22

13.9K 1K 456
                                    

— Você deveria ter visto a cara deles quando eu perguntei onde você estava — conta Hunter — eu disse "quem deixou minha garota ir embora?" e Aro ficou paralisado com aquele sorriso nervoso. Foi divertido. Marcus foi um cretino, como sempre. Caius me dispensou em um piscar de olhos para vir atrás de você.

— Se você sabe que os mestres vão saber tudo o que você está dizendo agora, por que fala assim deles?

— Aro gosta de autenticidade mais do que puxa-sacos. Vide eu e Jane. Quem você acha que ele salvaria de um incêndio se tivesse que escolher? Não a Srta. Cólica Menstrual.

Não me canso de rir das bobagens de Hunter. Nos últimos anos, foi ele quem me deu vida quando mais precisei.

— E você e Jared? — pergunto como quem não quer nada, mas na verdade quero sim.

— Eu não sei — ele suspira — para quem nunca levou nada a sério na vida, levar agora na morte está sendo complicado. Esse amor todo que ele sente por mim... Eu sei que é verdadeiro, eu sinto isso. Só não sei se estou pronto para abrir mão de tantas experiências pelo mundo por uma vida de "sossego".

— Bom, ele não vai viver para sempre... — comento, mesmo que me incomode essa linha de raciocínio — então seja lá o que vocês viverem, será apenas por um tempo. O que é alguns anos perto da eternidade?

— Anos de luta, certo? — ele zomba — por que os lobos não parecem nada felizes com nossa ligação. Um tal de Paul explodiu suas roupas ao me ver no território deles.

— Esse eu ainda não conheci.

— Sorte a sua — ele bufa.

— Ei, vocês deveriam estar contando os pontos! — Emmett reclama para nós.

Hoje é dia de jogo de baseball dos Cullen, quando aproveitamos uma tempestade com muitos trovões para disfarçar nosso jogo nada normal. E, claro, eu decidi ficar só observando enquanto Hunter e o resto se revezam para me fazer companhia.

— Eu não sou bom em contar, mas ótimo em chutar bundas, Cullen — Hunter se levanta e vai até o grandão, brincando com ele. Fico feliz em ver que meu amigo se adaptou de maneira fabulosa a minha família. Eu não esperava menos dele. Hunter é incrivelmente bem ajustado, quase como um camaleão social.

Observo Alice parar o seu taco na metade do movimento, seu olhar ficando vago.

— O que foi? — Jasper em um piscar de olhos está ao seu lado.

Todos saem dos seus lugares, chegando perto da vidente. Continuo no mesmo lugar.

— Eu estava distraída. Eu não vi, eu... — seu olhar finalmente se foca. Foca em mim. Ela parece devastada — precisamos tira-la daqui.

Me levanto, limpando minha roupa e recolhendo as coisas. Seja o que for, não é bom. Vou colocando tudo no carro, fechando tudo e entrando, mas sou impedida.

— É tarde demais — Edward coloca o braço ao redor dos meus ombros, me levando até onde os outros estão reunidos, metros a frente.

— Um clã nômade está vindo — ouço Alice avisar — tem um caçador entre eles. — Caçador. Usamos esse termo para vampiros que vão além de se alimentar de humanos. Eles são frios, cruéis e implacáveis.

Estremeço em meu agasalho de marca. Meu corpo ainda está inconstante, agora mesmo meu coração bate lentamente, mas bate. Sangue corre de maneira preguiçosa por minhas veias — deve ser para combinar comigo — e fome começa a me incomodar. Mas associo a fome ao nervosismo, assim como Carlisle me ensinou. Não é fome, é ansiedade.

AlvoradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora