CAPÍTULO XII

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O senso de responsabilidade dessa vez foi por parte de Nathan, que me obrigou a abandonar a ideia de atrasar para ir ao jantar, segundo o mesmo, esse não era o tipo de primeira impressão que queria passar para os meus amigos no primeiro encontro de casais. Até tentei dissuadi-lo de que Sammy não se importaria se eu contasse que estávamos tirando o atraso, porém, não adiantou. Depois de tomarmos um banho juntos, muitos beijos e cheiro no pescoço, ele me expulsou do loft para poder se arrumar e eu, um pouco chateada pela delicada expulsão, fui fazer o mesmo no meu apartamento. Nathan me buscaria em uma hora.

Enquanto dirigia em direção a minha casa, não conseguia tirar o sorriso largo estampado em minha boca, a minha mente se dividia entre prestar atenção na estrada e lembrar tudo o que fizemos nas últimas horas. É possível ser levada até as nuvens e ainda não voltar a pôr os pés no chão? Agora sei que é bem possível. Minha amiga saberia logo de cara porque estou tão relaxada e assim que ficasse a sós comigo, me encheria de perguntas. Ultimamente tenho muito prazer em respondê-las, tanto para ela quanto para a Susan, de quem me vejo cada vez mais próxima. Para a completa felicidade do meu irmão, é claro.

Os jantares na casa do casal Adams nunca exigem roupas formais, então a minha escolha da noite foi uma calça jeans básica, mocassim preto, camisa branca e por cima um suéter mullet azul de lã. Deixei meus cabelos soltos e a maquiagem mais básica possível. Exatamente como havia me prometido, ele mandou mensagem avisando que já estava parado na frente do meu prédio e aproveitando que estava pronta, não achei necessário que subisse, respondi que já estava descendo. Olhei o meu reflexo no espelho uma última vez – como de costume - antes de caminhar para a porta de entrada do apartamento.

Não importa quantas vezes eu me depare com a imagem dele encostado no seu jaguar, me aguardando pacientemente, ainda a vontade de sorrir e o frio na barriga é o mesmo. Hoje não foi diferente. Nathan McCain estava com um ar de rebelde dentro da jaqueta de couro, camisa preta com botões na gola, jeans de lavagem escura e tênis. Piscou na minha direção quando alcancei o portão de segurança do edifício, se desencostou do automóvel para se aproximar. Fechei o portão atrás de mim para encará-lo, quase batendo de frente com o seu corpo.

- Hey, moça bonita!

- Hey, moço que me expulsou de casa!

Ele riu enquanto se curva para depositar um beijo rápido e carinhoso nos meus lábios.

- Sem ressentimentos, quero causar uma boa impressão para a sua amiga. - se defendeu.

Permiti que me guiasse – com uma das mãos no fim da minha lombar, em direção ao carro. Assim como todas as vezes em que viera me buscar para um encontro, ele abriu a porta do carona, mas antes que pudesse me acomodar no banco, tirei essa preocupação das suas costas.

- Ela já tem uma formada sobre você e não me surpreenderia se fosse descoberto um altar com uma imagem sua em algum cômodo da casa dela.

- Verdade? Fez uma boa propaganda minha, baby?

Manteve a porta aberta, esperando por uma resposta com uma expressão curiosa.

- Quando contei que você consegue dobrar a minha teimosia, ela se tornou sua fã para o resto da vida. - respondi rindo, lembrando de tantos elogios que dirige a ele em nossas conversas – Foi Sammy quem me sugeriu o jantar na casa dela.

O olhar que me enviou foi de pura doçura e balançou a cabeça de um lado para o outro, discordando de algo que falei e tratou de deixar claro sobre exatamente o que o incomodou. Não poderia ter sido mais desconcertante. Nathan tem o dom de me arrancar as palavras e as ações quando é sincero ao extremo.

- Eu não sou igual aos babacas que conheceu, respeito quem você é.

- Eu sei muito bem disso.

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