Capítulo 17.

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- Prefiro de maçã verde. - Admiti com a voz baixa. Encarei seus olhos profundos sentindo meu coração bater com força, e logo um sorriso bonito apareceu em seus lábios vermelhos.

- Maçã verde também é minha preferida, mas eu te dou. - Meu peito latejou com sua expressão fofa. Ele tirou uma bala verde da embalagem e a esticou na minha frente. - Pode ficar. - Agradeci num murmúrio ainda perdida com tudo, coloquei a bala na boca.

Uma brisa leve passou por nós, beijando meus ombros expostos. Eu ainda não acredito que ele está aqui.

A Tessa deve ter o chamado.

Minhas mãos gelaram ao imaginar o que ela falou para ele. Mordi o lábio com força antes de perguntar.

- Como sabia que eu estava aqui? - Tropecei nas palavras e Din permaneceu calado, apenas respirando lentamente.

Espremi os lábios nervosa pela sua presença. Eu não esperava vê-lo hoje.

- A Tessa me mandou uma mensagem - Prendi o ar. Suas mãos voltaram ao seus bolsos e eu o encarei com as bochechas queimando e o coração descontrolado.

- O-oque ela falou? - Gaguejei e ele tirou o celular do bolso, me mostrando a tela com uma mensagem da Tess nela.

"Lory se engasgou com terra no meu quintal. Venha me ajudar agora."

Ri alto por causa da mensagem e ele me seguiu, guardando o celular.

- Na hora eu fiquei preocupado e confuso, mas depois entendi que era brincadeira. - Contou ainda entre risos. Rimos juntos e sua gargalhada era música para meus ouvidos.

Ele passou as língua nos lábios e me olhou atentamente. Corei no mesmo instante e meu peito voltou a latejar.

- Você está bonita. - Revelou com uma voz rouca. Olhei para o lado sentindo meu rosto pegar fogo. Agradeci com minha voz de taquara rachada e o silêncio caiu sobre nós.

Apreciei o sabor da bala que estava no final sem saber como agir. Eu não devia ter feito aquilo.

- Desculpa... - Falou repentinamente. Fitei seus olhos castanhos perdida. - Eu não devia ter agido daquela forma. Foi um choque para mim. - Sua voz calma não contrastava com sua expressão tímida. Meu coração voltou a doer.

- Não precisa se desculpar, idiota. - Dei uma cotovelada de leve em seu braço. - Aquilo foi apenas um impulso. - A frase saiu mais estranha do que na minha cabeça e voltei a sentir meu rosto queimar. - Quer dizer, foi algo involuntário. - Me expliquei rápido e ele riu baixo, aliviando a tensão que estava em mim.

- Eu sei - Afirmou calmante. O menino encarava o céu alaranjada e parecia pensativo. Admirei aquele garoto que abalava minhas estruturas com apenas um olhar e percebi como eu gosto da sua companhia.

O tempo estava calmo e os últimos raios de luz sumiam no céu, dando espaço para um pôr de sol bonito.

Respirei fundo aquela brisa, sentindo o metal do carro que estávamos apoiados esfriando.

Discretamente admirei seu rosto de perfil. Como uma pessoa pode ser tão bonita?

Mordi os lábios e me peguei admirando sua boca vermelha. Desviei o olhar de maneira rápida, completamente envergonhada e agradecida por não ser pega.

Acho que conseguimos conversar naturalmente.

- Você quer dar uma volta? - Pisquei, ainda atordoada por sua fala repentina. Ele me analisava em busca de uma resposta e quando aceitei, um sorriso feliz apareceu em seus lábios. - Então, vamos. - Sua expressão alegre e sua voz animada foram o suficiente para eu voltar a me iludir e mais dúvidas aparecerem na minha cabeça.

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