Banheira

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•Claire's POV•

- Tom? - o fiz sentar e me sentei ao lado dele. - Vai me contar o que aconteceu?

O silêncio dele era esmagador e eu podia sentir que era algo que afetaria a nós dois.

- Claire. - ele começou, fitando o carpete da sala. - Acho que vou embora.
- Que? Por que?

Em silêncio ele se levantou e foi até a janela, como se procurasse por alguém.

- Tom?
- Alguém ligou aqui e sabia que eu atenderia. - falou de costas para mim
- Como assim? Quem era?
- Eu não sei quem era, Claire! - se virou e praticamente gritou.
- Por que você ta falando desse jeito comigo?
- Porque ligaram e disseram umas coisas não muito agradáveis.
- Sobre mim? - falei baixo com medo do que estava por vir.
- Sobre o que mais seria?
- Eu não sei, Tom! Esqueceu que não mencionou nada sobre isso?
- Não.
- Qual é o problema? - me levantei e coloquei a TV no mudo.

A única luz no ambiente vinha pela iluminação da televisão e da janela em que Tom estava parado na frente. Eu pude ver uma dura expressão em sua face mas mesmo ele tendo me dado pistas que ele havia ouvido coisas sobre mim, eu não fazia ideia do que poderia ser tão ruim para transformar ele daquela maneira. E eu estava com medo de descobrir.

- O cara no telefone disse pra eu tomar cuidado com você. Que você não passa de uma puta interesseira.

O volume de sua voz era baixo, mas soou tão grave e sombrio que um arrepio percorreu toda a extensão da minha coluna e subiu até minha nuca. Ele olhava para o chão e seus punhos estavam cerrados.

Me aproximei dele com cautela. Aquela era a maior mentira que alguém poderia contar sobre mim e eu esperava do fundo do coração que, me conhecendo o pouco que Tom conhecia, ele não caísse nesse papo furado e deixasse essa história de lado.

A esse ponto, Tom havia virado para a janela de novo e estava de costas para mim. Meu coração martelava contra o peito e eu sentia no mesmo instante, minha cabeça também martelar no mesmo ritmo.

- Tom? - toquei em seu ombro e ele se virou assustado, com o maxilar trancado e o olhar vazio.
- Você sabia que estando no meu lugar eu meio que não posso confiar em ninguém? Eu nunca sei quando estão sendo verdadeiros comigo.
- Você não vai acreditar nessa história, né? - falei indignada.
- Você espera o que? - aumentou o tom de voz.
- Que você esteja brincando comigo!
- Eu mal te conheço, Claire! Por que do nada você parou com aquela encenação ridícula de me "odiar" e quis ficar comigo?
- Você me conhece a quase 7 meses e foi você quem me beijou primeiro, seu idiota! Ta lembrado? - fui mais para perto dele, gritando assim como ele tinha feito.
- Eu não lembro de nada disso, só me lembro que ontem você nem hesitou em transar sem camisinha!

Nós dois gritávamos um com o outro, mas quando ele finalizou a última frase, eu perdi o chão embaixo dos meus pés e minha cabeça girou.

- Claire, me desculpa! - sua expressão era de puro arrependimento, com o cenho franzido e os lábios formando um "o". Ele se aproximou e tentou segurar em minhas mãos, mas as tirei do caminho dele rapidamente.
- Sai da minha casa. - as palavras saíram calmamente de meu lábios, mas minha cabeça gritava e chorava em puro caos.
- Claire, eu não queria dizer aquilo, eu...
- Sai... da minha... casa. - interrompi ele e falei pausadamente, desta vez de olhos fechados.
- Claire, por favor, eu não queria...
- SAI DA MINHA CASA! - abri os olhos e soltei o grito que estava preso na minha garganta e mente. Não um grito de raiva, um grito de decepção, angústia, tristeza.

Eu olhava pra ele segurando as lágrimas que mesmo se escorressem, ele não veria pois eu estava de costas para a iluminação que vinha da televisão e prendi a respiração nos meus pulmões que ardiam. Ele também me olhava, agora com os olhos vermelhos e os lábios pressionados formando um linha fina.

Polaroid | TOM HOLLANDМесто, где живут истории. Откройте их для себя