Diga-me o seu nome

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Na sala alta do castelo da ilha de pedra, estavam reunidos o comandante das forças de fogo, a rainha e o camponês a espera do mago quando um redemoinho azul surgiu.

— Argon! - Exclamou a Rainha.

— Milady! - Argon respondeu cabisbaixo, com semblante peculiar.

— Onde estão as lagrimas da Fênix? - Perguntou a rainha, enquanto se aproximava de Argon a passos largos.

— Aqui estão, Milady. ‐ O mago respondeu, tirando o frasco de um saco amarrado em sua cintura.

Antes que a rainha pudesse pegar o mago virou-se de costas e prosseguiu sua fala dando alguns passos.

— Você foi corajosa por lutar contra o rei da ilha de pedra, e o venceu, mas as defesas eram poderosas e sou o único sobrevivente de minha espécie agora, Milady, e a existência dessa lágrima me faz questionar isto.

— Vamos logo com isto, diga de uma vez o que precisa dizer - disse a Rainha.

—  Se este material curativo sempre existiu no Vale da Lua, os seus soldados, incluindo os onze magos que morreram na batalha da ilha de pedra poderiam ter sido ressuscitados. Me diga o por quê não o fez? - questionou o mago, com semblante de revolta.

— Certo que poderíamos tê-los ressuscitados, mas havia uma única lágrima da Fênix e estava destinada a uma grandeza maior. - Respondeu a rainha.

— Tantos seres foram mortos para defende-la e você sequer se importa com isto! - Disse Argon.

— Eu nasci pelo poder, morri aos olhos de todos e retornei por ele. - prosseguiu a rainha.

A energia de Argon começou a manifestar e num momento olhando fixamente para a rainha ela o repreendeu.

— Ousaria me desafiar, Argon? Questionou a rainha levantando finas estacas de gelo do chão ao redor do mago.

— Não, Milady! - Respondeu Argon, aproximando-se do camponês enquanto todas as estacas retornaram para o chão do castelo rapidamente.

— Quem é este? Perguntou o mago à rainha, referindo-se ao camponês.

— Este é quem vai aplicar a lágrima em mim. Respondeu a rainha, enquanto tirava a mordaça do mago e o desamarrava.

— Onde está a ferida? Perguntou o camponês.

—  Então a rainha ergueu parte de sua vestimenta, descobrindo sua perna direita, revelando uma ferida em sua panturrilha, como um pequeno furo, dois palmos acima do seu calcanhar.

— Você sabe quem sou, nao sabe? - A rainha perguntou ao camponês que não falou nada, sob o olhar curioso do mago.

Era como se o comandante não estivesse na sala, sentado em sua cadeira, não falava nada, nem movimentava-se.

— Não é a primeira vez que estive em Don, e nunca antes precisei combater pra que ele fosse meu. - Disse a rainha e prosseguiu.

— Nasci e cresci aqui, quando então fui sugada desta terra e levada pra uma terra cujo nunca havia visto antes. Pessoas como eu destruíram a infância que eu fui destinada a ter, e os anos passaram então me tornei mulher, em um mundo onde a guerra, a injustiça e a maldade prevaleceram sobre as coisas boas e o coração dos homens...

— Seus pais lamentaram por anos a sua perca e não houve um só dia durante os anos que viveram pós seu desaparecimento, que não a procurassem por todo Don.

— E agora isto! ‐ Lamentava o camponês olhando pra rainha.

O mago estava começando a entender o que estava acontecendo, e o comandante que antes tranquilo, estava inquieto.

— Quem é você? - Perguntou Argon a rainha.

— Eu sou Aurora de Azbéria, filha de Anamastor e Estefânia de Azbéria, primeira e única herdeira do trono de Gelo. - Respondeu a rainha, revelando seu nome enquanto sentava-se no trono, enquanto o camponês aplicava a lágrima em sua ferida que se curou instantaneamente.

— Não é possível, Don inteiro soube da perca dos reis de Azbéria, todos souberam que a herdeira estava morta. Disse Argon.

— Esta é a marca de nascença que herdei dos meus pais! -Disse Aurora, mostrando a cicatriz.

— Não, não pode ser. - disse o comandante ainda mais surpreso.

— No meu sétimo aniversário, meus pais me levaram até a montanha da Aurora Boreal, e lá me deram este nome.  Eu estava abaixo da luz que iluminava aquele lugar, e estava feliz por me tornar ali, a Princesa Aurora... Eu lembro que movia um braço então uma rocha se levanta-va, e sabia que junto com minha identidade floresceu meu primeiro dom, a dominação das rochas.

Mas então eu pulei, e a rocha sobre meus pés se desprendeu e me empurrou para aurora boreal, me transportando para outro mundo. - Explicou Rainha Aurora.

— Então, a rocha que a empurrou foi a mesma que caiu no vulcão que estava dentro da montanha. Agora tudo faz sentido! – Disse o camponês, lembrando de Rainha Estefânia, que procurava a princesa no vulcão, acreditando que Aurora tivesse caído.

— Mas como retornou? Perguntou Argon.

— Pelo mesmo lugar que me tirou daqui!
A minha magia nunca saiu de mim, se fez minha amiga e me tornou poderosa em um mundo que eu não conhecia, onde me exploraram e me machucaram por causa dela, como se eu fosse um rato de laboratório, e essa diferença fez com que eu crescesse forte, para me defender, e um dia fugi, me isolei em uma montanha no planeta em que os homens chamam de terra, mesmo sendo em sua maior parte formada por água. A minha magia me guiou até a Aurora Boreal, e então fui sugada novamente para Don. Mas isto está no passado e agora eu governarei Don, e quem se opuser conhecerá a chama.

— Se pensa que isso te torna rainha de don, eu lhe digo, Fredo é o rei, herdeiro do trono de Gelo! – disse o camponês.

— Não por muito tempo, isso eu garanto! Respondeu Aurora. Abrindo um sorriso malicioso.

— Mas, se é herdeira de Don, por que quer guerra? - perguntou o comandante.

— Uma vez que a coroa é passada pra alguém, ela só poderá ser repassado caso este alguém morra ou seja derrotado.
Meus pais construíram tudo, e Fredo quis apenas Azbéria, mas eu não, eu governarei sobre todo Don, e sei que muitos tentarão impedir. - Respondeu Aurora.

— Sendo assim, vida longa a Rainha!
Disse o mago, enquanto ele curvava-se acompanhado do comandante, forçando o camponês a fazer o mesmo.

—Mas bem, não falei tudo isto atoa! Vocês testemunharão a meu favor, contaremos a todos os soldados e daremos isto como um motivo para lutarem firmes ao meu lado e então ao amanhecer partiremos para atacar Fredo e seu exército de Gelo, então governarei Don. - Disse a rainha.

— E o que faremos com o velho? - Perguntou o comandante.

Então a rainha se aproximou, cochichou algo em seu ouvido e depois falou em voz alta

— Dêem o que comer e beber e depois que testemunhar com vocês diante do exército o libertem. Ele voltará e contará a Fredo sobre quem sou.

Então saíram todos da sala e cumpriram o que foi proposto, e diante do exército de fogo tudo foi revelado. Então todos os soldados de Fogo, curvaram-se e repetiram três vezes

"Vida longa a Rainha Aurora"











GUERRA DOS REINOSWhere stories live. Discover now