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— Como vamos pegá-la?— indago, sentando-me em uma das poltronas, sentindo-me exausta. Meus ombros doem e ninguém me bateu, então não entendo. Deve ser por carregar toda a beleza do mundo.

Edward disfarça uma risada, provavelmente lendo meus pensamentos.

— Eu não acho que deveríamos ficar batendo cabeça por causa disso — Emmett opina — ela é uma só, nós somos muitos e se precisarmos, teremos ajuda. Ela não pode conosco.

— Eu não gosto disso — Rosalie cruza os braços, sua face insatisfeita — eu sei bem que quem quer vingança espera o tempo que for.

— Eu posso deixar algumas pessoas atrás dela — Hunter oferece.

— Por enquanto, essa parece uma boa ideia — Carlisle diz por fim — seguiremos nossas vidas e se ela vier, nós a pegamos. Se não, melhor ainda.

— Eu posso tentar mata-la a distância. Vou sentir se ela morreu mesmo, mas talvez não funcione... eu nunca fiz a distância — falo, mas recebo olhares negativos.

— Se você nunca testou a distância, agora que não vai testar — retruca Rosalie.

— Qual é, pessoal — me levanto — parem de me tratar assim. Eu vou ficar bem.

— Bem como ficou na cama por dias oscilando entre a vida e morte? E, pior, nem sabíamos em qual estado era melhor — a loira continua firme.

— Ok, já entendi — desisto da discussão — nada de diversão para Lilith. Só me resta descansar em paz, então — faço o trocadinho, indo para o meu quarto.

Sou surpreendida por Edward, que me segue. O que quer, garoto?

— Só te fazer companhia — ele da de ombros.

— Sei — o olho desconfiada, mas não digo nada.

Seguimos em silêncio e ao chegar no quarto vou direto ao meu guarda-roupa, onde separo umas roupas.

— Vou tomar um banho, fique a vontade — vou até meu banheiro privativo, mas lembro-me que ele lê mentes — não tão a vontade. Eu ainda posso te chutar daqui.

Ele ri, mas assente e vai até o piano.

Eu pretendia tomar um banho rápido, mas acabo me estendendo ao sentir a água morna e a suave melodia que Edward toca.

Quando finalmente saio, ele ainda está tocando, sua face completamente concentrada na complicada melodia atual.

— Essa eu nunca ouvi — comento.

— É nova.

— De quem?

Me sento ao seu lado.

— Minha — ele sorri, chegando mais perto.

— É linda — elogio — tem melancolia, paixão e um certo humor... Eu amei.

— Fico feliz — ele continua — porque eu fiz inspirada em você.

Sinto meu estômago gelar e olho para ele.

— Em mim?

— Sim — ele não desvia o olhar do meu — inspirado nos nossos altos e baixos.

— Ah, faz sentido a parte melancólica então — alfineto.

— Lilith... — ele suspira — eu não sei o que dizer.

— Então não diz nada — digo o óbvio.

— Mas eu preciso dizer — ele parece frustado — eu estou. Desde que você chegou nessa casa, eu senti algo estranho. Eu não soube o que era até aquele dia em que conversarmos sobre você temer ser humana novamente. Ali eu percebi que estava completamente rendido por você quando você pensou que gosta da minha risada e eu quase pude sentir meu coração bater novamente. Eu fiquei tão feliz. E percebi várias coisas ao mesmo: além da óbvia atração física por você, também há o fato de sua personalidade me encantar. Fico fascinado pelo quanto você é poderosa e fora da minha realidade. Mas ao tempo temos dilemas que nos fazem iguais. Toda vez que você cai é como se eu caísse junto. Toda vez que você está no topo, é como se eu estivesse também. Pensar em te perder há uns dias atrás... — ele balança a cabeça, parando de tocar — foi uma tortura pior do que a dor da transformação. Eu clamei a deuses que não acredito, rezei para santos que não conheço e pela primeira vez eu considerei que minha existência deveria ser encerrada se você não abrisse os olhos novamente. Como eu poderia viver sem você? Que mesmo eu indo atrás de uma humana por puro capricho, sempre respeitou meu espaço e me deixou cometer meus erros. Você estava certa sobre tudo. E agora que eu posso ver, tudo que eu mais quero é estar contigo.

— Oh — não consigo dizer muito mais que isso. Minha surpresa é paralisadora. Isso é um sonho?

Meu coração está acelerado e meus pensamentos são uma confusão. Como ele me diz algo assim? Desse jeito? Como eu deveria reagir? Perdoa-lo? Fingir que nada aconteceu? Eu sinto o mesmo?

— Não precisa dizer nada agora — ele diz, reagindo aos meus pensamentos — é seu direito pensar em toda essa situação, ter seu espaço. É claro que depois do jeito que eu me comportei, você tem suas reservas.

Ele se levanta, indo até a porta.

— Só não demora muito, ok?

Abro a boca, mas não sai nada, então apenas assinto. Ele fecha a porta, me deixando sozinha com meus sentimentos.

Respiro fundo, me endireitando no banco e deslizando meus dedos pelas teclas do piano, tentando reproduzir a música que Edward tocou enquanto deixo meus pensamentos voarem.

Respiro fundo, me endireitando no banco e deslizando meus dedos pelas teclas do piano, tentando reproduzir a música que Edward tocou enquanto deixo meus pensamentos voarem

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o trocadilho que Lily se refere é "descansar em paz" = rest in peace (rip) que é geralmente colocado em túmulos kkkkkk

e aí, o que acharam da atitude do edinho?

a música lá no começo é a música que Edward tocou rs

AlvoradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora