Capítulo 13.

9K 942 1.3K
                                    


- Estava te procurando. - Revelou, sentando ao meu lado e passando a mão nos cabelos úmidos. Meu coração começou a bater descontroladamente com a sua aproximação e seu calor. O cheiro de suor que ele emanava era incrível, e eu queria me perder nesse cheiro.

Desviei o olhar para a menina que nos observava curiosa. Ela sorriu de maneira estranha para mim e saiu saltitando. Respirei devagar tentando acalmar meu coração e achar coragem para encarar o menino que esperava por alguma reação. Comecei a balançar meus pés na arquibancada e ajeitei a postura antes de olhá-lo.

- Eu também. - Admiti, encarando seus intensos olhos castanhos. Ele estava mais bonito que o costume para mim. Seu cabelo estava bagunçado e ele usava uma camisa branca bem diferente das suas blusas sociais, isso estranhamente dava um ar mais despojado para ele e abalava ainda mais minha estruturas.

Um silêncio caiu sobre nós. Eu apenas não sabia como reagir. O que falar, o que fazer, eu não sabia. Seu calor tão perto do meu, fazia eu querer pular em cima dele e ao mesmo tempo sair correndo.

- Sua mãe ficou brava? - Perguntou quebrando o silêncio e eu o agredeci mentalmente por isso. Minhas bochechas queimaram ao ver sua blusa suada e sua pele exposta, e rapidamente desviei o olhar. Estava me sentindo tão patética e frágil por causa dele e desse sentimento.

- Sim, eu levei o maior sermão do mundo e ainda estou de castigo. - Sorri tentando me acalmar e seus olhos me analisaram com cuidado. Essa coisa de ler pessoas deve ser de família. Ele passou a língua nos lábios e logo depois os modiscou. Eu sei que não foi proposital, mas mexeu com meus nervos e a sanidade que eu estava tentando manter.

Assim não dá, Dilan.

Parei de admirar seus lábios quando percebi que estava fazendo isso, e minhas bochechas voltaram a queimar agressivamente.

- Acho que vou beber água. - Declarei com rapidez e com um calor estranho dentro de mim. Me levantei e fui em direção ao bebedouro ainda com a respiração acelerada. Tentei me concentrar em beber a água de uma forma normal, mas seu olhar queimando em minha pele não ajudava. Ele estava me observando e isso mexeu comigo mais do que o esperado.

Quando isso começou? E quando isso começou a mexer tanto comigo? Quando Dilan, um menino mais novo, que eu considerava uma menino frágil, começou a mexer tanto com o meu coração e meus pensamentos ao ponto de eu não controlá-los?

Talvez, quando eu percebi que ele é uma pessoa incrível ou toda vez que ele se preocupava mais comigo do que com ele, ou talvez, todos seus toques cuidadosos e carinhosos. Talvez sua volta também tenha sido a culpada disso. Mas eu acho que nunca o esqueci, porquê, quem depois de quatro anos continuaria pensando na mesma pessoa e nunca se envolveria com ninguém.

Eu tenho dezessete anos e nunca dei um selinho em alguém, e ele arrumou uma namorada, talvez até mais de uma durante esses anos.

Eu sou idiota. Só eu que estou tão nervosa e patética assim.

Levei o copo até os lábios e no impulso me virei para ver sua expressão. Todo meu eu se revirou quando ví seus olhos ainda sobre mim e um sorriso aparecer em seus lábios quando nossos olhos se encontraram.

Que sorriso covarde e injusto.

Olhei para o bebedouro e bebi a água devagar. Esse moleque é um idiota. Não pude evitar de um sorriso bobo dominar meus lábios e eu começar a rir sozinha.

Eu sou tão idiota. Continuei sorrindo sozinha sentindo esse sentimento bom dentro de mim. Passei a mão nos cabelos para os ajeitar e andei até o menino sentindo uma coragem repentina me dominar.

Você Cresceu [✓]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora