O ADEUS DA SABEDORIA

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Fredo parou de perguntar por um instante, queria fazer perguntas que entendesse as respostas claramente.

Todas as Árvores do vale atentaram-se a ouvir.

Curioso, depois de refletir por alguns instantes, Fredo perguntou

Quem é ela? Quem realmente é a rainha de fogo?

Antes que Zhalia pudesse dizer alguma palavra sentiu uma flecha cravar em seu coração, então um susto repentino tomou conta de sua aparência, enquanto lágrimas caiam do canto de seus olhos a dor avançava rapidamente sobre seu peito e espalhava-se ao redor.

Todas as criaturas do vale, menos as Árvores, caíram ao chão, sentiram imediatamente a vida de Zhalia a deixando.

Na frente de Fredo e Sitael, sua aparência foi empalidecendo, já sem medo mas surpresa, numa queda dramática, estirando-se ao chão, sua energia vital consedia mais algum tempo de vida enquanto pouco a pouco deixava seu corpo.

Em choque, Fredo e Sitael mais uma vez viam a morte passar diante de seus olhos, e por um breve reflexo Fredo via o assassino tentando fugir enquanto Sitael socorria Zhalia.

Outra vez o poder de Fredo surgia na sua fúria, porque estacas de gelo surgiam pelo caminho e pouco a pouco cercavam o assassino em forma aspiral, enquanto Fredo gritava.

Por que? Porque sempre é assim?
Porque querem mortos aqueles que de mim se aproximam?

Num último grito de Fredo as estacas cravaram-se no assassino de Zhalia, que era um súdito da Rainha de Fogo, o erguendo do chão, enquanto Fredo, de costa para ela se ajoelhava em lágrimas.

Fredo! - Disse Zhalia, muito fraca e quase sem voz.
Fredo virou-se rapidamente, pronto para ouvi-la, enquanto Sitael a segurava no chão.

A resposta para muitas das suas perguntas está em você mesmo, e com o tempo tudo se esclarecerá. - Disse Zhalia, num último suspiro de vida, enquanto a terra se abria ali mesmo para recebe-la.

Então Fredo e Sitael choraram juntos a morte de Zhalia.

Haviam muitas criaturas naquele vale, todas choravam num coro suave e triste.

A esquerda de onde Zhalia estava caída, Groon, uma pequena criatura de uns trinta centímetros, de olhos amarelos, orelhas como flores, três dedos em cada mãos e um corpo de folhas, estava sentado com lágrimas a cair, olhando nos olhos de Zhalia, trocou sua coroa de ouro por uma de flores que acabara de produzir ali mesmo, usando as flores de seu corpo, e elas eram azuis e brancas.

(...) Por um momento as Árvores pararam de chorar, e uma voz ecoou com as seguintes palavras

"Deixem-a onde está."

Os Azberianos olharam para os lados mas não encontraram ninguém, pois era o Espírito das árvores que ali falou.

Fredo, está melhor? - Perguntou Sitael.

Ali muito já havia mudado, os olhos de Fredo estavam pouco a pouco deixando as pálpebras inchadas de lado, o brilho nos olhos castanhos era de uma determinação que nascia naquele momento.

Enquanto o corpo de Fredo esfriava fortemente, o clima gelado surgia e deste homem saiu poder, e ele fez com que uma parede de gelo contornasse todo o vale para proteger as arvores e as criaturas que ali ficaram.

Depois disto, Fredo voltou a ficar em silencio...

Sitael aquilo, sabia que estava acontecendo algo e chacoalhou Fredo.

Ei! Fale comigo! O que há com você? Perguntava Sitael repetidamente, preocupado.

Perdi uma irmã que nunca conheci, perdi meus pais, perdi amigos, não posso e não vou me permitir perder mais ninguém!

Quanto a Céres, eu a amei e ainda amo,
Mas não há como sentir falta daquilo que nunca tive. - Respondeu Fredo amargamente.

Venha, nós vamos pra casa, se é guerra que querem, é isto que terão!

Sitael abaixou a cabeça e se sentiu mal com tudo aquilo, mas sabia esperançoso que tudo era necessário.




GUERRA DOS REINOSWhere stories live. Discover now