante.

Ela suspira.

— Me desculpe okay. — Minha irmã senta na cama e pega minhas mãos — Mas não consigo acreditar. Você sabe que eu sempre fui umas das primeiras a torcer por você e Amanda e é difícil, ainda mais agora que sei que foi tudo culpa dela.

Rosno baixo, mas alto o suficiente para que ela trema. Não quero falar de Amanda, nem lembrar que ela não me deixou falar com o meu filho quando ainda estava no hospital.

— Proíbo você de repetir isso! — Grunho —  Deise é minha mulher, quer gostem ou não e, em breve, será oficial. — Profiro mais uma vez para que entenda e lhe lanço um sorrisinho, ela finge não ver.

— Papai já vai me levar para o aeroporto. Você está bem mesmo? — Ela não insiste mesmo que eu sabia que não concorda, sua voz preocupada me faz ri. — Eu posso ficar mais uns dias.

Não!

— Estou sim. Se cuida e não se mete em encrenca. — Beijo sua testa e ela me abraça com cuidado uma última vez antes de caminhar em direção a porta.

E respiro fundo quando minutos depois ouço a porta da sala bater. Não queria ser grosso mas essa implicância de merda com Deise já estava me tirando do sério. Porra, é a minha irmã e a mulher pela qual sou apaixonado, não é uma luta justa comigo que estou doente e impossibilitado até de comê-la.

Com cuidado levantei da cama ansioso para tomar um banho. Deise não tem vindo aqui com a frequência que gostaria e eu até entendo, não gosto, mas compreendo. Meu pai ainda está indiferente e minha mãe age normalmente quando a vê.

Saio do banho minutos depois, visto um dos meus shorts de academia confortável e vou até a cozinha encontrando minha mãe com um dos seus muitos aventais enquanto bate uma massa e cantarola.

Paro do outro lado da ilha, seus olhos não demoram a me encontrar e o sorriso que abre é caloroso fazendo meu peito inflar, então seus olhos descem para o meu peito e o sorriso bonito morre dando lugar a lábios trêmulos.

DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن