Capítulo 23.

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Olhei novamente para o gatinho, porém nem um nome aparecia em minha mente. Afaguei seus pelos e ele fechou os olhos como resposta, apenas apreciando o carinho.

Qualquer barulho vindo de fora já fazia meu coração pular. Já tinham se passado vinte minutos desde as mensagens e minha esperança de vê-los estava diminuindo a cada momento.

Respirei fundo e me levantei, indo conferir as mensagens mais uma vez.

"Espero que você não esteja me odiando"

Por que ele acharia que eu estou o odiando, se na teoria, somos apenas amigos?

Bufei e voltei a me jogar na cama. A chuva continuava a cair fortemente e isso já estava me preocupando.

E se algo tiver acontecido?

Essa hipótese foi deixada de lado quando a campainha tocou, dando espaço para o nervosismo e ansiedade.

Mordi os lábios com força e comecei a me preparar para a pessoa que eu iria conhecer.

Escutei minha mãe abrindo a porta e recebendo todos. Quando a voz do Dilan foi escutada, meu coração perdeu uma batida.

Eu também amo sua voz.

Desci com cuidado as escadas. Meu corpo continuava quente e meu coração acelerava a cada passo. A cozinha estava vazia então fui para a sala, onde encontrei as pessoas sentadas nos sofás.

Os olhos de Dilan caíram sobre mim. Naquele momento, eu me esqueci das outras pessoas, apenas me perdi no castanhos de seus olhos. Ele abriu um sorriso bonito e covarde, fazendo meu corpo paralisar.

— Oi. - Uma voz doce soou pelo cômodo, chamando minha atenção. Encarei a menina com cabelos de uma cor diferente. Não conseguia decifrar se eram laranjas, ruivos ou loiros. As muitas sardas em seu rosto, davam um ar ainda mais fofo e exótico para ela. Seus fios eram selvagens e contrastavam perfeitamente com sua imagem angelical. Mas o que me fez ficar confusa mesmo, foram seus olhos. Eles não apreciam ter uma cor exata.

— Oi. - Minha voz ficou entalada. Estava perdida. Essa menininha que aparentava ter entre nove e dez anos era a Molly?

Constatei que sim após olhar ao redor e não ver ninguém desconhecido.

— Me chamo Molly Sandler, prazer. - Suas mãos procuraram as minhas mesmo elas estando a sua frente. — Desculpa. - Pediu depois de, sem querer, encostar na minha barriga. Suas mãos encontraram as minhas e depois, ela as apertou com cuidado.

— Lory Thompson. - Sorri para ela. Ainda não estava acreditando no que estava vendo.

— Lory. - Tessa me chamou e logo depois me abraçou. - Preciso te contar umas coisas depois. - Juntei as sombrancelhas e ela me lançou um sorriso grande, voltando a se sentar ao lado de minha mãe.

— Eu estava ansiosa para te conhecer. O tio Dilan fala muito bem de você e eu amo escutar as histórias que ele me conta sobre vocês. - Fitei seus cabelos diferentes e depois o rosto de Din, que estava corado.

— Ele fala sobre mim? - A pergunta escapou de meus lábios por causa da descrença em suas palavras.

— Na maior parte do tempo. - Contou sorridente. - Eu adoraria poder ver as estrelas também. Todos falam que são muito lindas. - Foi então que minha suspeita foi comprovada.

Molly é cega.

Prendi o ar com força e encarei Din que parecia triste. Como se soubesse o que eu queria perguntar, ele assentiu com a cabeça e então meu coração se despedaçou.

Você Cresceu [✓]Where stories live. Discover now