CAPÍTULO VII

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A sensação de acordar ao lado de uma pessoa, em cima de uma cama que não é minha, era no mínimo estranho. Faz muito tempo em que exijo o meu próprio espaço. Tirei alguns minutos para admirar Nathan ainda entregue ao sono, deitado de barriga para cima e uma das mãos repousando no abdômen, aparentando completamente relaxado. O lençol que nos cobriu ontem tapa apenas as suas partes íntimas, o filho da mãe conseguia ser ainda mais bonito pela manhã. Algo que me causou mais do que estranheza foi não querer sumir do quarto, permaneci deitada ao seu lado, esperando-o despertar, que demorou quase 10 minutos. Quando abriu os olhos azuis, não consegui não sorrir de volta ao ganhar bom dia dele com uma expressão de preguiça. Mesmo com a moleza matinal, logo ele se animou ao lembrar da promessa de tomarmos banho juntos e me carregou da cama no colo até o banheiro para começarmos o dia com o pé direito. Caramba, Nathan é muito bom mesmo.

Após o banho, enrolada em uma toalha e com as roupas da noite anterior amassadas no braço, voltei para quarto ao lado em busca de roupas limpas, deixando um advogado fazendo beicinho por ter seus beijos recusados por ora para trás. Enquanto vestia um vestido florido soltinho, encarei a cama com dossel intocada, os lençóis e travesseiros no mesmo lugar, sem marcas do meu corpo. Depois de arrumar o cabelo andei até a mesinha de cabeceira para mexer no celular, responder algumas mensagens do trabalho e por último a minha amiga, que desde a manhã de ontem não enviara mais nenhuma. Tentei resumir todos os acontecimentos em poucas palavras, mas sem revelar demais.

"Sua última mensagem me ajudou muito a manter os meus pés no chão e não pirar completamente. Como havia previsto, estive ocupada o dia inteiro e a noite também. Sim, Sammy Adams, passei a noite com o advogado. Foi bom, foi maravilhoso! Você estava certa sobre aproveitar. Quando voltar dessas miniférias, prometo lhe contar todos os detalhes que quiser, apesar de achar doentio da sua parte. Agora preciso ir, daqui a pouco ele me chamará para descer para tomar café. Te amo! Manda um beijo para os seus bebês (estou falando do seu marido também!)."

Só deu tempo de pôr o aparelho de volta no móvel para a porta do quarto ser aberta e assistir Nathan enfiar a cabeça na fresta, em questão de milésimos de segundos me localizou.

- Já está pronta? Vamos?

- Sim, vamos.

Calcei um par de sandálias antes de caminhar em direção a ele, notando seus olhos me analisarem dos pés à cabeça, o sorriso que se formou nos lábios deixara-me curiosa para saber o que tinha em mente. Guardei a curiosidade ao segurar a mão que me estendeu quando cheguei perto, permitindo que entrelace os dedos nos meus. O advogado guiou-me em direção as escadas com a sua habitual postura confiante, os cabelos molhados – que orgulhosamente ajudei a lavar e ele fez o mesmo por mim – a expressão relaxada pós sexo. Talvez o certo seria manter distância, mas chegamos no ponto em que não havia mais nada a esconder, meu irmão e cunhada devem ter imaginado que a noite passada eu ficaria com o filho mais velho dos McCain. E talvez tenha sido nosso banho que tenha me relaxado por completo, pois não me senti nem um pouco incomodada com isso.

Quando entramos na cozinha, Blane e Susan tentaram disfarçar, mas a atenção deles foi primeiro para as nossas mãos, em seguida focaram em nossos rostos para nos cumprimentarem.

- Bom dia, Nate! Bom dia, cunhada! - a irmã do advogado falou animada.

- Dormiram bem?

A pergunta veio do meu irmão, que a fez sem segundas intenções. Mais uma vez, não entrei em parafuso.

- Muito bem. - Nathan respondeu, afastando a mão da minha para puxar a cadeira.

Sorri agradecida pelo gesto e então me acomodei, enquanto respondo ao Blane com tranquilidade.

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