17_ Loirinho de olho azul

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- Quantas meninas você já viu com o Matheus só essa semana? - Pergunto olhando para Nicolas que se vira para trás vendo Matheus beijando a tal Paula.

- Acho que nem ele saberia contar. - Nicolas ri se virando para frente.

- Você viu que ele nem sabia o nome da menina?

- Ah isso é o mais normal vindo dele. - Ele dá de ombros e a garçonete nos trás nosso lanche.

- Obrigada. - Sorrio para a mesma.

Eu e Nicolas lanchamos enquanto eu percebia Matheus nos olhando diversas vezes, mas sempre que eu o olhava ele beijava a garota.

Acabamos de comer e logo saimos de lá deixando os dois comendo ( quase que um ao outro ) os lanches.

- Espero que tenha gostado do passeio. - Nicolas fala com as mãos no volante. - Se não foi como você esperava eu peço desculpas, não sou um bom guia. - Acabo soltando um riso.

- Eu gostei sim. - Sorrio pra ele e nós voltamos para a República.

Agradeci ao Nicolas e lhe dei um beijo na bochecha arrancando lhe um sorriso e depois corri para o quarto.

- AI EU ODEIO A MINHA VIDA! - Hanna gritou assim que eu entrei e eu a vi na cama exatamente igual a ontem a noite: cheia de cadernos e livros jogados por sua cama e ela os encarando com um olhar cansado.

- Eita, o que ta havendo aqui? - Vou até minha cama deixando a mochila e depois vou até ela.

Afastei alguns dos papéis e me sentei em sua frente.

- Eu não aguento mais! Me sinto uma tremenda burra!

- Ei! Não fala assim... ainda com dificuldades? - Pego um de seus cadernos e vejo que está estudando sobre as guerras.

- Muitas! Eu não consigo decorar quais países fizeram parte de quais tríplices! Por que eles não Simplesmente se juntaram e porraram a Alemanha de uma vez??? Ficam dificultando minha vida. - Rio do modo que ela falou.

- Calma... olha, vou te ensinar uma coisa que eu fiz no ensino médio... - Me ajeitei em sua frente.  - São duas tríplices, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. Decore pelo menos 1 país de cada uma.

- Ta, eu sei que Inglaterra era de um e Alemanha de outro. Mas não consigo decorar quem era do que!

- Pensa assim... Alemanha = alemão = loirinho de olho azul = quero me casar = aliança. Pronto! Alemanha é da Tríplice Aliança. Agora não esquece mais. - Sorrio pra ela.

- Caraca! Faz sentido. - Ela ri. - Quem me dera um alemão. - Ela passa a mão na cabeça. - Obrigada.

- Nada. - Sorrio e vou até minha cama.

- Como foi seu encontro com a Nicolas? - Ela sorri pra mim.

- Não foi um encontro. - Rio. - Mas espera... como sabe?

- Mirela me contou.

- E como ela soube?

- Sei la. - Ela ri.

Essa menina kkk aposto que vai ficar falando depois que to apaixonada pelo Nicolas.

Me levantei rindo e fui tomar um banho para colocar uma roupa mais confortável e depois sai do quarto.

Estava descendo as escadas quando ouvi uns gritos e um barulho de algo quebrando no quarto dos meninos.

Eu pensei em ignorar e simplesmente descer, mas minha curiosidade não permitiu e eu fui até a porta do quarto deles que estava entre aberta. Olhei la dentro e vi nitidamente o Matheus falando ao telefone.

- Olha, se a senhora estiver escondendo algo de mim ou defendedo esse desgraçado eu descubro em!! Não minta pra mim mãe!! - Ele ficou um tempo em silêncio. - NÃO INTERESSA!! SE ELE TE MACHUCAR DE NOVO EU MATO ELE!! - Matheus num impulso jogou o celular contra a parede e logo depois foi nervoso até uma comoda e jogou tudo que tinha ali em cima no chão.

Ele exalava ódio pelos ódios e eu sinti um medo tremendo dele naquele momento.

Ele pegou um objeto que eu não consegui identificar e jogou contra a parede na minha direção que bateu logo ao meu lado me assustando mais.

- Que merda! Eu poderia ter te machucado!! - Ele passa a mão na cabeça olhando pra mim. - O que faz aqui?

- Eu ouvi barulhos e vim ver o que estava acontecendo. - Minha voz acaba saindo baixa.

- Você sempre aparece do nada né? - Ele vai até sua cama e se joga nela olhando o teto.

- Quebrar tudo não vai resolver seus problemas. - Ele continua olhando para o teto.

- Você não sabe nada sobre meus problemas.

- A não ser que seu problema seja com a decoração, não vai adiantar nada quebrar tudo. - Ele se senta na cama e me encara.

- Por que ainda ta aqui? Já viu o que aconteceu. Já matou sua curiosidade.

- To aqui porque... - Fico em silêncio durante alguns segundos. - Na real nem eu sei. Só... esquece. - Nego com a cabeça. - Se precisar de alguém eu to aqui. - Vou até a porta novamente e a cruzo.

- Eu preciso de alguém. - Paro assim que o ouço dizer e o olho.

Ele permanecia sentado na cama olhando na minha direção. Me aproximei e me sentei na cama ao lado que eu não sabia de quem era.

- Sou toda ouvidos. - Falo olhando para frente. Não queria o encarar, isso poderia o deixar sem jeito ou sei la... pelo menos eu, quando desabafo com alguém, fico incomodada se a pessoa ficar com os olhos fincados em mim.

- É a minha mãe. - Ele fala depois de um bom tempo em silêncio.

- Ela ta doente?

- Não... ela ta bem. - Ele fala focado na parede a sua frente enquanto eu olhava a bagunça que ele tinha feito. - É o marido dela. - Ele fala demonstrando nojo na voz. - Ele é um babaca! Já a agrediu uma vez e, segundo meu irmão, ele grita o tempo todo, chega bêbado e fica levando um bando de cara estranho pra lá.

- Ele agrediu ela?? - Ele assente. - E não contou a polícia?

- Ela não deixou. No mesmo dia eu sai de casa gritando a Deus e o mundo que iria a delegacia, mas minha mãe que está " apaixonada " Não deixou. E ainda disse que se os policiais batessem lá em casa ela negaria tudo. - Ele passa as mãos na cabeça e depois se levanta irado novamente. - EU O ODEIO!! - Ele grita indo até a aparede para soca-la, mas consegui correr até ele e segurar seu braço.

Segurei seu braço com toda força que eu tinha e ele me olhou.

- Você vai acabar se machucando Matheus! - Falei num tom alto enquanto o olhava assustada. - Não vai poder ajudar sua mãe se quebrar todos os seus dedos.

Matheus me encarava com os olhos explodindo ódio e ao mesmo tempo angústia. Ele estava sofrendo por causa da mãe, mas não sabia o que fazer para ajuda-la. Então descontava sua raiva em tudo que via.

- Eu não aguento mais isso. - Ele deixa de me encarar e encosta sua cabeça na parede. - Eu temo que ele a machuque de novo.... mas não posso fazer nada se ela não colaborar!! - Seguro sua mão.

- Calma! Você não pode decidir nada enquanto estiver desse jeito. Nada decidido na hora da raiva da certo. - Ele se vira pra mim. - Vamos dar um jeito.

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Continua...

Eu Não Te AmoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora