09

16.1K 1.4K 456
                                    

— Na hora em que o curou, sentiu algo diferente das outras vezes que curou humanos? — Carlisle me pergunta. Suponho que seja por causa do fato de que Jared é quase um transformo.

Nego. Foi tudo como sempre.

— Se sente diferente agora? — o médico torna a perguntar.

— Não, eu acho — nego, pensando nas coisas que ocorreram de lá e cá. Nada novo sob o sol.

Em algum momento do dia seguinte, também terrivelmente ensolarado, Alice surge com uma pergunta.

— Como fazer Lily se adaptar a humanidade? — queria que fosse uma pergunta retórica, mas todos parecem pensar sobre isso.

— Já sei! Podemos levá-la a um orfanato — Esme sugere. Ela parece bem animada com a ideia.

— Orfanato?

— Sim, um lugar onde ficam crianças órfãs — explica Rosalie com impaciência — podemos levá-la lá e doar algumas coisas.

— E por que você me levaria a um lugar desses? — questiono.

— Porque crianças são provavelmente a melhor parte da humanidade — Jasper responde.

— Com certeza a fase mais pura — concorda Edward.

— E lembra daquele garotinho que nos deu flores? Terão vários como ele lá — Alice tenta me convencer.

Outros como ele? Bom... não poderia ser tão ruim.

— É... eu poderia conhecer outros mini humanos. Posso lidar com isso — tento convencer a mim mesma.

— Claro que pode, não é algo de outro mundo — Emmett revira os olhos — são só crianças.

ALGUMAS HORAS DEPOIS...

Só crianças. Só crianças. Alguém deveria ter feito a gentileza de me avisar que crianças são muitas coisas além de adoráveis.

Ela falam demais, não param quietas e sempre querem mais e mais atenção. Como dar atenção a tantas ao mesmo tempo?!

Me sinto miserável ao fingir tomar a milésima xícara de chá imaginário com algumas garotinhas risonhas. Ela dizem que eu sou como uma boneca viva e definitivamente elas amam brincar. Há apenas três garotos conosco e eles discutem com as garotas por elas monopolizarem toda a brincadeira. Eu gentilmente expliquei que se os meninos não brincassem também, eu iria ficar brava. E elas não iriam querer me ver brava.

— Talvez seja melhor você visitar meu tipo preferido — Esme sorri e segura a minha mão, me conduzindo até outra parte do edifício. Entramos em um cômodo claro e amplo, com poucos móveis.

— Podemos ficar aqui um pouco? — Esme pergunta para uma mulher mais velha, que apenas assente e sai. Penso que ela deveria ficar de olho em nós, mas ela parece conhecer Esme e confiar nela.

Ela se aproxima das pequenas camas — berços, lembro-me — e sorri extasiada para os humanos dentro. Bebês.

— Eles são tão pequenos — observo um em especial, que sorri para mim. Ele não tem dentes, o que torna tudo mais engraçado. Sorrio para ele e aceno, mesmo tendo ciência que ele não está entendendo nada. Não consigo evitar, ele é fofo demais.

— Eu tinha um desses — Esme comenta sem me encarar, perdida em pensamentos — quando ainda era humana. Eu era jovem e me casei com um homem que acreditava ser bom. Ele não era. Então eu fugi grávida e refiz minha vida longe dele. Mas... — ela faz uma pausa, tocando a mãozinha de um dos bebês — meu filho acabou morrendo — ela faz outra pausa. Depois de tantos anos, ainda dói nela falar sobre isso. Como pode existir algo tão forte? — e eu não aguentei viver sem ele. Por isso virei vampira, Carlisle me salvou após eu me jogar de um penhasco. Ele me ajudou.

AlvoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora