Never In Love

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Stiles ocupou seu dia com a leitura de livros tipo diários escritos a mão por emissários e mensageiros antecessores da alcatéia, aprendendo mais a fundo sobre a religião que seguiam e suas crenças limitantes enquanto consertava os erros nos documentos arquivados antes de alimentar uma database ainda não criada, os computadores e provedores providenciados por Lydia ainda não tinha chegado. Selene era a deusa quem serviam, intitulada a deusa da lua, representação da fraqueza e a força dos licantropes. Durante as doze luas cheias, em cada lua completa comemoravam sacrificando oito inimigos simbolizando as fases da lua, o objetivo era manter a santidade contente para que vencessem as pelejas e também, em pró do aumento de natalidade já que a única maneira de ser um metamorfo era nascendo um. O mundo na visão de Stiles estava errado, o ano era 5019 e ao invés de existirem casas flutuantes, robôs fazendo todo o trabalho duro e pílula que possibilitasse qualquer um de comer igual uma baleia e mesmo assim não engordar como em livros de alguns milhares de anos atrás apostavam suas fichas, o mundo regrediu significantemente porque o medo os fez reféns.

Com o avanço da tecnologia no século 23 o oculto foi exposto e tudo que vivia nas sombras em meio aos humanos foi descoberto, a maior descoberta do mundo diziam, até a população alienígena ocupar metade da terra e os escravizar.
Desde os primórdios da existência existiu o caçador e a caça, o predador e a presa... O forte e o fraco. Os licantropes eram naturalmente mais fortes, mais rápidos e mais resistentes, pois tinham o poder da cura, sendo assim, não demorou para o mais fraco querer andar por cima deles e tentar tirar deles essa dádiva. Os alarmistas gritavam inutilmente e pela internet impunham suas opiniões dizendo que algum dia os humanos seriam as vadias desses monstros metamorfos vestindo pele de garotinhas fofinhas e mulheres deslumbrantes, comparavam a infestação com a tentação que Jesus teria passado no deserto durante aqueles 40 dias sem comer ou beber. "Te darei o mundo", satanás disse... O Nazaré deveria ter aceitado, Stiles suspeitava que tinha de fato aceitado, isso explicaria a sucessão de acontecimentos desde aquele fatídico dia.
Nomeada e grifada com o título de única e perfeita chance de cessar o mal que erradicava os humanos um a um lentamente como em uma fila de dominó. A possibilidade de nunca mais sofrer de dores crônicas ou mortes banais que faria você se envergonhar do além, mas principalmente, não mais chorar sobre as cinzas de seus filhos, pais, amigos e amores... Licantropes eram a solução divina mandada para salvar os que padeciam presos no labirinto sem saída que era estar vivo. Os testes começaram e os resultados fizeram os cientistas sem corações chorarem de emoção, talvez eles fossem também a viabilidade para a vida eterna, quem sabe? Porém, conforme os testes aconteciam todos os lobos, raposas, jaguares, panteras e ursos explorados morriam após algumas horas. Ativistas não demoraram a brotar das profundezas do caldeirão demandando saber o que aconteciam dentro desses laboratórios, consequentemente o governo fora envolvido no escândalo e ninguém falava de outra coisa nas redes sociais e debates, mas a ONU não teria voz contra a maior potência do mundo, não realmente, eles comandavam o mundo de dentro de suas casas e de suas empresas familiares. O mundo quem vinha até eles para dar seu dinheiro em troca de alguns dias de felicidade plena, então, por que se sentiriam na obrigação de explicar coisa alguma? Anos se passaram mesmo em meio ao drama e medicamentos eram feitos extraídos sem parar das criaturas, muitos continuavam a morrer e o mundo preferiu fechar os olhos para isso, visando lucros financeiro e cremes anti-aging, até uma emissora independente estrangeira conseguir fotos e vídeos provando que montanhas de corpos eram incinerados por semana na America como se não fossem nada.
