A VIAGEM

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Fredo cresceu forte e saudável, não se sabia se tinha dons como seu pai e sua mãe, pois ainda não haviam fluído e alguns suspeitavam que não fluiriam nunca, todavia, teve toda a sorte de bênçãos de muitas fadas, como a beleza, o amor e a sabedoria, tornou-se um jovem alto, sem barba, seus olhos foram considerados os mais belos do reino inteiro, eram castanho escuro, mas não qualquer castanho escuro, parecia que haviam sido desenhados e pintados exclusivamente para ele.

O cabelo, era o que eu chamaria de um quase loiro escuro, se não puxasse tanto para o castanho, imagine isto, olhar para cada detalhe seu dava a mesma sensação de como quando alguém olha completamente admirado a um tesouro que encontrou em um campo repleto de flores.

Sua vida era boa e feliz, no conforto do castelo ao lado dos seus pais, que viveram por ele e para ele.

Fredo, ainda jovem, sabendo que já havia perdido uma irmã que nem mesmo chegou a conhecer, viveu a morte de seus pais pela velhice, mas sempre acreditou que sua mãe teria permanecido viva por mais tempo se a morte da sua primogênita não a assombrasse tanto, durante todos os seus dias.

A saudade dos pais o acompanhava, mas nunca se sentiu só, pois o reino inteiro de Azberia o amava, e isto foi a rocha em que Fredo firmou um governo justo e digno para todos os Azberianos, dando continuidade da paz que seu pai estabeleceu entre todos os reinos de Don.

Certa vez, na paz de todo reino, Fredo e Sitael, seu melhor amigo, um jovem ser de boa aparência, muito parecido com humano, inteligente, único descendente de uma classe celestial que vivia em Azbéria, ninguém sabia explicar como as asas suportavam o frio sem congelar, mas nas histórias sobre ele diziam que ele era um ser próximo do sol, mas apenas Fredo o conhecia bem, suas asas eram negras e um pouco largas, e quando se sentava elas tocavam o chão, sua aparência era humana, usava roupas claras com detalhes dourados e uma coroa baixa rodeada de safiras, dada pelo próprio Fredo em uma ocasião especial, era um companheiro leal que mesmo não sendo soldado sempre esteve disposto a dar a vida pelo reino e por seu grande amigo, na calada da noite, com candelabros em mãos, decidiram deixar o Reino na posse do general Salazar, para viajarem juntos para as montanhas da aurora boreal.

O general do exército de Azbéria, um gigantesco Trol congelado, que era conhecido como "O escudo do Reino", trás consigo muitas honras, algumas dadas até mesmo pelo Rei Anamastor, pela sua imensurável tamanha lealdade, disponibilizou uma tropa inteira de soldados de gelo para acompanhar Fredo e Sitael em sua jornada. Fredo, mesmo contente com a preocupação do amigo, não vendo necessidade para tanto, lhe disse:

- Caro amigo, o que farei com tantos guerreiros a minha disposição? Irei a uma aventura, não a uma guerra. Não precisarei de todos. Forneça apenas alguns para que me ajudem pelo caminho, para carregar as bolsas com o alimento e as bujacas de água, quanto os demais, que fiquem e continuem seus treinamentos.

E assim foi feito.

E então os dois amigos e os soldados se puseram na estrada e seguiram, como a maioria das criaturas eram conscientes e falavam umas com as outras, obviamente nenhum cavalo gostaria de alguém sendo carregado em suas costas, pois em Azbéria, praticamente todos são livres. Tendo isso, estava claro que a viagem levaria alguns dias já que o único que possuia asas era Satiel, que as vezes voava, mas preferia andar ao lado de seu amigo.

No caminho dentre os outros reinos todos respeitavam Fredo pela sua grandeza, mas ainda sim haviam alguns que se escondiam nas sombras tramando contra o Rei.
Por onde passava era convidado a ficar e a ceiar com os seres do reino.

Até que numa tarde chegaram ao Reino de Céres, uma jovem Fada da natureza, Rainha, era idêntica à uma humana assim como Sitael, mas do contrário de Sitael, ela tinha não somente asas, mas também magia e podia se transformar em qualquer criatura que desejasse.

Fredo ficou encantado com o a beleza e os poderes de Céres, seus olhos castanhos brilhavam como o fogo, da mesma forma que acontecia com os olhos azuis de Céres, e mais tarde disse a Sitael ter sentido algo como "Borboletas em seu estômago" toda vez que a admirava, e isto é, por todo tempo que ali estiveram.

Passaram a noite naquele reino, após um jantar com frutas e sementes e Fredo não parava de pensar no quão linda e honrosa era a rainha e como havia se sentido naquela tarde. Com um sentimento incontrolável, Fredo deu algumas desculpas fajutas a sitael que, na verdade mal compreendeu bem devido ao sono pesado em que estava e saiu para procurar a rainha, dizendo para os soldados que permanecessem em guarda para cuidar do amigo que dormia.

Então o rei, despistando a guarnição entrou no castelo do reino e com pouca dificuldade encontrou o quarto da princesa, pois era repleto de flores e a própria Céres exalava o perfume de rosas mais puro e doce que Fredo já havia sentido, pois era natural de sí mesma.

Quando Céres o viu, nem ao menos se assustou, mas o perguntou se precisava de alguma coisa, e Fredo sem exitar se declarou a ela, e viu ser recíproco o sentimento que sentiu, então passaram aquela noite juntos.
Mesmo assim despediram-se e Fredo e Sitael partiram pela manhã do dia seguinte.

Naquela manhã, Fredo andou o caminho todo falando para Sitael sobre a Rainha, realmente estava apaixonado, mas se entristecia, pois não tinha ideia se a veria novamente, afinal um Rei não pode sair tanto de seu reino e não pode passar muito tempo longe dele.

GUERRA DOS REINOSWhere stories live. Discover now