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— Primeiro, — Edward parece realmente pertubado — não temos uma masmorra em casa. Segundo, eu não vou mata-la.

— Não? — questiono, realmente surpresa. Não que eu não tenha fé nele e em sua (digo, nossa) crença, mas é tão mais fácil ele matar logo essa garota e seguir em frente.

Ele suspira longamente, certamente lendo meus pensamentos. Chegamos ao seu carro e ele abre a porta para mim. O caminho até nossa casa é desconfortavelmente silencioso. Se fôssemos humanos, provavelmente morreriamos com velocidade que ele está atingindo. Ele pisa no acelerador com força, concentrado a sua frente. Queria poder ler seus pensamentos...

— Não posso aguentar ficar perto dela. É irresistível. Essa noite mesmo eu vou para o Alasca — Edward quebra o silêncio.

— Perdão?! — me viro chocada para ele.

— O clã dos Denali são nossos amigos, eles me receberão bem lá — ele diz, mas isso não muda nada para mim.

Não posso suportar sua covardia. Não posso aceitar que ele vá para longe de mim por causa de um saco de sangue ambulante.

— Pare o carro! — mando entredentes.

— O quê?

— Para a droga do carro ou eu arranco a porta! — grito desta vez.

Ele para o carro no meio da estrada, o que faz um barulho extremamente desagradável — deve ser para combinar com Edward.

— Você é tão estúpido — falo, pegando minha mochila e saindo do carro — fugindo por causa de uma humana!

— Você não entenderia nem se eu desenhasse, não é? — ele retruca raivoso — só liga para si mesma!

— Ah, claro! — chuto seu carro com força, fazendo-o derrapar alguns metros. Edward continua lá dentro pelo drama. Eu não ligo. Corro o mais rápido possível até o último lugar em que vi Jared e sigo na direção em que me avisaram para não ir. A medida em que civilização começa a aparecer, as pessoas parecem me encarar com estranhamento. Um ancião apoiado em um garoto vem até mim. O garoto parece constrangido, mas o ancião não desvia seu olhar do meu.

— Seus olhos — ele sussurra, abismado.

— Perdão? — recuo um passo, levemente incomodada com o rumo disso.

— São como um buraco negro — ele parece se lembrar de algo.

— É uma raridade, não? — dou de ombros, fazendo pouco caso da situação.

— Não só os olhos, certo? — ele diz como quem sabe das coisas. Isso me faz fechar a cara.

Não respondo, me afastando do velhote.

— Precisa chamar Sam para mim — ouço ele dizer ao mais novo, então aperto o passo, entrando em uma lojinha e tentando ser simpática com a atendente.

— Olá, você por acaso conhece o Jared? Ele tem mais ou menos a minha idade, bonito... — ela ri, me interrompendo.

— Sei sim — então ela me explica onde é a casa dele, a qual eu vou o mais rápido possível.

Como não veja campainha, grito pelo seu nome. Jared não demora a sair da modesta casa, sorrindo para mim. Mas estranho o quanto ele parece fraco.

— Como me achou, cara pálida? — ele brinca, mas percebo que está ofegante.

— Eu dou meu jeito — dou de ombros, me aproximando dele — o que aconteceu com você?

— Virose, eu acho — ele se senta em um dos degraus da pequena varanda. Me sento ao seu lado.

AlvoradaWhere stories live. Discover now