12_ Desculpa Nicolas!

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O táxi não demorou muito a chegar e logo eu fui para a faculdade.

Consegui chegar cedo, portanto consegui conhecer grande parte da faculdade antes que começassem as aulas.

[...]

As aulas foram tranquilas. Foi mais apresentações e explicações de como seria o curso, como funcionaria as aulas, e etc.

A única coisa que eu não esperava foi um trabalho que o professor passou pra amanhã, sim pra amanhã! E não era pouca coisa não. Ele queria resumos de todos os sistemas do corpo, como circulatório, respiratório, digestivo, nervoso e etc. Algo que eu amo muito.

O problema é que eu gosto de resumos bem enfeitados e organizados, com desenhos e tals. O que significa que eu vou ficar o resto do dia fazendo isso.

Estou meio chateada porque não consegui fazer nenhum amigo. Todos pareciam andar em seus grupinhos e ninguém demonstrava interesse em ter amizade comigo, mas... paciência. Espero conseguir pelo menos 1 até o fim do semestre.

Quando as aulas acabaram, eu sai da faculdade e a primeira coisa que senti foi um vento super gelado que bateu em mim.

O tempo simplesmente virou do nada! O dia estava lindo de manhã e agora tinha uma enorme nuvem escura no céu e muita ventania.

Eu não tinha levado sombrinha e nem casaco. Além disso, eu estava morrendo de fome. Com fome e com frio, parabéns Isabela!

Apertei meus braços junto ao corpo e comecei andar pelo campus para sair da faculdade e ir até a lanchonete que eu tinha visto ali na frente.

Eu estava indo para lá quando senti umas gotas geladas no braço e na minha cabeça. Estava começando a chover.

Eu estava andando o mais rápido que eu podia até que senti alguém colocar um casaco por cima de mim.

Olhei para trás e vi o Matheus.

- Não preci... - Ele me interrompe.

- Vem. - Ele coloca seu braço por cima do meu ombro e me puxa me fazendo andar mais rápido.

O cheiro dele estava tão forte ali, além dele estar praticamente me abraçando de lado, eu estava vestindo seu casaco, e o cheiro era muito bom.

Me encolhi dentro do casaco e nós conseguimos chegar a lanchonte, encharcados, mas chegamos.

- De nada. - Ele sorri passando a mão no cabelo que esta todo molhado.

- Obrigada! - Sorrio pra ele e começo a tirar seu casaco para devolve-lo.

- Não, pode ficar, está frio. Depois você me devolve. - Ele fala tentando secar os seus braços com as mãos. - Er... você quer comer alguma coisa?

- Eu estava vindo pra cá mesmo. - Falo e ele assente.

Entramos na lanchonete e eu e ele pegamos cada um salgado e fomos nos sentar.

- Ninguém te avisou sobre as bruscas mudanças de tempo aqui no Rio? - Ele pergunta rindo.

- Na verdade não. - Rio. - Não esperava que o tempo fosse mudar desse jeito.

- Pois a partir de hoje não saia sem uma sombrinha. - Ele sorri e eu o encaro. - O que achou do primeiro dia?

- Ah ... mais ou menos. Não foi como eu esperava.

- Professores chatos?

- Não, meus professores parecem ser ótimos.

- Turma chata?

- Sei la... o resto do pessoal ficam em grupinhos sabe? Não consegui fazer nenhuma amizade.

- Ah isso é normal. Relaxa! Você é simpática, bonita... daqui a pouco você faz amigos. - Ele sorri pra mim.

Isso é tão estranho. Tem horas que o Matheus me parece apenas mais um, mas tem horas que me parece alguém muito legal que é apenas mal entendido.

Nós terminamos de comer e paramos na porta da lanchonete. Eu estava doida para ir pra casa logo, só que a chuva estava muito forte!

- Acho que vou chamar o táxi. - Falo pegando meu celular na mochila.

- Oiii Theus! - Uma menina aparece dando um abraço no Matheus e em seguida um beijo na bochecha. - Eu te procurei a manhã toda! - Ela fala e só aí nota minha presença. - Quem é essa? - Ela me olha de cima a baixo.

- Isabela. - Sorrio o mais simpática que consegui.

- Ela é lá da República. - Ele fala e eu volto a mexer no celular para ligar para o táxi.

- E por que ela ta com seu casaco? - Ela me encara.

Fala sério, é só mais uma ficante do Matheus.

- Eu emprestei ué. - Ele ri.

- E por que?? Ela é alguma coisa sua? - Ela me olha com cara pensativa e depois arreagala os olhos. - Ela é a piranha que ficou com você depois de mim né??? - Ela grita fazendo todos olharem pra nós.

Que garota maluca!

Que vergonha mano! Todos ao redor estavam achando ou esperando que nós duas brigassemos. Parecia ceninha de namorada que encontra o cara com outra e quer armar um barraco, sabe? Ridículo!

- O que?? - Pergunto e Matheus começa a rir somente analisando a cena.

- Mais duas brigando pelo Matheus. Esse cara é brabo mesmo. - Ouvi um garoto dizer perto de nós e senti meu sangue ferver.

- Não fiquei com ele e não pretendo. - Falo o mais " calma " que consegui. Talvez eu tenha trasparecido um pouco de raiva na minha voz. A garota realmente queria armar um barraco comigo por causa dele e ele só estava rindo da situação.

Tirei o casaco e devolvi pra ele.

- Eu disse pra me devolver depois. - Ele fala segurando o casaco.

- Ela vai fazer muito mais proveito. - Sorrio falsamente e o táxi chega. Já era hora!

Entrei no táxi e nem olhei para o Matheus, apenas pedi para o taxista seguir o caminho.

Quando começo a pensar que o Matheus não é tão idiota, ele me faz isso. Nunca passei por uma vergonha tão grande. Sei que tem meninas que brigam por causa de garotos e tals, mas eu nunca faria isso. Por mais que eu tivesse milhares de motivos, além de saber que violência não resolve nada, não acho que nenhuma mulher merece apanhar de outra por causa de homem. Já não basta alguns homens que agridem mulheres, se as mulheres fizerem isso também...

Só espero não ficar com fama de barraqueira por causa daquilo.

Fui o caminho inteiro anotando em meu caderno todos os sistemas que lembrei para me ajudar na pesquisa, parei apenas quando cheguei na República.

Paguei ao motorista e agradeci antes de sair do carro. Fui correndo para dentro por causa da chuva que ainda estava forte e entrei na República totalmente encharcada.

- Nossa, você veio nadando? - Ouço Nicolas e o vejo sentado no sofa todo arrumado.

- Quase isso. - Sorrio sem graça e ele se levanta.

- Pois então, vá se secar... estou te esperando. - Ele cruza os braços sorrindo.

- O que? Ah... - Abaixo minha cabeça.

- O que foi?

- Desculpa Nicolas! Desculpa mesmo, mas tenho uma pesquisa ENORME pra entregar amanhã. - Ele parecia decepcionado, mas mesmo assim forçou um sorriso.

- Ar... Tudo bem. Fica pra outro dia. - Ele fala com as mãos nos bolsos da frente da calça e depois sobe as escadas.

- Desculpa.

●●●

Continua...

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