Eu Não Te Amo

15_ O jogo.

         • Matheus •

Tem algo diferente nessa garota. Bem, além dela ser a única até hoje que me rejeitou, ela... sei la... tem um brilho diferente nos olhos. Eu não sei explicar e, na verdade, nem me preocupo com isso. No final ela é só mais uma garota que cruzou meu caminho.

Estava olhando para ela quando ela abriu a boca para dizer algo, porém o babaca do Nicolas chegou na hora.

- Bom dia, bom dia! - Nicolas vem todo sorridente e acaba arrancando um sorriso dela também, sorriso que eu admito ser um dos mais lindos que já vi.

- Bom dia! - Ela o responde.

Bebi mais um gole da minha água e me levantei. Já estava na hora de eu ir fazer meus exercícios matinais.

- Não esqueça em, me espere na entrada da Ufrj. - Nicolas fala olhando para ela.

- Pode deixar. - Ela sorri e morde a pêra.

Revirei os olhos e vi que tinha alguém me ligando. Era minha mãe.

Fui para o jardim e atendi o telefone.

Ligação on.

Matheus- Oi mãe! Aconteceu alguma coisa? A senhora ta bem?

Mãe do Matheus- Estou sim meu filho! E você? Ontem você estava tão alterado que eu nem tive tempo de perguntar como está sendo ai.

Matheus- Eu to bem... Não se preocupe. Mas e a senhora? Tem lhe faltado algo? Se precisar de alguma coisa me fala que eu dou um jeito de te mandar um dinheiro, ok?

Mãe do Matheus- Não se preocupe querido. O Mauro não deixa faltar nada aqui.

Reviro os olhos ao ouvir o nome daquele desgraçado.

Matheus- Eu não gosto que ainda more com ele depois de tudo que ele fez mãe! Não gosto que dependa dele.

Mãe do Matheus- Não se preocupe querido, isso é só até eu arrumar um emprego. E ele não está mais tão violento.

Matheus- Não interessa! Eu nunca vou perdoa-lo pelo que fez a senhora. Toma cuidado com ele e não exite em me ligar.

Mãe do Matheus- Ta bom filho! Agora preciso ir, seu irmão acordou.

Matheus- Manda um abraço pro meu moleque ai.

Ligação off.

Passei a mão no meu cabelo os fazendo ficar para trás e respirei fundo. Coloquei o celular de volta no bolso e me virei para a frente para começar a me exercitar.

- Ai Isabela! Que susto! - Me assusto ao vê-la parada na minha frente.

- Foi mal.

- Já veio me assistir malhar? - Sorrio pra ela e ela revira os olhos. Eu não costumo me gabar tanto, mas faço isso com ela porque vejo o quanto ela odeia e eu adoro vê-la irritada. Suas bochechas ficam vermelhas e ela sempre bufa.

- Eu tenho coisas muito mais importantes para fazer do que ficar assistindo você malhar. - Ela fala cruzando os braços. - Eu só vim aqui porque o Max me pediu pra te chamar. Disse que vocês estão atrasados pra um tal jogo importante. - Ela fala e eu coloco a mão na cabeça.

Tinha me esquecido completamente do jogo de hoje.

- Caraca, eu esqueci real! Valeu. - Encosto em seu braço e entro correndo para me arrumar.

Hoje tem um jogão contra os veteranos e eu não podia me atrasar de jeito nenhum!

Me arrumei correndo e fui pra faculdade no meu carro mesmo junto com o Max que me xingou durante o caminho todo por ter atrasado ele.

Eu com certeza vou levar multa pelo tanto que eu corri para chegar mais rápido, mas naquele momento o jogo era mais importante.

Chegamos na faculdade e fomos direto para o campo oficial onde já tinham vários alunos nas arquibancadas, umas meninas de líderes de torcida e o time dos veteranos treinando em campo.

Meu professor vai me humilhar.

Me vesti e fui para o campo com o Max como se nada tivesse acontecido e nos juntamos ao time que ouvia orientações do professor. Ele nos olhou de cara feia e eu já pude ver que ouviria pra caramba depois.

Eu tenho que ir muito bem nesse jogo. Se eu fizer a gente ganhar ele ficará satisfeito e eu não serei humilhado pelo resto do semestre.

  Ouvimos as orientações dele e entramos em campo.

[...]

Faltavam poucos minutos para acabar e estávamos empatados. 3×3, quem fizesse o gol agora era oficialmente o vencedor e eu previsava ser esse alguém.

Estava aguardando atentamente o lateral chutar a bola, aquela era minha chance de fazer o gol.

Me escorei em meus joelhos sentindo o suor correr pela minha testa e levantei minha cabeça olhando diretamente para a arquibancada onde vi Isabela sentada com um livro um caderno na mão olhando para mim.

Aquele gol seria pra ela.

Seria meu incentivo para não errar.

O lateral chutou a bola e eu rapidamente agi fazendo o gol com a cabeça.

Corri pela campo comemorando enquanto meus colegas pulavam em mim e o pessoal na arquibancada gritava.

Procurei por Isabela mas não a vi. Ela não estava mais lá. Senti uma pontada de decepção na hora, mas logo passou quando uma das líderes de torcida veio até mim me abraçando e sussurrou algo no meu ouvido que eu não consegui decifrar.

         • Isabela •

Estava prestes a ver a jogada final quando recebi uma mensagem no meu celular. Era o Nicolas. Ele estava no portão da faculdade me esperando.

Sorri ao lembrar para onde ele ia me levar.

Me levantei e desci da arquibancada ouvindo em seguida os gritos e delírios das pessoas. Provavelmente alguém fez gol.

Fui para o portão guardando meu caderno na mochila e avisto Nicolas no portão com una calça Jeans e uma blusa preta.

- Você não vai acreditar. - Falo me aproximando dele.

- O que foi? Tem mais alguma pesquisa enorme para fazer? - Ele pergunta me fazendo rir.

- Não... hoje eu praticamente não tive aula. O professor apenas deu um cronograma e disse que estávamos liberados para assistir o tal " jogo ". - Faço aspas com as mãos.

- Ah... o jogo do Matheus e do Max né? Max falou muito nesse jogo. - Ele fala enquanto caminhávamos até seu carro, coisa que eu nem sabia que ele tinha. - Quem ganhou?

- Eu não tenho certeza, sai bem no finalzinho... Mas consegui ouvir uns gritos e acho que o time do Matheus ganhou. - Falo e entramos em seu carro que era completamente perfumado.

- Putz... já vou me preparar para ouvir o Matheus e o Max se gabando o resto da semana. - Ele fala me fazendo rir e da partida no carro. - Então quer dizer que não saímos ontem atoa né? Já que seu professor nem olhou seu caderno.

- Pois é. - Olho pela janela. - Mas isso foi bom. Ontem estava chovendo, não conseguiríamos aproveitar o dia direito. Já hoje... - Sorrio vendo o dia lindo que estava lá fora. - O dia está lindo.

- Combinando com você. - Ele sorri pra mim e eu sinto minhas bochechas queimarem.

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Continua...