Capítulo 25.

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A brisa estava leve, e Din respirava calmante ao meu lado.

Mesmo eu estando em um dos lugares que eu mais amo, cama do Din, eu ainda não consigo ficar bem.

Me virei para encará-lo e o peguei me observando. Seus olhos castanhos brilhavam com a luz prateada da lua e seu rosto estava iluminado.

Essa simples imagem descontrolou meu coração e levou meu ar.

— Você vai ficar bem? – Sussurrou para mim e eu tive que segurar minhas lágrimas.

Eu não podia chorar na sua frente novamente.

— Vou – Minha voz saiu fraca. Eu iria desmoronar.

Seus olhos analisaram meu rosto e eu tive que forçar um sorriso.

— Me desculpe. – Seu tom parecia mais fraco que o meu. Ele também estava machucado. — Eu queria ficar, mas você sabe, não sou eu que decido isso.

Assenti com um nó na garganta. Talvez eu nunca perdoasse a Senhora Suzana por tirar o Din de mim.

— Eu sei, baixinho. Você tem apenas doze anos. – Sorri, levando minha mão até os cabelos de sua nuca e os acariciando. Pela pouca luz do quarto, pude ver ele fechando os olhos e apreciado o carinho.

Meu coração dava batidas pesadas, porém lentas. Era bom sentir seus fios finos entre meus dedos.

Eu não sei como vou viver sem seu cheiro, sem seu calor e seu sorriso. Não sei como vou viver sem ele.

— Quando eu for, não saia sozinha a noite. É perigoso. – Comentou sem abrir os olhos e eu ri um pouco. Era engraçado ver ele preocupado.

— Não se preocupe. Sem você aqui, não tenho motivos para  sair. – Admiti com o peito dolorido. Ele abriu os olhos e ficou me encarando por alguns segundos, até fechar nossa distância puxando meu braço para perto de sí.

— Se você falar algo assim, eu vou acabar desistindo da ideia de viajar com a minha mãe. — Revelou ainda me segurando com cuidado. Sorri, sentindo minhas bochechas queimarem e depois me ajeitei em sua cama.

Ela era confortável e eu gostava de passar horas conversando com ele alí.

Respirei devagar e voltei a acariciar seus cabelos.

— Desculpe-me. – Sussurrei apenas para ele, e o mesmo assentiu. Uma brisa calma entrou no quarto e pude ver Din caindo no sono.

Apreciei um pouco de seu calor antes de ir. Brinquei com os fios em meus dedos e o pensamento de não tê-lo mais aqui me atingiu como um tiro.

Admirei seu rosto sereno com os olhos marejados. Aquilo doía tanto em mim.

— Não se esqueça de mim, baixinho. Porque eu nunca serei capaz de te esquecer. –Tirei seu cabelo da testa e beijei a mesma. Levantei de sua cama com lágrimas descendo por minhas bochechas.

Admirei aquele quarto uma última vez antes de ir. Meus olhos caíram no pequeno menino que dormia de maneira confortável.

Aquela era nossa despedida.

Pulei a janela quebrada de seu quarto com o choro entalado na garganta.

Amanhã, quando eu acordar, Dilan Peterson não estará mais aqui.

Por isso não vou dormir hoje. Talvez o amanhã nunca chegue.
             
                  ...*...*...

Acordei com o corpo trêmulo e a respiração ofegante. Olhei em volta para entender onde eu estava e encontrei o gatinho dormindo ao meu lado.

Você Cresceu [✓]Where stories live. Discover now