O presidente veio a público cinicamente dizendo que as perdas eram necessárias para o bem maior, outras potências se manifestaram falsamente dizendo defensores dos direitos de toda criatura, mas na verdade queriam uma parcela justa de licantropes para eles. A medida mais viável aos olhos de todos para manter a todos satisfeitos foi aumentar a reprodução da matéria prima e classificar pela lei que os licantropes não se enquadravam no grupo de direitos humanos ou animais, se existissem mais metamorfos, mais metamorfos poderiam ser mortos e ninguém realmente ligaria, pois era uma fonte renovável. Todavia, encontraram um percalço porque para a reprodução era necessário que um dos genes fosse recessivo para que o mais forte se sobressaisse, se não, o feto não vingava porque ambos os genes mutantes eram progressivos e mais x mais não era igual a mais. Sendo assim, em uma tentativa desesperada o governo passou a inseminar mulheres humanas sem consentimento com a desculpa de que estavam fazendo o que tinha que ser feito, tinham chegado perto do goal, mas o câncer ainda assolava a face da terra como uma das pragas descritas no novo testamento, outro conto de fadas escrito para bobões se apoiarem. Contudo, quando humanos foram envolvidos a coisa mudou de figura, podiam fazer o que quisessem com os "ets", mas que cuidassem dos humanos. A segunda alternativa factível era pagar uma mixaria para mulher pobres de lares desestruturados gerarem bebês que seriam drenados até a última gota de sangue quando mais velhos para no final descobrirem que tudo não passou de uma grande farsa, os remédios não traziam melhoria alguma. Se quer faziam efeito, as células de cura morriam assim que deixavam o hospedeiro, deixando claro que milhares de criaturas tinham morrido em vão por puro capricho e teimosia.
Os humanos saíram as ruas protestando pelas promessas não cumpridas e o governante culpou os metamorfos por serem capturados e não poderem transformar suas espectativas em realidade, causando assim, que fosse emitido uma ordem mundial de erradicação dessas bestas "extraterrestres". Vários anos depois os otimistas acreditaram que esses monstros tinham ficado no passado junto com suas más escolhas e mal julgamento, mas na verdade a evolução pregava a primeira de suas várias brincadeiras sem graça, os monstros quem a população não sabia exatamente donde tinha vindo, alguns apostavam que tinham vindo dos animais irracionais terrestres; outros estudiosos diziam terem vindo de outro planeta, tinham mudado. As bestas originalmente descobertas antes viviam constantemente em suas forma beta, mais pêlos do que o normal, orelhas, garras, presas e olhos dourados brilhantes fazendo antes da evolução impossível de se misturarem sem serem percebidos de cara, mas agora tinham a forma de suas barrigas de aluguel e nem podiam ser culpados por isso, os humanos os usaram, os fizeram e os fortaleceram. Criaturas astutas e diabólicas mostrando suas verdadeiras formas somente durante a lua cheia se não dominassem a besta dentro de si, por esse motivo adoravam a deusa, ela os escondiam e os mostravam quando seu esplendor brilhava no céu com todo vigor.
Os anos de paz acabaram dramaticamente com derramamento de sangue inocente, pois seu vizinho poderia ser um, seu melhor amigo, parente... A garota que você estava apaixonado poderia um metamorfo. A população estava os pressionando, não se sentiam seguros, as autoridades mundiais se desesperaram e a maior chacina contada aconteceu. A maioria dos mortos apenas humanos apontados por vizinhos ou curiosos, eram apenas solitários, estranhos e diferentes. Não havia o que fazer, não havia como diferencia-los e durante a lua cheia ninguém ousava entrar nas matas e florestas. Até que um homem, Mirek Stilinski descobriu por acaso durante um ataque, onde estava certo que não sobreviveria para contar história, um tipo de flor exótica que somente pelo cheiro afastou o grupo que rosnava para ele. Wolfsbane, crescia apenas em lugares afastados e improváveis, podia-se contar nos dedos quantas plantações existiam em todo a face da terra, não podiam ser clonadas, mas os cientistas conseguiram replicar algo eficaz o suficiente para atrasa-los para que as balas acertassem suas cabeças, não era o fim, mas a mídia fez parecer que fosse com documentários e reportagens fantasiosas, mentirosas e salpicadas com promessas para acalmar o caos instaurado. A medida emergencial trouxe ainda mais perda para o time dos "mocinhos", todos os homens de 14 aos 70 foram convocados para a guerra e dentro deles temiam a certeza de que aquela seria a última vez que veria quem amavam. Não demorou para eles desenvolverem resistência a substância e apenas um grupo pequeno de bestas comparado a eles, destroçarem exércitos de milhares de homens trajados das últimas armas tecnológicas, o povo estava morrendo. A população humana tinha sido reduzida para um terço do que um dia somaram enquanto a guerra continuava sem previsão para acabar.
