Capítulo 21.

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Me sentei à mesa ainda tonta por causa do abraço quente. Minha mãe continuava me fitando com atenção. Ela se aproximou e sentou ao meu lado enquanto Din se apoiava no vão da porta.

- Onde você estava? - Me surpreendi com seu tom de voz calmo e seu rosto sereno.

- Na pista de skate. - Meus dedos começaram a brincar com alguns fiapos da minha calça jeans.

- Por que não me falou para onde estava indo? - Perguntou com a voz um pouco mais firme. - Como você pode sair sem me avisar? E se algo tivesse acontecido, Lory? - A pontada de culpa encheu meu peito e eu não tive coragem de sustentar seus olhos que queimavam minha pele.

- Desculpa, mãe. - Engoli em seco, me sentindo uma péssima filha.

- Não faça mais isso. - Assenti com a cabeça. Ela passou a mão por meus cabelos e mandou um sorriso acolhedor para mim. - Eu te amo, filha. Não me preocupe tanto. - Mordi os lábios e a abrecei com cuidado.

Eu tenho sorte por ter uma mãe tão maravilhosa.

- Também te amo. Perdão. - Ela reetribuiu o abraço e depois foi na direção do menino que eu ainda não entendia por que estava ali.

Dilan me olhou por alguns segundos antes de me enviar um sorriso e escutar o que minha mãe falava.

Fiquei os encarando ainda perdida com tudo. Aproveitei que ele não estava olhando para admirar seus traços.

Ele estava tão diferente de antigamente. Seus braços pálidos com veias à mostra, seu corpo não tão musculoso e seu rosto mais maduro.

Era uma injustiça ele ser tão lindo.

Suspirei quando ele passou a mão pelos cabelos finos. Como eu queria tocá-los novamente.

Minha mãe e Din continuavam cochichando e eu me perguntei o que eles estavam falando e quando ficaram tão próximos.

Ambos começaram a rir alto, me deixando ainda mais perdida.

- Eu confio em você. - Mamãe falou confiante antes de empurrar Dilan na minha direção.

Ele sorriu timidamente e começou a se aproximar, tirando um sorriso involuntário de meus lábios.

- Lory - Minha mãe me chamou, fazendo eu parar de sorrir para o menino que se sentava ao meu lado. - Vocês precisam conversar. Por que você não aproveita e mostra seu quarto para ele? - Pisquei quando ví uma expressão estranha dominar seu rosto. Ela sorriu maliciosamente para mim.

Corei na mesma hora e escondi meu rosto. Ela beijou meus cabelos antes de sair do cômodo, deixando apenas eu e Din na cozinha sozinhos.

- Há quanto tempo, não? - Brincou com a voz divertida. Encarei seus olhos castanhos e depois seu sorriso gentil.

- Muito tempo. - Completei sentindo meu peito latejando. Ele riu e empurrou meu ombro, fazendo eu rir também. Mordi os lábios e admirei seu rosto brilhante. - O que você quer falar? - Perguntei calmante admirando seus cabelos na testa.

Ele apoiou os cotovelos na ilha da mesa e me fitou intensamente.

- Nada. - Revelou com o mesmo sorriso sapeca de sempre. Semicerrei os olhos e ele riu. - É sério. - Insistiu ainda rindo.

Dei um peteleco em sua testa e ele deu um na minha também.

- Covarde. - Apontei e ambos rimos. - Mas agora é sério. - Comecei o encarando seriamente. - O que você é minha mãe estavam cochichando? - Indaguei com a ansiedade dominando minhas veias. Ele deu um sorrisinho de canto e depois colocou a mão no rosto. Pude jurar que ví suas bochechas ficando vermelhas e isso me deixou ainda mais curiosa.

Você Cresceu [✓]Where stories live. Discover now