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— Temos escola — Rosalie surge em meu quarto sem ser convidada, como de costume.

Desde que Edward se foi eu me tranquei aqui e fico remoendo o que ele e Jared fizeram comigo. Quer dizer, eu não deveria me sentir tão mal sobre Jared... mas mesmo assim me sinto. Fui idiota em pensar que ele realmente pudesse ser meu amigo, mas não pude evitar. E também não quis evitar.

— Eu sei — não a encaro.

— Eu não sou Edward, não vou ficar falando enquanto você fica apenas repetindo "eu sei" e dizer algo fofo no final — ela põe as mãos na cintura e se abaixa, ficando cara a cara comigo — mas eu sou sua irmã e estou aqui para te dar apoio até que pare de doer. E, acredite, vai parar. Então levanta essa bunda daí e vamos para escola que — ela tenta imitar minha voz — patética tudo bem, mas burra é muito desgosto para nossa família.

— Você é péssima nisso — reprimo a risada. Quero ficar séria para ela saber que estou mal, apesar de ter plena certeza que ela sabe. Mas é sempre bom demonstrar, não é?

— E você é uma completa pé no saco, mas eu te amo.

Paraliso ao ouvir essa declaração sair da boca de Rosalie. Logo de Rosalie! A mais casca grossa da família depois de mim e Jasper. Talvez isso seja um sinal divino para eu dar a volta por cima e sacudir a poeira, já que aparentemente não adianta nada mergulhar em melancolia como nos livros clássicos. Droga, eu li Romeu e Julieta, por que diabos eu sigo o exemplo daqueles tapados?

— Eu te amo também — me levanto, forçando um sorriso — e ser pé no saco deve ser de família, porque você também é uma.

— É, mas minha beleza compensa qualquer defeitinho que eu tenha — ela retruca, jogando o cabelo para trás.

— Beleza nenhuma vale aturar sua chatisse — rebato.

— Essa é nossa garota — Emmett comenta animado. Eu nem ao menos percebi que ele estava nos observando da porta — feroz!

— Você quer dizer mal educada — corrige Rosalie, se aproximando do parceiro.

— Da no mesmo — ele dá de ombros.

Reviro os olhos, pegando a roupa que Alice separou mais cedo para escola. É de arrasar e saber que as atenções estarão todas em mim (mesmo que seja claro que ninguém daquela escola tenha chances comigo) infla meu ego. Troco rapidamente e vou até a sala, onde todos já estão me esperando.

— Vamos logo! — Alice me puxa e Jasper pega minha mochila — pelo menos tente parecer menos miserável.

— É, porque Deus me livre alguém associar o desaparecimento do covarde como se ele tivesse me dado um pé na bunda. Tudo menos ser humilhada por aqueles humanos em processo de crescimento! — torço para que ninguém nunca descubra a verdade. Eu seria obrigada a matar todos eles.

Eles parecem achar que eu estou brincando, mas os olho séria. Edward pode até ir embora, mas sair como alguém que foi deixada para trás na situação eu não vou!

— Ok — Jasper diz lentamente, parecendo preocupado comigo — talvez uma boa terapia resolva isso.

— Poderíamos começar com você, maninho — retruco com um falso sorriso doce.

— Toma essa, maninho — Emmett ri de maneira exagerada, bem do jeito dele.

— Como se você fosse muito centrado, Emmett — comenta Jasper.

— Cala a boca, emo — o grandão e o loirinho entram em uma briga de brincadeira. Isso me faz lembrar dos lobos. Por que Jared tinha que me rejeitar daquele jeito? Será que ele estava gozando de plenas faculdades mentais? Talvez ele estivesse sendo controlado! Controle mental existe entre transformos?

— O que você tanto pensa? — Esme chama minha atenção, sorrindo suavemente. As vezes desejo que ela tivesse sido minha irmã de verdade. Quanto mal teria sido evitado se alguém doce como ela estivesse ao meu lado?

— É estranho lidar com sentimentos. Desagradável — encolho os ombros.

— A pior parte é que não podemos controlar os sentimentos dos outros, se pudéssemos, as coisas seriam mais fáceis... e sem graça nenhuma — ela comenta — as dificuldades dão sentido aos momentos bons. A felicidade só é pura porque sabemos o valor dela. E momentos ruins nos fazem amadurecer como nenhum momento bom faria.

— Bobagem — faço pouco caso — eu poderia  ser feliz sempre e super valorizar meus momentos sem nem chegar perto das desaventuras trágicas em minha existência.

Isso a faz rir e fazer aquela cara de "mal sabe ela, tolinha". E realmente, eu mal sei...

— Vá — ela beija a minha testa com carinho e rapidez — todos já foram.

E foram mesmo. Me despeço de Esme e vou até o carro de Rosalie, onde Emmett coloca uma música chata que fala sobre ser rico e famoso. E claramente homem (provavelmente branco) porque a música é só mais o mesmo de tantas outras sem inovação dessa década. Parece que eles nem fazem esforço para se destacar.

Os estudantes cochicham pelos corredores a falta de Edward. A aluna nova — que eu descobri chamar Bella Swan — presta bastante atenção em nós. Desconfio que seja por Edward... ele causa uma primeira boa impressão nas pessoas. No segundo dia um boato de que meu sobrinho está doente se espalha. No terceiro, Swan quase vem até mim para conversar, mas desiste no último minuto, passando por mim com seu coraçãozinho quase saindo do corpo. Sinto insegurança irradiando dela e isso me causa empatia. Ela é tão vítima quanto um cervo. No quarto, dizem que Edward não está doente, mas sim fugiu como um adolescente rebelde para fazer mochilão pela Europa com uma banda de música indie. Seja lá o que isso signifique.

E os dias foram passando lentamente. Não voltei para La Push. Jared não me procurou. Quanto mais pensava em Edward, mais minha cabeça não encaixava as peças.

Até que finalmente ele voltou. Em uma noite qualquer, enquanto eu pintava minha unhas de uma cor muito parecida com sangue, Alice viu ele voltando... Mas ele não voltou para casa. Não. Ele foi até a casa da Swan... Espreitar o sono da pobre coitada, observando-a vunerável... perfeita para o ataque. Mas ele não atacou. Se seu plano não era atacar, por que ele foi atrás?

O vidro de esmalte quebra em minha mão descuidada. Todos na sala paralisam, esperando um surto que nunca vem. Eu apenas limpo a bagunça em velocidade sobre-humana e fujo do assunto. Jasper faz eu sentir paz, mas isso não acalma minha mente em caos. Quando Edward chega em casa eu já estou longe, nadando em um rio perto o suficiente para garantir a todos que estou bem, mas longe o suficiente para deixar claro que quero privacidade.

Uma parte de mim torce para que Edward venha e se desculpe. Que me explique o que está acontecendo, o que ele está sentindo. Eu não consigo entender suas atitudes e como nossa não relação mudou tão rápido.

Mas ele não vem.

minha missão na Terra é fazer vocês sofrerem MUAHAHAHAHAAH

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minha missão na Terra é fazer vocês sofrerem MUAHAHAHAHAAH

quem pegou a referência do "patética tudo bem, mas burra é muito desgosto para nossa família"? kkkkkkk

aproveitem e vão lá ler minha fic "entre salas de escape"! não é por nada não, mas está uma obra prima......

AlvoradaWhere stories live. Discover now