As criaturas quem podiam falar como o mais sábio dos sábios clamavam que não viam doce nas lágrimas de sangue, pois apenas lutavam para sobreviver. Vários governantes morreram sonhando em acabar com a guerra que já durava séculos fazendo o começo ser distorcido conforme o tempo passava, pois sobre a terra nenhuma testemunha ocular ainda perambulava pelo globo para testificar sobre as marcas que carregava em seu corpo e alma. E no século 37, Constantine Argent III ofereceu trégua mesmo que seu orgulho ferisse por isso, pois almejava ainda ter a quem governar e se juntar ao inimigo era o necessário, ele o faria.
Foram lhes oferecido uma parte de cada continente para as criaturas, onde poderiam viver, procriar e criar seus filhotes sobre o plácito de que não seriam mais caçados. Nenhuma desculpa foram lhes entregues pelas mortes, pois era nítido que não havia arrependimento algum, os humanos fariam tudo de novo em um piscar de olhos... E os denominados monstros eram os que tinham garras. Pensaram em usar suas armas radioativas pelo bem da pátria amada, mas temiam dar-lhes ainda mais poder.
Cada continente, cada extremidade de cidades foram ocupados por eles, logo atrás das montanhas sem interação exterior ou ajuda vinda de longe, todavia, ainda sim, os licantropes prosperaram. Desenvolveram por si só tecnologias, leis e hierarquias, formaram uma sociedade de metamorfos e humanos deserteiros, crescendo massivamente a cada geração enquanto o oposto acontecia com o outro lado da barreira invisível. O alto escalão chegou ao ponto de pagar, ameaçar ou prender aqueles que não contribuíssem para a comunidade com filhos, eram obrigatórios que aos 15 rapazes e moças aptos se juntassem para copular, o rapaz teria direito garantido na lei de copular com quantas mulheres conseguisse sem ética envolvida, pois haviam muito mais mulheres do que homens. Incesto e feminismo estavam instintos, mas logo se lembraram do porquê incesto tinha sido crime em algum momento, criou-se então, uma geração com alto índice de adultos com doenças congênitas e crianças que não chegariam a vida adulta.
Ano 4000, as periféricas do planeta cresciam abundantemente e o lado direito ignorava as construções gigantescas, mas não foram capaz de fechar os olhos para os carros voadores ostentando e contrastando com a derradeira do império humano e falho, então, Eugene Argent Constantine IV rasgou o tratado de paz tomado por inveja e despeito ordenando que fossem roubados tudo que eles tinham conquistado e assim deu-se o primeiro passo para a segunda chacina documentada, mas dessa vez uma família se levantou para liderar as feras. Cornelius Hale II, Alfa da alcatéia Haleus marchou até o campo de guerra e não retornou, mas a vitória sim. A liderança caiu sobre seu filho mais velho e nunca mais o cedro saiu do poder da família. Oswald Hale usou seu primeiro ato decretando que, a sua raça reinasse sobre aquela raça limitada e frágil que um dia os feriu, nomeou deles o que desejassem ter, o mundo agora pertencia aos licantropes, inclusive os humanos.



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